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Cresce a percepção de corrupção no Brasil, entre representantes do setor da Saúde

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Enquete foi realizada durante reunião do Instituto Ética Saúde, com a presença de lideranças de associações setoriais de importadores, fabricantes nacionais, distribuidores, medicina diagnóstica, médicos e cirurgiões dentistas, hospitais, indústria farmacêutica, auditores em saúde, organização social de saúde e Instituto Ethos

Integrantes do Conselho Consultivo do Instituto Ética Saúde – formado por entidades que representam a indústria da saúde, hospitais, laboratórios, médicos, cirurgiões dentistas e enfermeiros – têm a percepção de que corrupção cresceu no setor, no Brasil, durante a pandemia. A pesquisa foi aplicada durante a 18ª Reunião do Conselho, realizada no dia 16 de junho. Participaram Abimed, Abimo, Abiis, Abraidi, Abramed, Anahp, Audif, CBDL, CBCTBMF, Fehosp, Ibross, Interfarma, Instituto Ethos, Observatório Social do Brasil, SBC, SBHCI, Sbot e Sobecc, além dos integrantes do Conselho de Ética e de Administração do IES, que também votaram.

Para 91% dos presentes, a percepção de corrupção aumentou, desde o início da crise sanitária, e para 9% ela permanece igual. “Apesar de estarmos falando da opinião de alguns agentes, este dado é muito relevante. Primeiro, pois temos um grupo altamente representativo do setor da saúde, logo, podemos extrapolar este sentimento para os demais agentes da cadeia. Temos, portanto, um segmento onde a credibilidade é um fator crítico que atravessa uma crise de confiança. Quando isso acontece, a percepção de risco fica exacerbada, os investimentos se retraem e mais recursos são drenados das atividades fim (promoção da saúde) para atividades de controle”, salientou o presidente do Conselho de Administração do Instituto, Eduardo Winston.

O executivo de Relações Institucionais do IES, Carlos Eduardo Gouvêa, que conduziu o encontro, acrescentou que “o resultado mostra que existe uma necessidade enorme de ações concretas e não somente de curto prazo. A mudança geracional é o que vai, de fato, promover uma mudança sustentável no longo prazo. Precisamos fazer ações que marquem profundamente e que deixem um legado”.

Na reunião, foram apresentados dois projetos do Instituto Ética Saúde para o segundo semestre: o Fórum das Américas de Ética na Saúde, que o IES ajuda a organizar, e a Pesquisa de Percepção da Corrupção no Brasil, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, através do FGVethics.

O Fórum das Américas (“Americas Health Ethics Virtual Forum”) será nos dias 17 e 18 de agosto, em Brasília, com o tema ‘Promovendo Integridade em um Mundo Pós Pandemia’. “Lideranças de governo, indústria e sociedade civil de vários países vão focar no reforço da ética e integridade nos negócios por todos os sistemas de saúde do Ocidente. Haverá ainda o lançamento da atualização do Marco de Consenso Brasileiro para Colaboração Ética em Saúde, que é uma iniciativa do Instituto Ética Saúde, unindo representantes de toda a cadeia de valor do setor”, adiantou Gouvêa.

Outro grande projeto é a Pesquisa de Percepção da Corrupção no Brasil, que já está em desenvolvimento junto com a FGV, com quem o IES tem Acordo de Cooperação firmado. “Vamos desenvolver uma metodologia para identificar e mapear os riscos de corrupção no setor da saúde no Brasil e estimar o custo das práticas antiéticas e da falta de transparência. Com os resultados em mãos, poderemos aprimorar as ações de prevenção e controle dos desvios éticos, para alcançarmos as metas estabelecidas para o setor”, explicou o executivo de Relações Institucionais do Instituto.

Eduardo Winston reforçou a importância da participação de todos os atores do setor na iniciativa. “Esse esforço de desenvolver parâmetros mais éticos para a saúde no Brasil não é e não pode ser uma prerrogativa única do Instituto. Quanto mais entidades e segmentos assumirem essa bandeira, mais efetivo será nosso trabalho. Lá na frente, vamos olhar para trás e ver o resultado prático: um ambiente mais sustentável e transparente, livre de ações antiéticas”, finalizou.

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