Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer – INCA apontam que no triênio 2020 a 2022 serão diagnosticados 625 mil novos casos de câncer a cada ano. O câncer de pele não melanoma será o mais incidente, com 177 mil casos, seguido pelos cânceres de mama e próstata, com 66 mil ocorrências cada. O melanoma cutâneo ocorre quando as células produtoras dos pigmentos que dão cor à pele tornam-se cancerígenas. Os sintomas podem incluir um novo nódulo anormal ou uma mudança em uma pinta existente.
“Existem diversos tipos de melanoma, como o cutâneo, de mucosa (boca, órgãos genitais e região anal) e globo ocular (olhos). Ele pode surgir em qualquer parte do corpo, mas o melanoma cutâneo é o mais comum. Na maioria dos casos aparece em locais como o tronco (local mais comum em homens), as pernas (local mais frequentemente nas mulheres), ainda é frequente no pescoço e rosto”, explica a oncologista clínica Rosane do Rocio Johnsson, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP.
Fatores de risco
Pessoas com a pele clara, com ou sem sardas, e com cabelos ruivos ou loiros apresentam mais chances de desenvolver o melanoma. Aquelas com a pele mais pigmentada têm um risco menor de melanoma nos locais mais comuns, mas a oncologista clínica conta que qualquer pessoa pode desenvolver esse tipo de câncer nas palmas das mãos, plantas dos pés e sob as unhas. Os melanomas nessas áreas respondem por uma porcentagem muito maior de casos em pessoas de raça negra do que em pessoas de raça branca.
No entanto, é fundamental evitar os principais fatores de risco que podem aumentar as chances de uma pessoa desenvolver o melanoma. Destacam-se a exposição à Radiação Ultravioleta (UV) e as radiações UVA e UVB, que provocam queimaduras e desempenham um papel importante no surgimento do melanoma e do câncer de pele não melanoma. Pessoas que realizam bronzeamento artificial com frequência também apresentam um risco; as pintas na pele também devem ser observadas, muitas vezes são benignas, mas quando apresentam uma forma ou cor anormal devem ser analisadas clinicamente. “A questão hereditária também pode ser um sinal de alerta. Cerca de 10% das pessoas diagnosticadas têm histórico familiar. Quando o paciente já teve uma vez a doença, pode ter mais chances de recidivar. Também é necessária uma atenção especial aos pacientes que já utilizaram medicamentos que suprimem o sistema imunológico, como aqueles com órgãos transplantados ou infectados com o vírus HIV, que causa a AIDS, pois muitas vezes ficam com o sistema imunológico enfraquecido”, salienta.
Sintomas e tratamentos
Também é importante as pessoas terem conhecimento de que o melanoma pode surgir de diferentes formas e em qualquer parte do corpo, não somente naquelas expostas ao sol. É fundamental também ficar atento com novas manchas de formas irregulares, sinais de nascença simples que mudam de cor, tamanho ou textura ou se os mesmos descascam ou sangram. Manchas escuras nas unhas, nas palmas das mãos, plantas dos pés ou nas membranas mucosas devem ser consideradas. “Após perceber alguma mudança na pele, os exames dermatológicos, dermatoscopia, mapeamento corporal total e dermatoscopia digital podem ajudar no diagnóstico do melanoma. Quando o resultado é positivo para doença, os tratamentos mais realizados são a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia e terapia-alvo. Com o passar dos anos os tratamentos estão cada vez mais avançados e individualizados, possibilitando ainda mais assertividade. No entanto, para que as taxas de cura aumentem, é fundamental o diagnóstico precoce, mas para isso é necessário ficar sempre atento aos sinais dele e principalmente evitar o desenvolvimento da doença.
Diagnóstico precoce faz a diferença
Encontrar o melanoma em um estágio inicial é crucial. A detecção precoce pode aumentar bastante as chances de cura.
1 – Taxa de sobrevivência de 99% em 5 anos para pacientes cujo melanoma é detectado precocemente.
2 – A taxa de sobrevivência cai para 65% se a doença atingir os gânglios linfáticos e 25% se espalhar para órgãos distantes.
“A prevenção ainda é a melhor arma contra o melanoma. Evite a exposição solar entre 10h e 16h, caso não possa evitar, tente ficar na sombra sempre que possível, até em dias nublados. Quando estiver exposto, utilize roupas com mangas compridas e calças, chapéu e óculos de sol de boa qualidade com proteção UV. Também é importante utilizar protetor solar com fator 30 ou maior, reaplicando a cada duas horas ou após se molhar ou suar. E sempre monitore as pintas e manchas que você já possui na pele. Qualquer sinal de mudança, procure um especialista”, complementa Rosane do Rocio Johnsson.