O álcool em gel conquistou espaço importante no dia a dia de todos por conta da pandemia. Eficaz na higienização das mãos e essencial para o combate ao novo coronavírus, o produto deve ser usado com cautela ao longo da estação mais quente do ano. Segundo a dermatologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Isis Veronez Minami, a combinação entre o álcool e exposição solar piora o caso de pacientes com dermatite, ocasionando manchas.
“Apesar das dermatites por álcool surgirem em qualquer período, no verão essa preocupação é redobrada pelo elevado risco de surgimento de manchas pela exposição solar mais intensa e frequente”, explica. “Somado a isso, o sol pode piorar a sensação de ardência, coceira e vermelhidão – características do problema”, comenta.
Pacientes que já apresentam alterações de pele como psoríase, dermatite atópica ou dermatite de contato têm maior probabilidade de desenvolver essas irritações ocasionadas pela associação entre o sol e o uso do álcool em gel. Por isso a dermatologista do Edmundo Vasconcelos recomenda que se evitem as doses excessivas – o ideal é que a porção do produto seja suficiente para limpar toda a superfície das mãos, palmas e dorso.
“É preciso lembrar que a aplicação não deve ser exagerada e que a opção deve ser escolhida apenas quando não há alternativa. O melhor é sempre optar pela lavagem das mãos com água e sabão para evitar o ressecamento da pele, as dermatites e, como consequência, as manchas”, enfatiza Isis Veronez Minami.
Em casos já consolidados de dermatite pelo uso do álcool em gel, o importante é tratar de forma precoce. Para isso, a especialista esclarece que a escolha do método depende do grau de comprometimento da região. “O uso de pomadas muda conforme o quadro do paciente. O tratamento engloba ainda hidratantes e filtro solar – recursos importantes também para a prevenção”, conclui. rhayssa.nascimento@tree.inf.br