Ao contrário do que muitas pensam, atraso da menstruação nem sempre é sinônimo de gravidez, podendo ser causado também por fatores como alimentação, estresse e até mesmo doenças.
O atraso da menstruação pode causar grande receio em algumas mulheres, afinal, é automaticamente associado à gravidez. Mas, antes de entrar em desespero, é preciso levar em conta outras possibilidades, pois, ao contrário do que muitos pensam, diversos fatores podem atrasar a menstruação. “Primeiro, vale lembrar que, ao longo da vida, o organismo da mulher passa por uma série de alterações hormonais, como durante a adolescência e a menopausa, o que pode levar a variações no ciclo menstrual, atrasando a menstruação”, explica a Dra. Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra da Clínica GRU. E não para por aí, pois o atraso da menstruação pode até mesmo ser sinal de condições sérias. Mas, caso você esteja com a menstruação atrasada, não se preocupe. Listamos abaixo alguns fatores que podem causar esse problema:
Prática intensa de exercícios físicos: Muitas atletas profissionais tendem a sofrem com atraso da menstruação. “Isso porque a atividade física, quando realizada em excesso e intensivamente, pode levar a alterações hormonais, assim atrapalhando o ciclo menstrual normal”, afirma a Dra Eloisa.
Uso de métodos contraceptivos: “Alguns métodos contraceptivos, como a pílula anticoncepcional e o DIU hormonal, podem fazer com que as menstruações cessem por completo, afinal, interferem diretamente nos níveis hormonais, provocando grandes alterações no organismo”, diz a médica.
Estresse: De acordo com a especialista, a irregularidade da menstruação também pode ocorrer em períodos de estresse. “Durante momentos estressantes liberamos uma série de hormônios, como o cortisol, que podem causar alterações no ciclo hormonal regular da mulher, assim desorientando o organismo”, explica. Como resultado o ciclo menstrual pode ser interrompido e a menstruação pode ocorrer mais tarde ou até mesmo não acontecer.
Síndrome do Ovário Policístico: Atingindo cerca de 15% das mulheres em idade reprodutiva, a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) tem como um de seus principais sintomas o atraso na menstruação. “A síndrome do ovário policístico é uma desordem endócrina que é caracterizada pelo surgimento de cistos que interferem no processo de ovulação, impedindo que os óvulos sejam liberados e a menstruação ocorra. Além disso, outras doenças do aparelho reprodutor, como endometriose e tumores, também podem afetar a regularidade da menstruação”, afirma a Dra Eloisa.
Má alimentação: Segundo a ginecologista, uma alimentação inadequada e distúrbios alimentares também podem fazer com que a menstruação atrase. “Isso porque o organismo precisa de nutrientes específicos e uma grande quantidade de energia para produzir corretamente os hormônios necessários para ovulação. Logo, caso isso não ocorra devido a uma alimentação precária, o organismo não terá forças suficiente para realizar seu trabalho, assim causando o atraso na menstruação”, alerta.
Alterações na tireoide: “Os distúrbios da tireoide, como o hipotireoidismo e o hipertireoidismo, também figuram entre as causas do atraso na menstruação, já que os hormônios da tireoide influenciam diretamente o funcionamento adequado dos ovários. Logo, quando em desequilíbrio, podem favorecer a irregularidade do ciclo menstrual.”
Por fim, a médica lembra que uma pequena variação na regularidade do ciclo menstrual é perfeitamente normal. Logo, um atraso de alguns dias não deve ser motivo de preocupação. “Porém, se você não menstrua há mais de três meses, é fundamental consultar seu médico. Apenas ele será capaz de realizar uma avaliação e diagnosticar a causa exata do problema, indicando assim o melhor tratamento para cada caso”, finaliza a Dra. Eloisa Pinho.
FONTE: DRA. ELOISA PINHO – Ginecologista e obstetra, pós-graduada em ultrassonografia ginecológica e obstétrica pela CETRUS. Parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde, a médica é formada pela Universidade de Ribeirão Preto, realiza atendimentos ambulatoriais e procedimentos nos hospitais Cruz Azul e São Cristovão, além de também fazer parte do corpo clínico dos hospitais São Luiz, Pró Matre, Santa Joana e Santa Maria.