Na reportagem da série Feito no Paraná desta semana vamos conhecer alguns luthiers instalados em Curitiba e que fabricam instrumentos de qualidade reconhecida nacional e internacionalmente.
- Mercado paranaense de bebidas emprega 5 mil pessoas e ganha projeção
- Paraná tem empresas de doces e salgadinhos que fazem sucesso no País
O curso de tecnólogo em luteria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi criado em 2009 e por um bom tempo se manteve como o único curso superior nesta área na América Latina. Atualmente, já existe uma formação semelhante na Argentina.
De acordo com o vice-coordenador do curso, Juarez Bergmann Filho, Curitiba tem uma vocação musical muito grande. “Faltava mão de obra mais especializada para fabricação e reparos de instrumentos. Criaram um projeto buscando informações com luthiers locais e surgiu a ideia do curso. São três anos de formação. Atendemos o ingresso de 30 alunos por ano”, afirma.
Bergmann conta que pessoas do Brasil inteiro vêm buscar na universidade qualificação em luteria. O perfil dos alunos é variado: desde aqueles que querem seguir carreira profissional na área até apaixonados por música, interessados em construir instrumentos por hobby.
Os alunos podem escolher uma entre três capacitações: instrumentos de corda elétricos (guitarras e baixos elétricos); instrumentos de corda (cordófonos) dedilhadas (violões e violas brasileiras) e instrumentos de corda a arco (da família do violino).
PIONEIRISMO – É curitibana a primeira luthier formada em instrumentos elétricos do Brasil. Rosanne Machado é a fundadora da Mankato Guitarras, uma marca autoral que cria modelos únicos e confeccionados à moda antiga. “Gosto de dizer que somos uma marca de guitarras tropicais. Usamos apenas madeiras nacionais e todo nosso processo de confecção é igual àquele adotado na década de 1950, com um equipamento sendo produzido por vez”, conta.
Formada pelo curso de luteria da UFPR, Rosanne decidiu devolver à sociedade a oportunidade de formação que teve. Ela atuou como voluntária no projeto Girls Rock Camp, uma colônia de férias organizada por voluntárias visando o empoderamento de meninas de 7 a 17 anos através da música, desenvolvendo a autoestima e a liberdade de expressão. Rosanne viu a necessidade de fornecer às meninas equipamentos de qualidade.
“Eu fui voluntária neste projeto e fiquei encarregada de uma banda. E percebi que tinha muitas meninas de seis, sete anos, não conseguiam tocar porque o instrumento era grande, pesado. Pensei que era uma boa oportunidade de inserir a marca e fazer algo legal. Retornar às mulheres esta capacitação que eu adquiri”, conta.