Ginecologista explica quando o tema educação sexual deve ser inserido na conversa dos pais com a filha e o momento ideal para levá-la à primeira consulta ginecológica
Segundo a ginecologista, a sexualidade deve ser trabalhada com a criança desde a puberdade para que seja orientada e não tenha receios de abordar o tema com a família. “Porém, é muito importante que seja sempre ressaltado a importância da inviolabilidade do corpo da criança para que ela tenha noção dos limites que o outro pode agir, visto que existem muitos abusos e riscos independentemente da idade. A família deve estar sempre atenta e observar para proteger a integridade física da criança”, diz a ginecologista. Isso é importante, inclusive, para evitar abusos, uma vez que crianças podem sofrer violações genitais por parentes e conhecidos, por isso esse vínculo de abertura sobre o assunto deve vir desde os primórdios. “Isso é um trabalho difícil e delicado, pois exige que a família tenha esta orientação e percepção”, afirma a médica.
Como a educação sexual é um trabalho conjunto da sociedade, ela deve ser ressaltada em casa, nos meios de comunicação e também com o médico. “Abordar o tema, de uma forma clara pode impedir abusos cometidos com crianças e adolescentes. A responsabilidade social desta educação é imensa, e apesar de ser morosa, por necessitar várias etapas e formas diferentes de abordagem, deve ser sempre discutida”, diz a ginecologista. “Não existe quem começa ou ‘fala’ melhor sobre o tema. Há sim um conjunto integrado que se for trabalhado da forma correta, protegerá muita violência ainda velada entre as famílias”, completa.
Com relação à primeira consulta ginecológica, a visita ao médico ginecologista deve acontecer na menarca, ou seja, na primeira menstruação. “Porém, caso a mãe perceba alterações ginecológicas na criança, mesmo ainda que não tenha iniciado a puberdade (aparecimento de mamas e pelos por exemplo), ela pode levar a criança ao ginecologista. Há casos de crianças com fechamento dos lábios vulvares, ausência de perviedade (permeabilidade) do introito vaginal, secreções vaginais patológicas, puberdade precoce e, nestes casos, a criança pode ser avaliada conjuntamente pelo ginecologista”, finaliza a médica.
FONTE: *DRA. ELOISA PINHO: Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria. (Holding)