O que esperar dos projetos imobiliários daqui para frente?

A novos “costumes” trazidos pela pandemia refletiram na forma de morar, por isso, novos clientes somente serão conquistados se os novos projetos forem atualizados de maneira a se adequar e suprir às demandas geradas

O que esperar dos projetos imobiliários daqui para frente?
Freepik.

Home office, homeschooling, home care e outros home’s arbitrados pela pandemia de Covid-19 já foram incorporados ao dia a dia das pessoas. Assim como já entendemos que é possível ter ganhos de produtividade aliados a uma melhor qualidade de vida, desde que possamos contar com ambientes que, além de tecnológicos, primem pela privacidade, conforto térmico, níveis ótimos de insolação, iluminação natural e isolamento acústico. Diante desta realidade, o que esperar dos projetos imobiliários daqui para frente?

O inimaginável tornou-se real e refletiu na forma de morar. E este é um caminho sem volta. Novos clientes somente serão conquistados se os novos projetos forem atualizados de maneira a se adequar e suprir às demandas geradas. E aí entram os conceitos de engenharia capazes de se impor perante as adversidades da natureza, buscando a adaptação ao meio em que vivemos. O engenheiro civil Carlos Eduardo Bueno Noleto, CEO do Grupo Avantti, destaca dois deles.

Um é o conceito da ergonomia. O mobiliário, por exemplo, além de decorar os ambientes, deverá ser confortável, permitindo ter medidas ajustáveis para seu usuário, de forma a garantir longos períodos de trabalho, estudo ou lazer, sem comprometer a sensação de bem-estar, aponta Noleto.

Outro conceito é o de ambientes multiuso. “Espaços que permitam a descompressão através da prática de exercícios físicos, da reflexão, da oração, de uma boa leitura ou de um simples relaxamento passam agora a ser fundamentais na composição de um bom projeto, no qual quartos admitem o home office, sacadas comportam espaço fitness e escritórios permitem a meditação”, afirma ele.

Noleto destaca ainda as soluções tecnológicas. Os lares brasileiros, que já seguiam uma tendência crescente de digitalização, estão sendo agora forçados a tornarem-se mais rapidamente digitais. Recheados de infraestrutura eletrônica, os lares são mais capazes de dar as boas-vindas não só à já conhecida Alexa, da Amazon, mas a futuros entes familiares robotizados, que com suas conexões via wifi, bluetooth, fibra ótica, supercondutores, navegarão pelos mais variados universos digitais. “Isso permite níveis extremos de assistência e automação e, por conseguinte, conforto habitacional.”

Espaços externos

A reclusão imposta pelas medidas sanitárias impostas levou a uma maior valorização dos momentos em casa, mas não podemos deixar de valorizar o contato com o meio ambiente, com a natureza, com o verde ao ar livre. Por isso prever espaços com infraestrutura de drenagem e irrigação para o cultivo de hortas e/ou plantas ornamentais torna-se necessário. “Assim, os conceitos ligados à biofilia podem ser desvendados e mostram-se viáveis para a busca de uma vida equilibrada diante de um novo modo de se relacionar com o mundo”, diz.

Não se pode esquecer que o ambiente corporativo também passa por adaptações. Para Noleto, não haverá extinção destes locais de trabalho, mas sim a imposição de melhorias que garantam elevados níveis de bem-estar dos colaboradores, evitando as aglomerações e criando espaços que sejam cada vez mais sustentáveis. “Ou seja, mais naturalmente iluminados, mais ventilados, com mais áreas de terraços e jardins e que permitam ser atualizados na medida em que surjam novas tendências e novas tecnologias.”

As grandes torres envidraçadas, com seus indispensáveis equipamentos de ar condicionado, sem ventilação natural, tendem a ser evitadas pelo universo corporativo, o qual já se inclina definitivamente em busca dos conceitos biofílicos como forma de garantir o contato com meio ambiente e assim gerar um bem-estar empresarial capaz de proporcionar importantes níveis de satisfação e produtividade.

É importante destacar, ainda, que o ambiente pandêmico também deflagrou uma maior preocupação com as práticas sustentáveis, avalia Noleto. Segundo ele, os projetos arquitetônicos devem preconizar o uso consciente dos recursos naturais, “especificando materiais que causem o menor impacto possível ao meio ambiente, incentivando o uso de fontes de energia limpa ou renováveis, tais como aquecimento solar, sistema de iluminação fotovoltaica, geração de energia eólica, entre outros.”

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