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Agravamento da pandemia afeta a retomada dos pequenos negócios no Paraná

Percentual de donos de pequenos negócios que tiveram queda no faturamento subiu para 76%, indica pesquisa do Sebrae e FGV, realizada no final de fevereiro

Agravamento da pandemia afeta a retomada dos pequenos negócios no Paraná
Foto de formulário PxHere

Os pequenos negócios paranaenses voltaram a sofrer por conta da nova onda da pandemia do coronavírus, após o início de uma retomada do nível de faturamento e de postos de trabalho, no segundo semestre de 2020. Ao todo, 76% dos empresários paranaenses afirmaram que tiveram queda do faturamento com variação média de -37,2%, de acordo com a 10ª edição da pesquisa “O Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março de 2021. Ao todo, foram 6.228 entrevistados em todos os estados do Brasil, sendo 530 deles paranaenses.

A queda do faturamento se agravou em relação à nona pesquisa feita pelo Sebrae em novembro (70% dos entrevistados tinham alegado queda no faturamento, com variação de -37%) e em relação à oitava pesquisa realizada em setembro (quando a queda aconteceu para 75% dos entrevistados com variação média de -35%).

A 10º edição da pesquisa também revelou que o faturamento dos pequenos negócios paranaenses em 2020 foi pior que o de 2019 para 68% dos entrevistados. Apenas para 13% foi maior. Além disso, 65% dos empreendedores alegaram que as vendas de fim de ano de 2020 foram piores que 2019.

Por conta da pior do cenário, os empresários paranaenses ainda afirmaram que possuem a expectativa de uma melhora da pandemia somente daqui a 18 meses. Com isso, a proporção de empresários preocupados com o futuro da empresa chegou a 56%, enquanto na pesquisa em novembro o percentual atingia 45%.

Crédito

O levantamento do Sebrae apontou ainda que o número de empresários no Paraná que estão com dívidas e empréstimos em atraso subiu para 31%, maior em relação à pesquisa de novembro, com 28% dos empreendedores nessa condição. Os dados indicaram que 48% dos entrevistados já buscaram crédito e, desses, 38% conseguiram e 5% ainda aguardam uma resposta.

Para mais da metade dos entrevistados que são donos de micro e pequenas empresas (44%), a principal medida do governo para auxiliar o segmento nesse momento seria a extensão das linhas de crédito com condições especiais como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), 24% deram mais importância à extensão do auxílio emergencial e 16% ao adiamento no pagamento de dívidas.

Em nível nacional, entre os microempreendedores individuais (MEI) o crédito também é a alternativa mais votada, com 41%, mas a prorrogação do auxílio apresenta um peso maior: 36% alegaram ser essa a principal medida.

Segmentos mais atingidos no Brasil

Os setores de Turismo e Economia Criativa continuam entre os mais impactados, mas agora juntaram-se a eles os de beleza, serviços de alimentação e artesanato. Já os menos afetados são as oficinas, pet shops e clínicas veterinárias, serviços empresariais, saúde e agronegócio. Além disso, o número de empresas que tiveram que demitir funcionários no último mês também aumentou: 19% dos donos de micro e pequenas empresas afirmaram que tiveram que diminuir a quantidade de trabalhadores em seus estabelecimentos. Percentual superior ao registrado em julho do ano passado, quando 17% dos pequenos negócios realizaram demissões.

O presidente do Sebrae, Calos Melles, enfatiza que com o recrudescimento da crise sanitária e das medidas de isolamento social para conter a proliferação da Covid-19, os donos de pequenos negócios tiveram de fechar as portas de seus estabelecimentos novamente e não conseguiram recuperar a saúde financeira.

“Nessa segunda onda, setores que não estavam sendo tão impactados estão sofrendo mais também. A pesquisa revela que nenhum segmento apresentou melhoria e que atividades que foram menos impactadas anteriormente, como o agronegócio, saúde e construção civil estão vendo a situação piorar”, pontuou Melles.

Outros dados da pesquisa no Brasil:

– Para a maioria (65%) das empresas o ano de 2020 representou uma redução de 1/3 no faturamento anual;

– Para a maioria (66%) das empresas as vendas de fim de ano de 2020 foram piores que as de 2019;

– Para a maioria (65%) das empresas as vendas no Carnaval de 2021 foram piores do que do Carnaval de 2020;

– Aumento (de 13% para 54%) expressivo de locais com restrição de circulação de pessoas;

– Aumento (de 73% para 79%) na proporção de empresas que afirmam que estão sofrendo uma diminuição no seu faturamento;

-Aumento no impacto médio (de -34% para -40%) do faturamento das empresas, quebrando tendência de melhora de 7 meses;

– Redução (de 51% para 48%) na proporção de empresas que buscaram empréstimo e aumento (de 34% para 39%) na proporção de empresas que conseguiram empréstimo;

– Aumento (de 47% para 57%) na proporção de empresas com muitas dificuldades para manter seu negócio;

– Piora (de 14 meses para 17 meses) na expectativa da situação voltar ao normal.

Outros dados da pesquisa no Paraná:

– Para a maioria (68%) das empresas as vendas de fim de ano de 2020 foram piores que as de 2019;

– Aumento (de 70% para 76%) na proporção de empresas que afirmam que estão sofrendo uma diminuição no seu faturamento;

– Aumento no impacto médio (de -35% para -37,2%) do faturamento das empresas na comparação entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021;

– Aumento (de 45% para 56%) na proporção de empresas com muitas dificuldades para manter seu negócio;

– 34% dos empresários têm dívidas e estão em dia, 31% têm dívidas e estão em atraso e 35% não tem dívidas;

– 62% dos entrevistados alegaram que vendem utilizando aplicativos, redes sociais e internet;

– 48% dos entrevistados buscaram crédito. Entre quem buscou 38% dos empreendedores conseguiram o empréstimo, 5% estão aguardando uma resposta e 58% não conseguiram o crédito;

– Piora (de 14 meses para 18 meses) na expectativa da situação voltar ao normal.

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