Maus hábitos de vida têm contribuído para o aumento de diabetes

Cardiologista do Grupo Hospitalar São Vicente alerta para a necessidade de mudanças que a população precisa fazer em seu dia a dia

A diabetes é uma doença que está se tornando mais comum entre a população. Segundo o cardiologista Dr. Rubens Zenobio Darwich, do Grupo Hospitalar São Vicente, tem se observado um aumento da incidência dessa doença devido aos hábitos atuais. “Neste momento de isolamento pela pandemia do coronavírus, as pessoas estão ficando mais em casa, consequentemente se alimentam mal. Assim, a obesidade que está se tornando uma pandemia do mundo moderno e um dos fatores para o surgimento da diabetes, vem aumentando na população devido a hábitos da modernidade e alimentação inadequada”, afirma.

Dr. Zenobio orienta para que as pessoas fiquem atentas aos seus hábitos e não se descuidem das práticas saudáveis. Ele destaca que é fundamental a adoção de uma alimentação mais adequada, com a maior ingestão de alimentos como frutas, legumes, verduras, grãos diversos, oleaginosas, tubérculos, raízes e carnes magras, a diminuição do consumo de produtos industrializados e sempre beber muita água. “É recomendado fazer, semanalmente, ao menos, 150 minutos de exercícios físicos para evitar o sobrepeso, largar o tabagismo e consumir menos bebidas alcoólicas”, diz e destaca: “Os hábitos de vida precisam ser mudados. Em épocas atuais em que todo mundo desleixou com a dieta, não fez atividade, há piora dos níveis de glicose.”

A diabetes é caracterizada pelo aumento da glicose no sangue, que acontece por causa de problemas na produção ou ação da insulina gerada pelo pâncreas. A doença é dividida em tipo 1, que geralmente surge na infância ou adolescência devido a uma deficiência de insulina, e o tipo 2, a mais comum entre a população, quando o organismo não consegue usar a insulina ou o pâncreas não tem uma produção suficiente.

Os níveis adequados da glicose dependem da situação de cada paciente e são avaliados pelo teste de hemoglobina glicada. “Um paciente jovem, sem complicações, pode ter um nível menor para evitar complicações. Já alguém idoso, com outras comorbidades, o nível precisa ser maior, pois tem tolerância menor a hipoglicemia (baixa de glicose no sangue), que também precisa ser controlada”, exemplifica Dr. Rubens Zenobio Darwich.

Risco elevado para doenças cardiovasculares
“O paciente diabético tem alto risco de desenvolver doenças do sistema cardiovascular”, alerta o cardiologista do Grupo Hospitalar São Vicente. A diabetes causa o acúmulo de gorduras nas artérias do coração, do cérebro, da aorta e membros inferiores, levando à diminuição do fluxo de sangue durante o bombeamento do sangue pelo coração. “Com isso, podem ocorrer infartos, amputação de membros e AVC”, salienta.

Somente em 2021, mais de 190 mil pessoas já morreram devido às doenças cardiovasculares, segundo dados do Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Essas doenças também são um dos fatores de risco para o agravamento da Covid-19.

A diabetes não causa sintomas, por isso somente com avaliação médica é possível fazer o diagnóstico. “É fundamental fazer exames periódicos. A diabetes é uma doença que precisa de cuidados, consultas ao cardiologista e tratamento correto para evitar complicações”, diz.

Ele lembra ainda que “quem tem parentes de primeiro grau com diabetes, tem mais chance de ter a doença”. “Para esses casos é importante que a pessoa sempre fazer as dosagens de seus exames de laboratório”, orienta.

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