quarta-feira, 22 janeiro 2025
22.1 C
Curitiba

Inseminação artificial caseira: conheça os riscos dessa prática

Especialista alerta que a técnica, que consiste na inserção caseira de sêmen no útero da mulher, não é regulamentada e pode causar prejuízos à saúde, além de trazer implicações jurídicas quanto à guarda da criança.

Inseminação artificial caseira: conheça os riscos dessa práticaCom o avanço das pesquisas e tecnologias, os tratamentos de reprodução humana, como a inseminação artificial, têm se tornado cada vez mais populares entre casais inférteis e homoafetivos. No entanto, devido ao alto valor agregado desse tipo de procedimento, parte desse público passou a buscar soluções mais baratas para conquistar o sonho de ter um filho. E, nesse sentido, uma opção cada vez mais procurada é a inseminação artificial caseira. “Geralmente realizada por pessoas leigas, a inseminação artificial caseira consiste, basicamente, na coleta de esperma de um doador para ser inserido imediatamente no útero da mulher por meio de instrumentos como seringas durante o período fértil para aumentar as chances de concepção”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo. No entanto, o médico ressalta que a prática não é isenta de riscos.

Na verdade, o principal risco da prática é com relação à saúde da mulher e até mesmo do bebê, visto que, em grande parte dos casos, o sêmen do doador não é testado, assim podendo transmitir uma série de doenças, incluindo HIV, sífilis e hepatites. “Ainda que o doador passe por exames de sorologia antes da inserção do sêmen na mulher, o risco de IST’s continua a existir, já que algumas doenças possuem uma janela imunológica maior para serem detectadas”, alerta o especialista. “A inseminação propriamente dita também pode ser prejudicial, pois o uso das seringas e espéculos por pessoas leigas, que não possuem conhecimento anatômico do sistema reprodutivo da mulher, pode causar ferimentos durante o procedimento, além de infeções por fungos e bactérias devido a esterilização incorreta desses instrumentos”, ressalta.

Além disso, a inseminação artificial caseira também possui implicações jurídicas, afinal, essa prática não é regulamentada, o que pode dificultar na hora dos pais registrarem a criança, principalmente no caso de casais homoafetivos do sexo feminino. “Além disso, existe a possibilidade de o doador de sêmen requerer futuramente a paternidade da criança, visto que o bebê possui material genético de todos que participaram do processo, sendo necessário então que a mulher tentante busque suporte jurídico para se prevenir dessas situações”, afirma o Dr. Rodrigo.

Existem ainda grandes chances de o procedimento não ser bem-sucedido na primeira tentativa, sendo necessário então que a mulher realize todo o processo novamente, o que aumenta os riscos à saúde. “E, dependendo da causa da infertilidade, como em casos de endometriose avançada e mulheres com mais de 40 anos, será praticamente impossível que a paciente tenha sucesso com a inseminação artificial caseira e até mesmo com a convencional”, destaca o médico.

Logo, o recomendado é que casais que não são capazes de ter filhos por conta própria evitem colocar sua saúde em risco e busquem por um especialista em reprodução assistida para verificar suas opções para engravidar. “Apenas o profissional especializado poderá realizar uma avaliação da saúde do casal para identificar a real causa da infertilidade e, a partir disso, indicar o método de reprodução mais adequado, seja através do tratamento da condição causadora da infertilidade ou por meio de procedimentos como a inseminação artificial e a fertilização in vitro”, finaliza o Dr. Rodrigo Rosa.

FONTE: DR. RODRIGO ROSA – Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

Destaque da Semana

Volta às aulas solidária arrecada material escolar para crianças de Sarandi

Campanha de arrecadação do Catuaí Maringá segue até 15...

Drenagem linfática vai além da estética: conheça benefícios e indicações T

écnica ajuda a combater a celulite e o inchaço,...

Pesquisa identifica fatores associados a um AVC mais grave

Estudo mostra que hipertensão, tabagismo e fibrilação atrial foram...

Teto do INSS aumenta para R$ 8.157,40 em 2025

Segurados que ganham acima do mínimo terão reajuste de...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Popular Categories

Mais artigos do autor