O Dia Mundial da Esclerose Múltipla, celebrado em 30 de maio, é voltado para a conscientização da doença. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, afeta cerca de 40 mil brasileiros. A data foi criada para unir as pessoas portadoras da patologia em todo o mundo, assim como para promover o conhecimento sobre o tema.
A doença neurológica é considerada autoimune, progressiva e crônica. Por motivos que podem ser genéticos ou ambientais, ocorre um desequilíbrio no sistema imunológico do paciente, que começa a agredir a bainha mielina (capa de tecido adiposo que protege suas células nervosas), comprometendo a função do sistema nervoso.
Em geral, a Esclerose Múltipla acomete pessoas entre 20 e 40 anos, provocando dificuldades motoras e sensitivas e pode apresentar sintomas iniciais diversos. “A maioria das pessoas começa a ter problemas motores no início da doença, mas os primeiros sintomas também podem ser uma deficiência na visão ou um problema psíquico”, afirma o médico convidado pela Prati-Donaduzzi, Eduardo Motti.
Existem diferentes tipos da doença:
- Esclerose múltipla remitente-recorrente (EMRR) – possui períodos de melhora, e outros de recaídas, que podem durar de dias até anos.
- Esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP) – caracterizada por quadro mais grave em que o doente não se recupera das crises e fica com sequelas definitivas, como a perda total da visão.
- Esclerose múltipla progressiva com surtos (EMPS) – quando a doença se desenvolve de maneira mais rápida e agressiva.
- Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP) – possui a característica de piora da doença de forma gradativa.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base em estudo clínico e nos sinais relatados pelo paciente, que são analisados e confirmados por um neurologista. Para ajudar na confirmação da suspeita de Esclerose Múltipla, o especialista deve solicitar exames de sangue, além de exame de imagem, como a ressonância magnética. Dessa forma é possível fazer uma avaliação mais profunda, descartando a possibilidade de um diagnóstico errôneo.
Os sintomas da Esclerose Múltipla podem ser confundidos com outras enfermidades e têm característica intermitente, ou seja, podem surgir e desaparecer periodicamente. Motti explica que, em caso de problemas motores, por exemplo, pode parecer que o paciente teve um AVC. Portanto, os sinais precisam ser acompanhados e avaliados por um médico especialista, que acompanhando o paciente poderá definir precisamente o diagnóstico.
Os principais sintomas decorrentes da Esclerose Múltipla são:
- Problemas de visão como visão borrada;
- Rigidez muscular;
- Espasmos;
- Fadiga;
- Urgência urinária;
- Lapsos de memória e de atenção;
- Dormência e formigamento em diferentes partes do corpo;
- Problemas para manter o equilíbrio;
- Dificuldade no andar.
Tratamentos
A Esclerose Múltipla, por ser uma doença autoimune, não tem cura, mas os tratamentos existentes possuem boa eficácia contra os principais sintomas, e ajudam o paciente a viver com mais qualidade e conforto.
Os principais objetivos do tratamento são diminuir a fase mais crítica da doença e tentar prolongar o intervalo entre os surtos. Para isso, é feito o uso de medicamentos para controle do sistema imunológico, o que dificulta o ataque das células de defesa do organismo. O intuito é evitar que as crises aconteçam.
Além do acompanhamento médico e uso dos medicamentos, é indicado que os pacientes façam atividades físicas para fortalecer os ossos e ajudar a combater os efeitos da doença no corpo, além de fisioterapia para ajudar na reformulação do ato motor, isso em conjunto com períodos de repouso para evitar esforços desnecessários. “A reabilitação motora feita por meio de fisioterapia e atividades físicas é um aspecto importante do tratamento”, conclui o médico.