O LDL, conhecido como “mau colesterol”, pode gerar acúmulo de placas de gordura nas artérias, o que dificulta a passagem de sangue, e prejudica a saúde cardiovascular. Algumas mudanças na rotina podem ajudar
O Ministério da Saúde estima que quatro em cada 10 brasileiros tem colesterol alto. Muitas pessoas sofrem com o problema mesmo quando praticam atividade física ou levam uma vida aparentemente saudável. “A redução do colesterol é uma das coisas mais importantes a se fazer para promover a saúde geral do coração. Infelizmente, poucas pessoas entendem as etapas essenciais para atingir essa meta. Além de reduzir a ingestão de determinados alimentos, o aumento do consumo de gorduras saudáveis e fibras pode ajudar”, o médico nutrólogo e cardiologista Dr. Juliano Burckhardt, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). “Apesar de seguir uma dieta saudável, algumas pessoas ainda podem ter colesterol alto. Isso pode ser algo que eles herdaram. Existe uma condição chamada hiperlipidemia familiar que é hereditária e causa colesterol alto. Essas pessoas necessitam de alimentação ainda mais equilibrada e orientada”, acrescenta o cardiologista.
Segundo o Dr. Juliano, o colesterol é uma gordura que já é produzida pelo organismo, mas existe dois tipos: LDL e HDL. O primeiro tipo, LDL, é o que conhecemos como “mau colesterol”. “Em excesso, ele pode gerar o acúmulo de placas de gordura nas artérias, impedindo ou dificultando a passagem do sangue. Enquanto o LDL é considerado prejudicial ao corpo, o HDL é considerado protetor. Em excesso, o bom colesterol é decomposto e removido do corpo. Combinado ao alto nível de açúcar no sangue, o colesterol LDL pode aumentar o perfil inflamatório no organismo e levar a graves complicações, como AVC ou infarto”, diz o cardiologista.
O colesterol é produzido pelo fígado, mas também é encontrado em alguns alimentos. “Apesar disso, é importante lembrar que grande parte do colesterol encontrado no corpo, na verdade, vem de alimentos ricos em gordura saturada. Isso ocorre porque essa gordura é transformada em colesterol pelo fígado”, explica o médico. Abaixo, ele dá cinco dicas especiais para ajudar a reduzir o colesterol ruim:
Inclua as fibras na dieta: As três coisas principais que afetam seus níveis de colesterol são dieta, peso e nível de atividade física. “Começando pela dieta, podemos incluir mais fibras na alimentação. As fibras solúveis auxiliam diretamente no controle de colesterol porque formam um gel solúvel que, no intestino delgado, altera a absorção de colesterol do organismo, reduzindo o risco de doenças do coração”, explica o cardiologista. A fibra solúvel viscosa como a de psyllium, por exemplo, ajuda a reduzir o colesterol LDL total e “ruim” porque forma um gel espesso que retém e ajuda a remover algum colesterol, ácidos biliares e resíduos do intestino, segundo o médico.
Afaste-se das gorduras saturadas e açúcares escondidos: Se sua dieta for extritamente rica em gordura saturada, seus níveis de colesterol no sangue serão mais elevados. “Da mesma forma, se você está acima do peso, também corre um risco maior de colesterol alto. Também tome cuidado com as gorduras e açúcares escondidos. Seja um comedor informado; conheça os ingredientes e leia atentamente os rótulos nutricionais”, afirma o Dr. Juliano. Açúcares ocultos e ingredientes não saudáveis podem aumentar seu peso e piorar o perfil lipídico. “Fique longe de alimentos que contenham altos níveis de gordura saturada, colesterol e fontes ocultas de açúcar, como xarope de milho com alto teor de frutose e algumas dextrinas”, conta.
Tente aumentar a atividade física: Dicas simples como subir escadas, se movimentar mais, fazer caminhadas e exercícios diariamente são atitudes que ajudam a diminuir o colesterol. “Ser ativo por 30 minutos na maioria dos dias pode ajudar a reduzir o colesterol ruim e aumentar o colesterol bom”, explica o cardiologista. Como um estilo de vida saudável requer motivação e encorajamento, arranjar um amigo de treino pode ajudar.
Adicionar boas fontes de gordura à dieta: O DHA é a abreviação de ácido docosahexaenóico, um ácido graxo poli-insaturado. “A ingestão regular de DHA pode ajudar na função cardíaca adequada e ajudar a diminuir os níveis de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e aumentar os níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL), ou o colesterol ‘saudável’”, explica o médico nutrólogo e cardiologista. Segundo o Dr. Juliano, fontes populares de DHA são salmão, sardinha e atum, mas se você não é fã de frutos do mar, é possível suplementar com óleo de peixe ou, se você não gosta do sabor de peixe, tentar suplementos vegetarianos feitos de DHA de algas.
Desista de vez do cigarro: Se você fuma, saiba que as inúmeras substâncias tóxicas presentes no cigarro podem oxidar o colesterol bom e a consequência disso é catastrófica: ele é transformado em colesterol ruim (LDL). “A oxidação também leva a inflamações nas artérias que podem resultar na formação de placas de gordura, entupindo os vasos. Então o hábito de fumar é um dos mais nocivos para a saúde do coração”, diz o médico. O médico destaca ainda que o colesterol apresenta o lado A e o lado B , ou seja ; é prejudicial quando em excesso , porém quando está deficiente ou quando o paciente usa as “estatinas” sem acompanhamento Médico , isso também pode ter efeitos adversos , como sobrecarga hepática , queda do rendimento físico , cãimbras , deficts de memória , pois a molécula mão do colesterol “ Peridrocliclopentanofenantreno “ é a que estimula a produçãoo dos hormônios esteroidais que são fundamentais para a homeostase e equilíbrio do organismo.
Mas o mais importante é buscar orientação médica cardiológica e nutrológica. “Melhorar os hábitos de vida com o objetivo de diminuir os riscos cardiovasculares é uma excelente estratégia, mas a consulta médica fornece um acompanhamento personalizado para o paciente”, finaliza o Dr. Juliano.
FONTE:
*DR. JULIANO BURCKHARDT: Médico Nutrólogo e Cardiologista, membro Titular da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). É membro da American Heart Association e da International Colleges for Advancement of Nutrology. Mestrando pela Universidade Católica Portuguesa, em Portugal, atuou e atua como docente e palestrante nas suas especialidades na graduação e pós-graduação. O médico tem certificação Internacional pela Harvard Medical School, para tratamento da Obesidade. É diretor médico do V’naia Institute.