Lançamento de edifícios residenciais e apartamentos novos também aumentou 30% em 2020 em relação a 2019
Dados divulgados pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) mostram que o setor vem superando as turbulências econômicas causadas pela pandemia. Prova disso é que, em janeiro e fevereiro de 2021, a venda de apartamentos novos em Curitiba registrou aumento de 42,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. O cenário favorável verificou-se também no número de lançamentos de edifícios residenciais e apartamentos novos, que cresceu 30% em 2020 em relação a 2019. De acordo com a pesquisa da Ademi, foram identificados nesse período 56 novos empreendimentos e 2.882 imóveis que estrearam no mercado imobiliário curitibano.
Especialistas de mercado apontam que a baixa taxa de juros do financiamento habitacional – que em 2020 alcançou o seu menor patamar – facilitou a vida para quem deseja realizar o sonho do imóvel próprio. Mesmo com o recente aumento para 4,25%, a Selic tem possibilitado a aprovação de créditos que ampliam a capacidade de compra dos consumidores. Esta, por sua vez, também é facilitada pelas parcelas reduzidas dos financiamentos imobiliários. “Sem dúvida esse cenário dos juros reduzidos ajudou a impulsionar o setor, percebemos isto no dia a dia com o aumento da procura e também das vendas. Na nossa construtora, 2020 foi um ano bastante favorável, com crescimento de 60% nas vendas em relação ao ano anterior. Em 2021, a expectativa é de um crescimento ainda maior, entre 80% e 90%”, comenta a diretora de marketing da Realmarka Construções, Jacqueline Grippe.
A previsão otimista também encontra eco nos representantes do setor. A Ademi-PR projeta que no segundo semestre de 2021 o volume de lançamentos e ofertas deve ser ainda maior. Nos primeiros dois meses deste ano, em Curitiba, mais de mil unidades de novos apartamentos foram comercializadas para atender aos novos hábitos de consumo desencadeados pela pandemia. As principais demandas dos clientes são por imóveis para compra, em detrimento do aluguel, e por empreendimentos com espaços com home office, por exemplo, que ganharam força devido à nova configuração dos imóveis impulsionada pela pandemia. “A procura por esse tipo de imóvel inteligente, com espaço adequado para a instalação de um escritório dentro de casa, têm crescido muito. Os empreendimentos da Realmarka com essa configuração tem sido um sucesso de vendas”, comenta Jacqueline.
Poupança
Outro fator que ajudou a impulsionar o crescimento do setor imobiliário foi a caderneta de poupança. Segundo levantamento da Agência Brasil, diante das incertezas trazidas pela pandemia, houve um crescimento significativo na captação da poupança – economia financeira que tem colaborado de forma decisiva para a compra do imóvel próprio.
A pesquisa revela que o montante poupado obteve um salto de quase 17% entre maio de 2019 e maio de 2020, fazendo a captação líquida da poupança atingir R$ 166,3 bilhões no último ano, a maior da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995.