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Tentantes devem esperar até fim da pandemia para engravidar; conheça os tipos de anticoncepcionais

Informações sobre a transmissão vertical do Coronavírus ainda são escassas. Logo, a recomendação é apostar no uso de métodos contraceptivos para evitar a gravidez até o final da pandemia.

Tentantes devem esperar até fim da pandemia para engravidar; conheça os tipos de anticoncepcionaisEngravidar é o sonho de grande parte das mulheres. Essas mulheres são conhecidas como tentantes, ou seja, a mulher que decidiu engravidar e está constantemente tentando. Porém, devido a pandemia do Coronavírus, é preciso repensar esse desejo de engravidar ao menos momentaneamente. “Como se trata de uma doença nova, muita coisa pode mudar. Até pouco tempo estudos apontavam que a transmissão da mãe para o filho, durante a gestação, era improvável. Agora algumas pesquisas começam a mostrar que existe sim a possibilidade da transmissão vertical. Ainda são poucos relatos, mas isso não pode ser descartado. Então, até que mais dados sobre o assunto sejam descobertos, o ideal é esperar o fim da pandemia para engravidar”, afirma a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira, ginecologista membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia). E a melhor maneira de evitar a gravidez enquanto a pandemia do Coronavírus não passa é através do uso dos métodos contraceptivos.

De acordo com a especialista, atualmente existe uma enorme diversidade de métodos contraceptivos disponíveis capazes de prevenir a gestação, que podem ser divididos em duas categorias: métodos de barreira e métodos hormonais. “Os métodos de barreira são opções contraceptivas que evitam a entrada do esperma no útero e, consequentemente, a fecundação, sendo indicados para as mulheres que não podem ser submetidas às terapias hormonais. Já os métodos hormonais agem através do controle ou interrupção do processo de ovolução, impedindo assim a gravidez”, explica a ginecologista.

Entre os métodos de barreira, o mais popular é o preservativo, tanto feminino quanto masculino, já que, além de oferecer uma proteção física contra a entrada do esperma no corpo da mulher, é o único método contraceptivo que protege contra doenças sexualmente transmissíveis, devendo então sempre ser combinado ao uso dos outros tipos de anticoncepcionais. Porém, existe uma série de outros métodos de barreira disponíveis para a mulher escolher, incluindo o diafragma e o DIU de cobre. “O DIU de cobre é uma estrutura em formato de T que é colocada no útero da mulher pelo ginecologista e dificulta o encontro do óvulo e do espermatozoide, além de atrapalhar a implantação do embrião, o que torna as chances de gravidez extremamente pequenas”, destaca a médica. “Já o diafragma é uma pequena cúpula de silicone que deve ser colocada na vagina antes da relação sexual para bloquear a entrada do colo uterino e assim impedir que o esperma fecunde o óvulo no útero. Porém, esse método contraceptivo não é totalmente eficaz sozinho, então recomenda-se que seja combinado ao uso de um espermicida para proporcionar maior eficácia.”

Com relação aos métodos hormonais, a pílula anticoncepcional é a mais usada, sendo um remédio à base de hormônios de uso diário capaz de inibir a ovulação e reduzir a chance de fecundação, possuindo uma eficácia de 98%. “Além disso, a pílula tem outras vantagens como regulação da menstruação, combate à acne, diminuição das cólicas e redução do risco de anemia causado pelas perdas de sangue durante o período menstrual. Em contrapartida, esse método pode causar ganho de peso, dor de cabeça, enjoo e retenção de líquidos, além de trombose em mulheres que já possuem predisposição ao problema”, alerta a Dra. Ana. Outra opção na categoria de métodos por barreira é o DIU hormonal, também conhecido como Mirena. “O DIU hormonal combina a ação do DIU de cobre com o efeito das pílulas anticoncepcionais, inibindo a ovulação e dificultando a fecundação. Mas, apesar de possuir alta eficácia, o DIU hormonal, assim como o DIU de cobre, deve ser colocado por um ginecologista”, diz a especialista.

Segundo a médica, existem ainda métodos que fazem a liberação lenta de hormônios que impedem a ovulação, como a injeção contraceptiva, o implante subdérmico e o adesivo cutâneo. “Enquanto o adesivo é colocado na pele e pode ser mantido por até três semanas, sendo extremamente discreto e fácil de usar, o implante subdérmico é um pequeno dispositivo inserido sob a pele do braço que dura por até três anos e, além de impedir a ovulação, também pode dar fim a menstruação”, afirma. “Já a injeção anticoncepcional deve ser aplicada mensalmente no braço ou na perna por um profissional de saúde. Mas, apesar de ser um método muito eficaz, seu uso prolongado pode provocar problemas de fertilidade, ganho de peso, dores de cabeça, acne e queda de cabelo.”

No final das contas, todos os métodos contraceptivos possuem vantagens e desvantagens. Por isso, é fundamental que, antes de optar por qualquer um deles, você consulte um médico, já que apenas ele poderá avaliar seu quadro de saúde e indicar o método mais adequado para suas necessidades e características. “Por exemplo, mulheres com diagnóstico de diabetes ou histórico de trombose, enxaqueca e câncer de mama ou ovário não devem fazer uso da pílula anticoncepcional sob o risco do surgimento e piora dessas condições. Nesses casos, a melhor opção seria o uso de um método de barreira, como o DIU de cobre ou mesmo o preservativo. Daí a importância do acompanhamento ginecológico”, finaliza a Dra. Ana Carolina Lúcio Pereira.

FONTE: DRA. ANA CAROLINA LÚCIO PEREIRA: Ginecologista, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), especialista em Ginecologia Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira e graduada em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005. Especialista em Medicina do Tráfego pela Abramet, a médica realiza consultas ginecológicas, obstétricas e cirurgias, atuando na prevenção e tratamento de doenças gineco-obstétricas com foco em gestação de alto risco. maria.claudia@holdingcomunicacoes.com.br

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