Muito se fala sobre os perigos de descartar o óleo de cozinha na pia e os seus efeitos negativos nas tubulações das cidades. Mais do que a contaminação de lençóis freáticos e a impermeabilização do solo, a administração pública passa a ter um grande problema para a estrutura pública. Este ciclo nefasto já começa na própria residência ou estabelecimento comercial de origem, que passam a ser drasticamente afetados.
Quando jogado no ralo, o material segue direto para a tubulação. Como ele é menos denso que a água, o óleo acaba aderindo às paredes, retendo partículas sólidas como restos de comidas e sujeira. O resultado é uma crosta de gordura sólida em conjunto com todo material que escoa pelas pias:
“Essa camada passa a reter dejetos sólidos, ou seja, dificilmente a água consegue transitar! Se pensarmos nas milhares de residências que desperdiçam óleo diariamente em um condomínio, por exemplo, com obstrução da passagem de água, o resultado certo é o alagamento no interior das residências” explica Vitor Dalcin, diretor-executivo da Ambiental Santos.
Problema se agrava na estrutura pública
Para piorar a situação toda, uma parte deste óleo consegue chegar na tubulação da rede pública. Com o passar do tempo, esse problema vai danificando as tubulações que, com o acúmulo de dejetos pelo óleo incrustado, acabam não aguentando o volume de água que por ali passa;
“Quem já presenciou alagamentos nas ruas após uma chuva forte muitas vezes nem imagina que pode ter contribuído para o ocorrido, que aquilo pode ter como causa o acúmulo de óleo na tubulação. Como toda a água que utilizamos em casa vai para a rede de esgoto, com a obstrução, o esgoto vai acumulando e causando o transbordamento”.
Quando a água da chuva não segue seu fluxo, sobe novamente, trazendo materiais insalubres, lixo, a própria gordura do óleo. Em casos mais extremos, força a tubulação até que a mesma se rompa: “Entramos em um ciclo de danos ambientais extremos! Para desentupir os canos, as autoridades públicas utilizam produtos químicos pesados. É mais contaminação na água, atingindo quem passa por estes locais. Claro, para prejudicar ainda mais esta situação, as autoridades públicas gastam mais em reparos, um investimento que poderia ter outra destinação. Todos acabam pagando pela negligência” alerta Vitor.
Descarte corretamente o óleo
A melhor forma de evitar este problema é fazendo o descarte correto do óleo vegetal usado, separando o material todo em garrafas pets e para a destinação correta pela reciclagem” “Com todos os problemas que o óleo usados causa nas estruturas de água e esgoto, está mais que óbvio de que todos temos responsabilidade, direta ou indiretamente, pelos alagamentos: completa Vitor.