Ricardo Gameiro retoma trajetória musical no experimental compacto “Rasga-Sossego/Páramo”

Em um reencontro adiado por muito tempo consigo mesmo, o cantor, compositor, produtor e multi instrumentista Ricardo Gameiro inicia sua carreira solo com o compacto digital “Rasga-Sossego/Páramo”. Destaque da cena indie do Rio de Janeiro com projetos como Sobre a Máquina, Cícero, Fábrica e Duques, o artista lança suas músicas em uma parceria entre os selos creepmachine records e Fluxroom.

“Em 2008, quando estava batendo cabeça em bandas de rock, comecei a escrever músicas que não se encaixavam em nenhum dos projetos. Até aquele momento sempre tinha pensado música como algo coletivo e as composições estavam indo por um caminho muito pessoal e introspectivo, de forma que não conseguia imaginá-las sendo arranjadas por um grupo. Nos últimos 13 anos gravei e descartei um sem número de músicas. Nunca ficava satisfeito com os resultados. Parecia que quando eu finalmente chegava numa estética e conceito para embrulhar as músicas e começava a gravá-las, aquele formato já estava obsoleto pra mim. Até que finalmente no início de 2020 cheguei nessas duas composições que retratam bem meu momento, assim como a estética que quero imprimir nos próximos trabalhos”, reflete Gameiro.

As faixas caminham entre a MPB, o indie, o trip hop, o jazz e o experimental e dialogam um pouco com tudo que o artista fez em sua carreira. Do enérgico indie da Duques, à intensidade experimental e libertadora do Sobre a Máquina até a MPB alternativa do Fábrica, passando pela participação nas primeiras turnês de Cícero com sua guitarra fazendo o contraponto ruidoso para as canções. Solo, Ricardo só tinha lançado uma versão de “Medo de Avião”, clássico do Belchior na coletânea “Ainda somos os mesmos”.

Reinventando sua carreira após um período de reencontro consigo mesmo, Ricardo Gameiro atualmente prepara novas canções, sem pensar ainda se será um álbum ou EP, deixando se consolidarem como conceito – mas que não demorem mais de uma década para isso.

“Lançar essas faixas significa também uma volta ao cenário musical depois de 9 anos. Quando parei de tocar eu estava num local muito peculiar. Fazia parte de um coletivo de música de vanguarda super bem quisto e respeitado e eu estava na banda do maior músico pop alternativo em ascensão da época. Seria o melhor lugar do mundo não fosse a ansiedade e pânico que essas perspectivas desencadearam. Hoje mostro minhas composições e a estética que me move sem concessão. O distanciamento e a não-expectativa que esse tempo proporcionou é benção”, conclui ele.

“Rasga-Sossego/Páramo” está disponível em todas as plataformas de música digital.

 

 

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