Um terço dos brasileiros se sentem pressionados a ter relações sexuais no primeiro encontro, aponta Datafolha

Um terço dos brasileiros se sentem pressionados a ter relações sexuais no primeiro encontro, aponta DatafolhaPesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido da plataforma de medicina masculina Omens em parceria com o app de paquera happn, revela alguns hábitos sexuais dos brasileiros durante a pandemia

A pandemia chegou e, com ela, trouxe uma série de novos comportamentos à vida dos brasileiros, especialmente dos solteiros, que tiveram que aprender (ou aprimorar) novas formas de se relacionar. Neste cenário, os apps de paquera tornaram-se os grandes facilitadores nos novos relacionamentos.

Após mais de um ano desde o início da crise, veio o questionamento: como está sendo a vida sexual dos solteiros brasileiros em período de Covid-19? Uma pesquisa realizada em maio deste ano pelo Instituto Datafolha a pedido da healthtech de saúde masculina Omens, em parceria com o app de paquera happn, apontou que quase um terço dos brasileiros (32%) se sentem pressionados a ter relações sexuais logo no primeiro encontro. Desses, 11% se sentem muito pressionados em proporcionar uma experiência única e ‘memorável’ ao parceiro (entre os homens, esse sentimento é mais alto do que entre as mulheres, respectivamente 14% a 8%) e 21% se sentem pressionados por não ter intimidade suficiente com o parceiro.

Falar sobre sexo ainda é tabu
Apesar do sexo ser algo normal e fazer parte dos relacionamentos e o mundo digital permitir que os solteiros se sintam mais livres para falar sobre os mais diversos assuntos, o tema ainda enfrenta um certo tabu na paquera online: 31% dos usuários brasileiros de apps de paquera declararam evitar conversar sobre sexo e desejos nos papos online; outros 26% evitam o assunto antes do primeiro encontro/vez do casal e apenas 18% tomam a iniciativa para conversar com o Crush sobre assuntos sexuais – o hábito é mais comum entre os homens (29%) do que entre as mulheres (8%).

Rolou! E agora?
Não existe uma etiqueta oficial para o dia seguinte à primeira vez do casal, mas existem algumas expectativas que cada um cria dentro de si. Após a primeira experiência sexual com o novo parceiro, três em cada dez brasileiros (29%) esperam que o parceiro entre em contato no dia seguinte – entre as mulheres esse índice é mais alto do que entre os homens (43% ante 14%). Por outro lado, 22% costumam entrar em contato no dia seguinte mesmo que a relação sexual não tenha sido agradável. Já 17% entram em contato apenas se a relação sexual foi boa, enquanto 16% entram em contato para saber o que o parceiro achou da experiência e outros 16% esperam alguns dias antes de entrar em contato.

“Muita coisa aconteceu na vida das pessoas nesse último ano de pandemia, especialmente na vida amorosa dos solteiros, que tiveram que pensar em novas formas de construir relacionamentos da maneira mais segura e responsável, mas ainda assim prazerosa. O sexo, que no mundo online era tratado de forma mais aberta, programada até, vem aparecendo como uma forma de conexão com pessoas que realmente queremos ter algo mais significativo, não apenas uma noite de diversão”, comenta Marine Ravinet, diretora de tendências do happn.

Para Michelle Sampaio, diretora de psicologia sexual da Omens, esses dados comprovam um comportamento cada vez mais comum entre seus pacientes. “Alguns dos comportamentos levantados pela pesquisa é o que eu já observava em meu consultório e em relatos do dia a dia: na nossa sociedade, os homens ainda se cobram muito pela iniciativa de ter que ter uma relação em um primeiro encontro, e também pela performance sexual de proporcionar uma experiência memorável. O que muitos desconhecem é que estas preocupações podem atrapalhar (e muito!) a hora do sexo, trazendo até possíveis falhas na resposta sexual. Outro ponto importante, que nem a virtualidade trazida pela pandemia ajudou, é o tabu em falar sobre sexo. Todo mundo tem uma opinião e uma história na roda de conversa com os amigos, mas quando é para de fato conversar sobre sexo com a parceria, a maioria se esquiva, sente vergonha. Vale ressaltar que uma boa comunicação é um dos primeiros passos para uma boa vivência sexual”, alerta.

*a pesquisa foi realizada de forma online com 999 brasileiros, homens e mulheres, entre 18 e 70 anos, de todas as regiões do país. A pesquisa completa pode ser conferida aqui.

paulo.lira@temp.inpresspni.com.br

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