Tudo que você precisa saber antes de realizar a fertilização in vitro

O especialista em reprodução humana Dr. Rodrigo Rosa listou as principais dúvidas que devem ser solucionadas na primeira visita ao consultório durante sua busca por começar uma nova família.

Tudo que você precisa saber antes de realizar a fertilização in vitroA infertilidade atinge aproximadamente 15% a 20% da população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não é à toa então que o procedimento de fertilização in vitro vem ganhando cada vez mais popularidade entre os casais que sofrem com o problema e desejam engravidar. Ainda assim, muitas pessoas chegam ao consultório com uma série de dúvidas sobre o procedimento, o que pode, inclusive, causar certo receio em alguns casais. Então, para ajudar a resolver o problema, o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, em São Paulo, apontou as principais questões que os pacientes de primeira viagem devem levantar durante a consulta de avaliação. Confira:

O que devo esperar do procedimento? Antes de qualquer coisa, é importante que você se sente com seu médico para discutir sobre todos os aspectos que envolvem a fertilização in vitro, tirando todas as suas dúvidas, alinhando expectativas e entendendo como todo o processo funcionará. “Geralmente, o primeiro passo da fertilização in vitro é a realização de exames para garantir a saúde do casal e investigar as causas da infertilidade, o que pode incluir ultrassons, exames de sangue, espermogramas, avaliações hormonais e testes para detectar doenças como HIV, hepatites e sífilis”, explica o médico. “Caso o médico avalie que o casal está para se submeter ao procedimento, é necessário que a mulher passe por um processo de indução medicamentosa da ovulação para que os óvulos sejam coletados e fecundados em laboratório. Em seguida, o embrião é reposicionado no interior do útero”.

Quais as chances de gravidez por fertilização in vitro? Segundo o Dr. Rodrigo, a fertilização in vitro, no geral, possui altas taxas de sucesso, com chance de gravidez de 50 a 60%. “No entanto, o índice de sucesso do procedimento pode variar de paciente para paciente, já que depende de fatores como idade da mulher, histórico de saúde e causa da infertilidade. Logo, é importante que a paciente se informe com o médico sobre as chances de sucesso do procedimento especificamente em seu caso”, completa o médico.

Quais as chances de a gravidez ser múltipla? Apesar das chances de gêmeos serem concebidos pela fertilização in vitro serem maiores do que por meio de fertilização natural, que em apenas 1% dos casos resulta em gestação múltipla, a grande maioria das gestações após o FIV são únicas. No geral, apenas cerca de 25% das gestações provenientes do procedimento resultam em dois ou mais bebês. Mas, assim como o sucesso do procedimento, as chances de gêmeos também podem variar de acordo com o caso. “O aumento na probabilidade de gestação múltipla após a fertilização in vitro depende da quantidade de embriões que são implantados no útero da mulher, que varia de acordo com a idade da paciente. Como mais embriões são transferidos para o útero da mulher conforme envelhece, as chances de gêmeos serem concebidos após o procedimento tendem a ser maiores com o passar da idade”, diz o especialista. “Felizmente, já é possível que os melhores embriões sejam selecionados para implantação no útero por meio de testes genéticos. Além disso, os embriões podem ser cultivados em laboratório até estágios mais tardios, o que garante maiores chances de sobrevivência dentro do útero. Esses avanços garantem uma escolha assertiva dos embriões, o que faz com que seja necessário que menos embriões sejam implantados no útero, diminuindo assim o risco de múltiplos bebês”.

Por quanto tempo os óvulos podem ficar congelados? Verifique com o médico por quantos anos os óvulos que não serão usados poderão ser mantidos congelados, o que é especialmente importante para casais que desejam ter mais um de filho, visto que possuir os óvulos já congelados ajuda a economizar tempo e dinheiro. “Quando o congelamento é realizado por profissionais experientes em clínicas qualificadas, é possível manter os óvulos congelados por um longo período. Em 2020, por exemplo, um bebê nasceu de um embrião congelado por 27 anos”, destaca o médico. “Isso é possível graças à técnica de vitrificação, na qual os embriões, após serem submetidos a um processo de desidratação, são rapidamente congelados a uma temperatura de 196°C negativos. Dessa forma, a qualidade do embrião é preservada, visto que não há formação de cristais de gelo ou danos celulares, o que faz com que sua sobrevivência ao descongelamento seja de 95%”.

A clínica possui um programa de doação de óvulos? Caso você não queira ter outro filho, é interessante verificar com a clínica se eles possuem um programa de ovodoação para os óvulos não usados. “Apesar de ser menos comentada, a ovodoação é tão importante para os procedimentos de reprodução assistida quanto a doação do sêmen, sendo um ato solidário, anônimo e sem fins lucrativos que consiste, basicamente, na doação de seu óvulo para que seja fecundado em laboratório e implantado no útero de outra mulher, o que possibilita que a paciente engravide mesmo após ter esgotado todas as possibilidades de tratamento com os próprios óvulos”, afirma o obstetra.

Qual o custo do procedimento? Por ser um procedimento muito complexo, a fertilização in vitro possui um alto valor agregado. “Porém, o custo do tratamento só pode ser dado em consultório, pois uma série de fatores podem influenciá-lo, incluindo a quantidade de consultas e exames necessários, o valor cobrado pela equipe médica, os medicamentos prescritos e a coleta e o congelamento do material biológico. Por isso, a melhor maneira de saber o valor exato do procedimento no seu caso é consultando um médico, que, após uma avaliação aprofundada, poderá dizer o custo exato da fertilização in vitro”, finaliza o Dr. Rodrigo Rosa.

FONTE: *DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo. Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

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