1. Os cientistas já descobriram mais de mil linhagens do coronavírus.
Verdade. Já há mais de mil linhagens do Sars-CoV-2 cadastradas por cientistas de todo o mundo em um banco de dados global colaborativo para estudo e pesquisa. As predominantes no Brasil são a B.1.1.7, originária do Reino Unido; a P1, que emergiu em Manaus; e a P2, que surgiu em dezembro no Rio de Janeiro. Apesar de ser bastante divulgada, a linhagem B.1.351, de origem sul-africana, ainda não chegou ao País.
2. O vírus que sofre mutação é mais forte e pode desencadear casos mais severos da doença.
Mito. As mutações fazem parte da evolução natural dos vírus. Quando invadem as células para se multiplicar no organismo e, durante o processo de cópia, o código genético do vírus pode sofrer alterações em suas “letras” e essas mutações dão origem a novas variantes, novas linhagens da mesma família de vírus. As mutações são abundantes nos vírus, mas a maioria é irrelevante e não interfere em seu poder de agressividade/letalidade. Até o momento, o que se sabe sobre as três variantes descritas e bem conhecidas – britânica, amazonense e sul-africana – é que elas têm alto poder de transmissibilidade.
3. Uma pessoa pode ser infectada mais de uma vez.
Verdade. Apesar de pouco comum, a ciência já comprovou que é possível contrair o coronavírus duas vezes. Nas pesquisas que estão em andamento, os cientistas estão notando que a variante P.1 (Manaus) e a B.1.351 (sul-africana) são capazes de reinfectar pessoas que haviam tido Covid-19, ou seja, driblam os anticorpos desenvolvidos no primeiro episódio da doença. Trata-se de um vírus descoberto há pouco tempo e o conhecimento sobre ele está sendo construído, no mundo todo, junto com o enfrentamento da pandemia que ele causou.
4. Não existem testes capazes de detectar novas variantes do coronavírus.
Mito. Os testes RT-PCR são capazes de detectar as novas variantes e dar o diagnóstico de positivo ou negativo. Já a identificação da variante não é possível na maior parte dos testes, mas isso só tem utilidade para fins epidemiológicos, não interfere no tratamento individual. Considerados “padrão-ouro”, os testes RT-PCR usam uma metodologia que minimiza as chances de resultados falso negativos nos diagnósticos quando comparado aos testes de imunologia e de sorologia, que só identificam a proteína S.
5. Não existe uma variante que seja mais letal do que a outra.
Verdade. Até o momento não há comprovação científica de mutações que sejam mais letais que outras. O número de óbitos aumenta porque, sendo mais transmissível, cresce o número de casos.
6. Conhecer a variante do coronavírus pode mudar o tipo de tratamento para a doença.
Mito. Conhecer a linhagem do vírus, por enquanto, não muda os cuidados de prevenção e de tratamento. Essa é uma informação relevante apenas para a vigilância epidemiológica. Para identificar a linhagem a qual pertence cada amostra/exame é necessário fazer o sequenciamento genético do vírus, metodologia que ainda não está disponível em larga escala no país. A Dasa segue acompanhando o desenvolvimento de novos exames e estuda incorporar ao portfólio metodologias que permitam identificar a variante, em cada exame realizado. Atualmente, os exames disponíveis no Brasil detectam a presença no vírus, mas não identificam a qual linhagem ele pertence.
7. As novas variantes podem reduzir a eficácia das vacinas.
Verdade. Algumas das vacinas em teste e em uso já demonstraram redução da eficácia para a variante sul-africana. A do Amazonas está sendo estudada, mas, por ter um perfil mutacional bem parecido com a sul-africana, espera-se um resultado similar. As vacinas não deixam de fazer efeito, mas podem perder a eficácia.
8. Como a cada dia surgem novas variantes é melhor aguardar para tomar uma vacina mais potente.
Mito. Ainda há muitos estudos sobre vacinas em desenvolvimento, mas o que se sabe, até o momento, é que as vacinas disponíveis protegem o indivíduo contra quadros severos da doença e imunizam contra as primeiras linhagens conhecidas do vírus. As novas variantes seguem no foco dos cientistas para avaliação de resposta à imunização. Quanto mais pessoas imunizadas menor será a circulação do vírus, sejam as variantes “perigosas” ou as “normais”. Além disso, reduz-se também a chance de aparecerem novas variantes.
9. Quem se vacinou ainda precisa manter o isolamento social.
Verdade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que todas as pessoas vacinadas devem continuar com as medidas de precauções até que as pesquisas sejam conclusivas e se saiba por quanto tempo dura a proteção. Até lá, manter o uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento social é fundamental para enfrentar o coronavírus.
Fontes:
• Gustavo Campana, diretor médico da Dasa
• José Eduardo Levi, virologista da Dasa
Sobre a Dasa
A Dasa é líder em medicina diagnóstica no Brasil e na América Latina e 5ª maior do setor no mundo, com foco em análises clínicas, diagnóstico por imagem e medicina genômica. A companhia conta com um time de mais de 27 mil colaboradores e 2,4 mil médicos renomados no Brasil e no exterior, que atuam em uma rede robusta e capilarizada de cuidados com a saúde em todo o país. Por meio de suas mais de 40 redes de laboratórios distribuídas em 1088 unidades (911 unidades de rua e 177 em hospitais) – como Delboni Auriemo e Salomão Zoppi (SP), Sérgio Franco e CDPI, (RJ), Laboratório Exame (DF), entre outros, a Dasa realiza mais de 270 milhões de exames por ano.
Considerado um dos mais importantes players de Saúde, a Dasa atua com o propósito de impactar positivamente a saúde das pessoas e tem como compromisso ser um agente de conexão do setor por meio de uma medicina mais inteligente, preditiva e personalizada. Em 2020, uniu-se à GSC Integradora de Saúde, com mais de 20 anos de existência, referência em Coordenação de Cuidado e Gestão de Saúde, e a Rede Ímpar, segunda maior rede independente de hospitais do Brasil, com mais de 16 mil médicos, que reúne hospitais como 9 de Julho (SP), Santa Paula (SP), São Lucas (RJ), CHN (RJ), Hospital e Maternidade Brasília (DF) e Hospital Águas Claras (DF).
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