No último mês, assim como foi feito em 2020, por conta da crise econômica causada pela pandemia da COVID-19, o governo federal prorrogou para julho, em seis parcelas, os tributos federais, estaduais e municipais que compõem o Simples Nacional e também o Microempreendedor Individual (MEI).
“A medida vem para desafogar as contas das companhias que, novamente, viram seus lucros caírem no início deste ano, com as medidas restritivas para conter o avanço do coronavírus”, explica o contador Onildo Córdova.
O especialista alerta que o adiamento do pagamento deve ser feito apenas para quem realmente necessita. “Se você tem caixa, pague a conta já. Pense que em julho, serão dois impostos a serem pagos, então precisa ter uma previsão de lucro que arque com os custos, para não negativar a empresa”, ressalta Córdova.
Ele ainda conta que quem pegou empréstimos do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), dependendo do banco escolhido, as parcelas podem não ser prorrogadas. “O governo federal pediu que o início do pagamento seja prorrogado, mas cabe ao banco dizer se isso é possível ou não, então cuidado para não deixar que as contas virem uma bola de neve”, orienta.
O contador dá dicas para as empresas manterem as contas em dia:
1- Priorize os impostos. “Sabemos que uma empresa tem muitas contas, mas o imposto é capaz de negativar uma empresa e um cadastro negativo traz milhares de empecilhos para uma companhia”, afirma;
2- Folha de pagamento em dia. “Além do processo trabalhista, pense que são seus colaboradores que fazem a empresa rodar”, alerta;
3- Negocie o que for possível. “Contas como aluguel, fornecedores, devem ser negociadas em um momento de crise. Além disso, avalie custos que podem ser dispensados”;
4- Converse com seu gerente de banco. “O não pagamento de contas, como empréstimos, também deixa o cadastro negativo. Então sinceridade é o melhor canal: fale com seu gerente e jogue limpo sobre o que é possível pagar e o que ele pode fazer para ajudá-lo neste momento”, orienta;
5- Faça uma reserva futura. “Situações como esta que estamos vivendo há um ano, nos alerta a ter um caixa para emergências. Se não começou ainda, comece já”, finaliza.