Um maio de bons resultados e de recuperação de alguns setores-chaves da indústria paranaense. É assim que os especialistas avaliam os resultados da atividade de comércio exterior divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia. O Paraná exportou US$1,932 bilhão em maio. Importou US$ 1,54 bilhão. Assim, o saldo da balança comercial do estado ficou em US$ 384,6 milhões.

Apesar dos números, o estado é apenas o sexto colocado no ranking das exportações brasileiras, representando 7,7% do total que é vendido para fora do país (US$ 27 bilhões em maio). Considerando os compradores, o Paraná tem uma participação maior, de 8,8%, e é o quarto estado que adquiriu produtos de fora.

Mesmo assim, este foi o melhor maio para as exportações paranaenses desde 2012, quando foram negociados US$ 2 bilhões, e o melhor resultado mensal desde novembro de 2018 (US$ 3,1 bilhões). Dois bons indicadores confirmam o bom momento. O crescimento acumulado de janeiro a maio deste ano, em 12,5% em relação a igual intervalo de 2020. E o de 42% em relação ao mesmo mês do ano passado.

O principal produto da pauta exportadora paranaense é soja (US$ 811 milhões), ou seja, 42% de tudo que o estado vendeu para fora do país em maio. Depois vem as carnes (US$ 257,9 milhões ou 13%), seguido por madeira (US$ 175 milhões ou 9%) e material de transporte (US$ 152,7 milhões ou 8%).

Os principais parceiros para os produtos do Paraná são a China, que ficou com 33% de tudo que o estado exportou em maio (US$ 638,83 milhões). Estados Unidos (8%), Argentina (5%) e Coreia do Sul (4%) são outros compradores importantes. Além de ser o maior cliente de complexo soja (64%), a China também comprou 20% de toda a carne vendida pelo Paraná em maio, seguida por Hong Kong (6%). Já a madeira, 62% tiveram como destino os Estados Unidos (US$ 108,6 milhões).

Para o economista da Federação das Indústrias do Paraná, Marcelo Alves, o bom desempenho de alguns segmentos-chave da indústria justifica o resultado. Um exemplo é material de transportes. “O setor automotivo, que sofreu um impacto forte da pandemia no ano passado, triplicou as vendas agora. Saiu de US$ 49 milhões, em maio de 2020, para US$ para 152 milhões agora”, destaca.

“As vendas de soja, carnes e madeira também cresceram substancialmente na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Com estes produtos aumentando sua participação na pauta de exportações, com retomada de posição em patamares mais elevados em relação ao ano passado, e outros revertendo um cenário ruim, a recuperação se mostra bem consistente do ponto de vista econômico”, completa.

Importações

Em maio, os principais produtos comprados pelo estado no exterior foram produtos químicos (US$ 453 milhões), petróleo (US$ 217 milhões), material de transporte (US$ 203 milhões), produtos mecânicos (US$ 154 milhões) e materiais elétricos e eletrônicos (US$ 135 milhões).

Na pauta de importações o maior destaque é para adubos e fertilizantes usados no agronegócio. Mas o economista avalia ainda a participação de produtos utilizados na indústria automotiva. “A aquisição destes itens sinaliza que o setor, que vem registrando uma melhora, pode estar apostando numa retomada da produção aqui no estado”, conclui Alves.

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