Especialista comenta resultados do ano e aponta desafios ao comércio exterior no país, principalmente no transporte internacional marítimo. Custo do frete marítimo Brasil-China tem aumento de mais de 300%
O comércio exterior brasileiro está aquecido. Segundo o especialista em logística internacional e diretor de operações da ES Logistics, Fabiano Ardigó, para 2021 a tendência é que a importação e exportação continuem crescendo no nosso país.
“No começo da pandemia, a redução dos espaços disponíveis para o transporte aéreo de cargas, devido à diminuição da oferta de aviões de passageiros, além do grande volume de produtos médicos para combater a pandemia, aumentou muito os valores do transporte de cargas”, afirma o especialista. Ele acredita que para 2021, a tendência continuará de alta ao menos no primeiro semestre.
Ainda, a pandemia abriu novas portas para o comércio exterior no Brasil e trouxe novos cenários para o setor de logística no Brasil. No mês de agosto, por exemplo, o país voltou a ser o principal parceiro comercial da Argentina, tanto nas exportações quanto nas importações, superando a China, que até o mês de julho figurou como líder na balança comercial argentina.
Por outro lado, o importador brasileiro enfrenta um dilema. Enquanto o consumo parece aquecido, os valores de fretes marítimos passam por sua maior alta histórica. Hoje o custo para transportar um único container da China para o Brasil pode passar de 40 mil reais, valor que apresenta alta de mais de 300%. “Esse pico é o maior dos últimos quatro anos e provavelmente da última década. Se essa tendência permanecer muitas empresas terão que passar a comprar no mercado interno” ressalta Ardigó.
A razão para tal aumento é um conjunto de fatores. Segundo o especialista, o principal deles é a desorganização das cadeias de suprimentos durante os primeiros meses da pandemia. “Além disso, há uma falta crítica de containers no mercado. Isso ajudou a elevar os fretes”, completa Ardigó.
Apesar desse cenário, durante 2020, a ES Logistics registrou aumento de 56% no volume de transporte marítimo internacional. “Durante a pandemia, os fornecedores de vinhos da Europa tiveram grande dificuldade de produção e cumprimento nos prazos de entrega. Muitos clientes passaram a importar este produto dos países vizinhos, como Chile e Argentina, onde encontraram uma grande vantagem competitiva e agilidade”, afirma Ardigó. “Conseguimos trazer em 12 dias uma carga do Chile até Vitória, por exemplo, o que levaria no mínimo 30 dias de transporte da Europa”, completa.
O especialista lembra que o modal rodoviário foi impulsionado pelo setor de químicos, têxteis, alimentos e bebidas, plásticos, mas o grande responsável por este aumento expressivo foi a importação de vinhos. “A empresa registrou crescimento de 42% no volume de carga de vinhos em 2020”, aponta.
A ES Logistics trabalha com o modal rodoviário desde 2014, responsável pelo gerenciamento do embarque, análise de carga x documentos, organização de coleta, alinhamento entre os envolvidos no processo, tracking da carga e entrega no destino. “A expectativa é desbravar outros mercados neste modal e fechar 2021 com crescimento de 65% no volume de negócios”, finaliza Ardigó.
Sobre a ES Logistics:
Há 19 anos no mercado, a ES Logistics possui hoje um dos maiores portfólios de transporte de cargas do Brasil e é especialista em afretamentos marítimos e aéreos, transporte de parques fabris completos, e a movimentação de cargas superpesadas. A empresa possui nove filiais localizadas nos Estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo e mantém a certificação ISO 9001 atualizada desde 2015.