Especialista do Hospital 9 de Julho fala sobre a eficácia do procedimento para controle da doença
Acompanhando o preocupante aumento da obesidade na população brasileira, o número de pessoas com diabetes tipo 2 também está crescendo rapidamente no país. Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2008 a 2018 o diagnóstico deste tipo de diabetes cresceu 24% entre as pessoas com 18 anos ou mais, subindo de 6,2% da população para 7,7%.
O aumento da incidência de diabetes tipo 2 no mundo vem sendo acompanhado por uma evolução nos tratamentos. Hoje estão disponíveis no mercado diversos tipos de medicamentos para controle da doença, mas nem todos os pacientes respondem da mesma forma.
Para os casos em que as medicações não fazem o efeito desejado para controlar a doença e evitar complicações, em pacientes com obesidade, pode ser recomendada a cirurgia bariátrica e metabólica. O Prof. Dr. Denis Pajecki, cirurgião especializado em cirurgia bariátrica e metabólica do Centro de Controle do Peso do Hospital 9 de Julho, conta que a eficácia do procedimento para redução da diabetes do tipo 2 já foi comprovada por diversos estudos e pode trazer resultados muito benéficos para a saúde de quem enfrenta esse problema, apresentando grande impacto no controle da glicemia e de outras doenças associadas, como a hipertensão arterial e a dislipidemia.
“A obesidade é uma doença que resulta de um grande número de fatores, por isso cada paciente terá uma necessidade diferente de tratamento. Quando acompanhada de diabetes tipo 2, seu controle torna-se ainda mais necessário. A cirurgia bariátrica e metabólica é uma das opções”, diz o especialista. A cirurgia para tratamento do diabetes é indicada para pacientes com IMC acima de 35 e diabetes de difícil controle. Nesses casos, o procedimento pode reduzir a doença em até 90%, dependendo da sua gravidade e do tempo decorrido desde o seu diagnóstico, e, com isso, diminuir o risco de complicações comuns, como problemas cardiovasculares e renais que, muitas vezes, podem levar à morte.
Dentre as diferentes técnicas cirúrgicas, a mais realizada para a redução do diabetes é o Bypass Gástrico, mas outras podem ser indicadas, dependendo da avaliação individual.
“Incretinas são hormônios intestinais responsáveis por, entre outras funções, regular o metabolismo da glicose. Após a cirurgia, o organismo passa a liberar uma incretina que estimula o pâncreas a produzir insulina, o que, junto com a perda de peso, contribui para o controle glicêmico”, explica o cirurgião.
“Após a cirurgia, os pacientes passam a não ser tão dependentes de tratamentos e, muitas vezes, deixam de precisar de qualquer medicação”, fala Dr. Denis Pajecki.
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