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Consumo excessivo de fast food agrava sintomas de refluxo

Pesquisa mostra que esse tipo de alimentação tem avançado na dieta dos brasileiros

Consumo excessivo de fast food agrava sintomas de refluxoO tradicional arroz com feijão continua sendo o carro-chefe da dieta dos brasileiros, segundo o que demonstra a mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do Instituto Brasilero de Geografia e Estatística (IBGE). Mas essa combinação saudável tem perdido espaço para alimentação fast food. Na comparação entre o levantamento anterior de 2008/2009 e o mais recente referente a 2017/2018, a frequência de consumo do arroz caiu de 82,7% para 72,9%, e a do feijão baixou de 72,1% para 59,7%. Ao passo que a ingestão de sanduíches e pizzas cresceu de 10,5% para 17%, neste mesmo período.

Além de favorecer o ganho de peso, o consumo excessivo desses alimentos rápidos também pode agravar distúrbios gastrointestinais, como por exemplo a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), mal que atinge cerca de 30% da população adulta no Brasil. O gastroenterologista Flávio Ejima (CRM 8145 DF), avalia inclusive, que o atual cenário de pandemia até agravou a essa má qualidade da alimentação das pessoas. Segundo ele, as pessoas continuam consumindo o fast food, só que desta vez em casa. “Aumentou muito o consumo de carboidrato, de refrigerantes. Acaba que, ficando mais tempo em casa, as pessoas se alimentam mais. E não é todo mundo hoje em dia que está disposto a cozinhar sempre, portanto, a alimentação rápida também está dentro de casa”, afirma.tot

O médico explica que o grande problema dos alimentos de fast food é seu grande teor de gordura, que agrava os sintomas da doença do refluxo, que hoje em dia é um dos males intestinais mais frequentes. “A associação dessa ingestão excessiva de gordura com outros alimentos como café, chocolate, bebidas gasosas favorecem o refluxo”, explica o gastroenterologista Flávio Ejima.

O especialista avalia, O médico esclarece que a principal causa da doença do refluxo é a presença de hérnia de hiato, um deslocamento ou extravasamento do estômago através do orifício pelo qual o esôfago atravessa o diafragma na cavidade abdominal.  Mas ele acrescenta que, com o aumento de peso e a associação a fatores como consumo excessivo de alimentos gordurosos, de cafeína, de bebidas gasosas e a ingestão de grande quantidade de alimento tarde da noite, muitos pacientes podem desenvolver um quadro de refluxo com o mal funcionamento da válvula que existe entre o esôfago e o estômago. “E quem tem refluxo por causa de uma hérnia de hiato tem seus sintomas agravados por causa dos maus hábitos alimentares”, diz o médico.

Em casos crônicos e mais intensos de refluxo, ou quando o tratamento medicamentoso não dá respostas satisfatórias, é necessário intervenção cirúrgica ou a fundoplicatura endoscópica, com uso do dispositivo médico Esophyx, segundo explica Flávio Ejima. Mas o gastroenterologista alerta que mesmo aqueles que passam por esses procedimentos precisam manter hábitos saudáveis. “A presença de refluxo crônico pode levar a algumas lesões extremamente graves no esôfago, inclusive com predisposição para um tipo de câncer chamado carcinoma esofágico. Portanto, hábitos alimentares adequados precisam ser mantidos. Então é preciso evitar deitar-se logo após a ingestão de alimentos, reduzir significativamente o consumo de gordura, chocolate, pimenta, comidas muito temperadas ou condimentadas”, orienta o médico, que também sugere uma rotina de atividade física. anderson@comunicacaosemfronteiras.com

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