Cidades inteligentes são um imperativo para a retomada econômica

“O mundo pós-pandemia possui características muito similares ao panorama das smart cities. Vivemos a transformação digital de negócios, de escritórios e a propagação do modelo de trabalho home office. As cidades introduziram novas tecnologias de rastreamento e plataformas de reports sobre o status de saúde de suas populações. Governos digitais estão se tornando uma norma, ampliando a dimensão sobre o que significa ‘ser digital’ em uma cidade.” A análise é do especialista colombiano em negócios Carlos Ronderos, diretor executivo para a América Latina do World Trade Centers Association (WTCA).

Ex-ministro do Comércio da Colômbia, Ronderos falou sobre as estratégias para o desenvolvimento de negócios e cidades mais inteligentes em webinar realizado na última quinta-feira (1º) pelo World Trade Center (WTC) Curitiba e Joinville. A live “Smart Cities Latam: Cases and Strategies for Economic Development” é uma iniciativa em parceria com a rede global de mais de 320 escritórios do WTCA e está disponível, em inglês, no canal do Youtube do WTC Curitiba.

“As cidades inteligentes que estão emergindo são aquelas que oferecem infraestrutura e ferramentas, digitais e não digitais, para atender às necessidades da população no chamado ‘novo normal’. Isso se dá de várias formas, com os recursos da telemedicina, dos escritórios inteligentes, além das soluções que já eram rotina no ecossistema de smart cities. Essas facilidades são oferecidas pelos escritórios e eventos promovidos pelo WTC em todo o mundo”, reforçou o executivo.

O dilema dessa nova realidade, segundo Ronderos, é que as pessoas estão cansadas de conciliar o espaço de trabalho com a vida familiar no ambiente doméstico. “O lado prejudicial é perder ou reduzir as interações sociais com colegas, as confraternizações presenciais e viagens de trabalho. Curiosamente, um estudo conduzido pela Microsoft revela que 70% da força de trabalho desejam ter flexibilidade e 45% preferem que o modelo de home office permaneça. Isso se deve a fatores como as horas que eram perdidas em engarrafamentos no trânsito, e às reuniões presenciais intermináveis, que hoje podem ser resolvidas mais rapidamente”.

Cidades alvos de investimentos

Mediado por Sandro Vieira, CEO da SmartGreen Tecnologias S/A e presidente do Grupo WTC de Smart Cities, o webinar teve um painel de convidados que contou com as participações de Paulo Mancio, sênior vice-presidente de design, technical & construction da rede Accor; e Caio Castro, sócio-diretor do iCities e vice presidente do Grupo WTC de Smart Cities.

“A economia e as demandas da sociedade já não são mais as mesmas, o que faz com que o mercado busque novas alternativas para atender à população e conviver de forma harmoniosa com a natureza. Com isso, as cidades se tornaram alvo de investimentos inovadores, capazes de usar a tecnologia a favor das necessidades dos cidadãos”, afirma Vieira.

Coworking em hoteis

Uma dessas iniciativas é a adaptação de redes hoteleiras para espaços de coworking. “Smart cities são voltadas para a qualidade de vida das pessoas, que deve ser o objetivo central de todas as estratégias. Na Rede Accor, estamos transformando cada hotel em espaços de coworking, para facilitar o deslocamento em metrópoles como São Paulo, em que se gasta mais de uma hora para ir de uma região até a outra. São os chamados smart solutions hubs, com toda a estrutura e segurança necessárias para um espaço confortável de trabalho, café e restaurante”, detalhou Mancio.

Curitiba, Cidade do México e Medellín

Caio Castro enfatizou o aspecto de atualidade do legado histórico do planejamento urbano de Curitiba, iniciado em 1943 com o Plano Agache. “Assim como Barcelona, a capital do Paraná vem expandindo suas estratégias urbanas há várias décadas, com destaque para o recém falecido prefeito Jaime Lerner, urbanista que inaugurou o primeiro calçadão exclusivo para pedestres no Brasil, em 1972. A cidade foi marcada ainda por uma série de projetos de sucesso como o BRT, rede de transporte urbano integrado; os parques e áreas ambientais preservadas, que auxiliam no controle das chuvas e previnem enchentes; e mais recentemente, em 2017, a criação do ecossistema de inovação chamado Vale do Pinhão, que nos auxiliou a sediar a edição brasileira do maior evento de smart cities do mundo, em 2018 e 2019.”

Ronderos destacou ainda cases de cidades que despontam no ecossistema latino de smart cities. “Além de Curitiba, a Cidade do México também encabeça essa incorporação junto com Santiago (Chile) e Montevidéu (Uruguai). Na Colômbia, o caso mais notável é Medellín, que não só conseguiu incorporar tecnologias de ponta na gestão de diferentes aspectos, mas também criou centros de desenvolvimento tecnológico que envolvem jovens e empresários na rota do desenvolvimento tecnológico, com a ‘Ruta N’, centro de inovação e pesquisa promovido pela cidade”, detalha o executivo do WTCA.

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