Com a crise de saúde pública instalada em razão da COVID-19, rede hospitalar à beira do colapso, aumento no número de mortes em domicílios em razão da falta de leitos ou do medo da ida aos hospitais, reflexos no crescimento dos falecimentos por doenças respiratórias e cardíacas aceleradas pelo vírus, o Paraná completou o “ano da pandemia” com um total de quase 81,5 mil mortos, número recorde desde o início da série histórica “Estatísticas do Registro Civil” em 2003.
Os dados do “ano da pandemia” constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.
O número de óbitos registrados em Cartórios no “ano da pandemia”, considerado o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 81.533 mortes, um total de 14.500 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 21,63% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,5%, totalizando 20,04 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 8,97% no número de falecimentos.
“Os Cartórios de Registro Civil oferecem dados imprescindíveis à sociedade e ao Poder Público, principalmente em relação ao impacto da pandemia”, ressalta Elizabete Regina Vedovatto, presidente do Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná (Irpen/PR). “O Portal da Transparência do Registro Civil possibilita que os dados disponibilizados deem maior conhecimento e controle dos registros dessas mortes”, completou.
Já o Brasil fechou o “ano da pandemia” com um total de quase 1.5 milhão de mortos, número recorde desde o início da série histórica. No País, o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 1.498.910 mortes, um total de 355.455 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 31% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,7%, totalizando 29,3 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 13,7% no número de falecimentos.
Fevereiro recordista
O agravamento da pandemia no último mês, fez de fevereiro de 2021 o mês mais mortal de sua própria série histórica no Paraná, com um total de 6.900 óbitos registrados pelos cartórios no período, 2.026 óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 29,04% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 28 pontos percentuais a mais em relação à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2021, o crescimento foi de 29,8%.
Na capital paranaense a situação se repetiu e tornou o mês de fevereiro de 2021 o mais mortal da série histórica no Paraná, com um total de 1.271 óbitos registrados pelos cartórios no período, 322 óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 25,3% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 24,6 pontos percentuais a mais em relação à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 49,1%.
O número de óbitos registrados nos meses de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.
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