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Rim e bexiga: os tipos mais comuns de cânceres do trato urinário. Antecipar o diagnóstico é fundamental

Alguns tipos de câncer podem afetar o trato urinário, como é o caso do câncer de bexiga e do câncer nos rins. O que poucas pessoas sabem é que os sintomas, nos dois casos, podem ser bastante semelhantes. Dessa forma, é importante estar atento e sempre procurar o médico, caso note algo diferente.

Nos meses de junho e julho, em que acontecem respectivamente a conscientização do câncer de rim – mais comum entre pessoas de 65 a 74 anos1 – e do câncer de bexiga – que acomete, principalmente, pessoas com idade superior a 55 anos2–, especialistas alertam sobre a importância da observação dos sintomas e da rápida procura pelo médico para que o correto diagnóstico seja precoce e o mais assertivo possível.

Em relação aos sintomas ligados aos dois tipos de cânceres, há muita similaridade. Em ambos os casos o paciente pode sentir dor ao urinar, cansaço excessivo, perda de apetite, perda de peso sem causa aparente, dor lombar (principalmente no câncer renal) e, ainda, presença de sangue na urina. Entre os principais fatores de risco para o câncer de rim estão a obesidade, o tabagismo e a hipertensão3. Já no caso do câncer de bexiga, temos como principal fator de risco o tabagismo, responsável por 65% dos casos em homens e 25% em mulheres, segundo uma pesquisa realizada pela equipe de urologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) .Tanto o câncer de rim quanto o de bexiga são mais comuns em homens1-8.

Como é realizado o diagnóstico?

O nefrologista ou urologista são especialistas que possuem um papel importante no diagnóstico precoce de cânceres do trato urinário. É importante que o médico seja procurado assim que os primeiros sintomas forem identificados. Quanto antes o diagnóstico for feito, maior é a chance de sucesso no tratamento.

Para se ter uma ideia, em 20% a 30% dos casos do câncer de rim, a doença é diagnosticada já em estágio avançado5. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, em 2018, foram identificados mais de 6 mil novos casos de câncer de rim no Brasil6. Em relação ao câncer de bexiga, de acordo com estimativas, a cada ano do triênio 2020-2022, serão diagnosticados mais de 10 mil novos casos no país7.

Segundo o Dr. Sandro Cavallero, oncologista clínico do Centro de Tratamento Oncológico (CTO) em Belém (PA), é importante observar quais são os sintomas, há quanto tempo eles apareceram e explicar de forma mais detalhada possível ao médico o que está acontecendo. “O nosso corpo sempre dá sinais de que algo não vai bem e nenhum tipo de desconforto no trato urinário deve ser ignorado. Precisamos ficar atentos aos sinais, além de, claro, não deixarmos de fazer nossos exames de saúde, o famoso “check up”, periodicamente, explica.

Novidades para câncer de rim e bexiga

Por sua incidência, esses dois tipos de câncer entraram, nos últimos dois anos, na esteira de inovação da indústria farmacêutica para novos produtos. Só no último ano, foram lançados no Brasil medicamentos pertencentes à classe da imunoterapia (aqueles que ajudam nosso sistema imune a combater o câncer) e combinações de imunoterapia com terapia-alvo que trazem um benefício importante para os pacientes.

Para se ter uma ideia, a aprovação da ANVISA para a combinação de um imunoterápico com uma terapia-alvo, por exemplo, comprovou reduzir significativamente em 31% o risco de progressão ou morte do câncer de rim avançado. E mais recentemente, os pacientes com carcinoma urotelial (o tipo mais comum de câncer de bexiga) puderam ter acesso no Brasil à primeira imunoterapia a prolongar significativamente a sobrevida global dos casos localmente avançados ou metastáticos9-10.

“Nós, oncologistas, vemos a chegada de novas opções terapêuticas ao Brasil com muita esperança. Isso nos dá mais flexibilidade para avaliar cada tipo específico de câncer do trato urinário com uma abordagem mais assertiva e adequada, em decisão conjunta com o paciente”, finaliza o doutor.

Referências

  1. Ljungberg B, Campbell S and Cho H. The Epidemiology of renal cell carcinoma.European Urology. 2011;60:615-621
  2. Instituto Oncoguia. Estatística para Câncer de Bexiga. Disponível emhttp://www.oncoguia.org.br/conteudo/estatistica-para-cancer-de-bexiga(último acesso em junho.21)
  3. Instituto Oncoguia. Fatores de risco para Câncer de Rim.http://www.oncoguia.org.br/conteudo/fatores-de-risco-para-cancer-de-rim/5509/1132/(último acesso em junho.21)

4.ICESP – Instituto do Câncer do Estado de São Paulo: http://www.icesp.org.br/sala-de-imprensa/noticias/291-cigarro-e-responsavel-por-65-dos-casos-de-cancer-de-bexiga-em-homens

  1. Ljungberg B, Campbell S and Cho H. The Epidemiology of renal cell carcinoma.European Urology. 2011;60:615-621
  2. Instituto Oncoguia. Disponível em:http://www.oncoguia.org.br/conteudo/inca-envia-ao-oncoguia-dados-ineditos-sobre-incidencia-de-cancer-de-rim/11958/999/(último acesso em junho.21)
  3. INCA (Instituto Nacional do Câncer). Disponível emhttps://www.inca.gov.br/estimativa/sintese-de-resultados-e-comentarios(último acesso em junho.21)
  4. INCA (Instituto Nacional do Câncer) – Tipos de câncerhttps://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-bexiga(último acesso em junho.21)
  5. Powles T, Park SH, Voog E, et al.  Avelumab Maintenance Therapy for Advanced or Metastatic Urothelial Carcinoma. N Engl J Med. 2020 Sep 24;383(13):1218-1230.
  6. Grivas P, Park SE, Voog E, et al. Avelumab 1L maintenance + best supportive care (BSC) vs BSC alone with 1L chemotherapy for advanced urothelial carcinoma: subgroup analyses from JAVELIN Bladder 100.Presented at ESMO 2020.

 giuliana.goncalves@iccom.com.br

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