sexta-feira, 15 novembro 2024
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A tecnologia pode ser decisiva para as empresas criarem uma cultura digital

Por Sandra Maura, CEO da TOPMIND

 

Participar de grupos com pessoas de diferentes partes do planeta, contar com apoio de assistentes virtuais que conhecem toda nossa agenda e guardar as memórias de uma vida inteira na Nuvem. Esses são três exemplos de como estamos mergulhando profundamente na transformação digital de nossas rotinas. Mas e no caso das empresas? Como é possível criar uma cultura digital dentro de ambientes complexos, com processos consolidados ao longo do tempo?
Um bom começo para isso é, sem dúvida, permitir o avanço da inovação como um caminho de evolução dos negócios. Em um mundo em constante mudança, o ponto de partida para a construção de um plano de transformação digital, em síntese, é estar aberto às novas ideias, tecnologias e competências, buscando o aprimoramento contínuo dos processos que podem e precisam ser otimizados no dia a dia das operações.
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos destaca que as companhias que focaram seus processos de transformação digital em ações direcionadas à cultura de inovação tiveram até cinco vezes mais retorno do que aquelas que, simplesmente, investiram em tecnologia. Ou seja: a tecnologia é essencial para a evolução, mas é preciso que a inovação faça sentido e esteja alinhada às demandas e características do negócio.
Afinal, você já imaginou por que usamos as soluções digitais em nossas vidas? Basicamente, para tornar nossa rotina mais simples, divertida e prática. É esse o valor que a implementação de novas tecnologias deve gerar às organizações. A transformação digital não é apenas ampliar o número de ferramentas de TI ou capacitar os colaboradores para executar as tarefas em novas interfaces. Mais do que isso, a digitalização deve perseguir formas e soluções que melhorem o desempenho das pessoas e processos.
Ao invés de mensurar as mudanças apenas por meio dos índices de digitalização dos processos, o desenvolvimento de uma cultura digital perene exige a definição de uma meta que avalie continuamente como as inovações estão, de fato, ajudando a melhorar a performance, a eficiência e o crescimento das organizações dentro de suas reais ambições para o futuro. A tecnologia é o facilitador das ações, em suma.
Não por acaso, um estudo feito na Europa e Estados Unidos indicou que o alinhamento cultural e a ética são, hoje, os parâmetros mais importantes para a contratação de um fornecedor de tecnologia voltado à transformação digital. A pesquisa afirma que quase 60% dos principais líderes executivos avaliam que essas são as duas características essenciais para a execução de um projeto bem-sucedido, após o conhecimento técnico relacionado às aplicações.
Em outras palavras, esses executivos estão buscando empresas que entendam seus princípios operacionais e que construam soluções adequadas à realidade de seus negócios. Nada mais justo e coerente, uma vez que cada operação é única, com pessoas e pensamentos completamente singulares. Não há receita de bolo para a transformação digital e o resultado depende de um amplo conjunto cultural.
Neste caso, precisamos pensar com muito cuidado em quais soluções de TI farão sentido para a expansão dos resultados, e, também, em como incentivar uma cultura plenamente orientada à inovação, em uma troca ininterrupta de experiências, conhecimentos e ideias.
Isso pode ser feito a partir de três ações. A primeira seria um estímulo à participação das pessoas, propondo o desenvolvimento dos talentos e a formação de um ambiente que valorize a criatividade. A segunda ação amplia a tolerância aos riscos, entendendo que erros e falhas fazem parte, também, do processo de evolução e melhoria contínua das operações. A terceira ação possibilita, por meio do trabalho contínuo e com alianças, a identificação e a construção de soluções verdadeiramente adequadas à empresa.
É preciso ainda ter confiança e respeito pelas pessoas e oferecer soluções de tecnologia que as ajudem a entregar resultados melhores. Somente com essa combinação é que as organizações poderão construir um plano eficaz para a obtenção de insights de negócios práticos e para o desenvolvimento das equipes.
A transformação digital não é uma ação com começo, meio e fim. Os melhores resultados só surgirão nas operações que reconhecerem isso e estimularem a criação de uma cultura digital, com a participação de equipes e parceiros que entendam o valor e o impacto das inovações, entregando soluções com real aderência às necessidades do negócio. Investir em tecnologia e cultura é um binômio indispensável e urgente. O importante é começar essa jornada.

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