Setor espera manter o ritmo de crescimento com taxas de juros atrativas e nova modalidade de financiamento habitacional
Com o avanço da vacinação em todo o país, a economia brasileira já começa a dar sinais de reação após o baque causado pela pandemia do novo Coronavírus. Vários setores já estão se preparando para o que se condicionou a chamar de “novo normal”. No mercado imobiliário, especialistas e empresas do setor veem esse novo período como desafiador, e também como uma oportunidade para recuperar eventuais perdas e continuar a crescer em ritmo acelerado. Segundo levantamento realizado pela Brain Inteligência Estratégica e apresentado no último dia 16 de setembro, 39% dos brasileiros manifestaram o desejo de adquirir um imóvel próprio. Para efeitos de comparação, em abril de 2020, logo no início da pandemia, este número era de apenas 20%.
Um dos fatores que contribuíram para que se o setor imobiliário se mantivesse em alta foi a baixa histórica na taxa Selic registrada em 2020. Mesmo a notícia recente da alta anunciada pelo Copom, que atualiza a taxa básica de juros de 5,25% para 6,25% ao ano, o setor continua otimista e vê margem para aumento da demanda. Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), Rodrigo Assis, a expectativa para o pós-pandemia é positiva. “A indústria da construção é um dos setores mais importantes para garantir a retomada da economia brasileira, em especial no período pós-pandemia. O setor tem capacidade de potencializar o crescimento nacional e a necessária geração de emprego e renda. No entanto, é preciso tirar as travas que prejudicam o bom andamento de suas atividades, como o desabastecimento e o aumento nos insumos. A expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) para o PIB do setor voltou a subir para 4% em 2021. Então, as projeções são boas, estamos animados”, afirma Assis.
Entre os empresários do setor, o otimismo se mantém. A diretora comercial da Realmarka Construções, Kalliany Real, vê com bons olhos o período pós-pandemia que se aproxima. “À medida que entramos em um ‘novo normal’ na sociedade e com medidas macroeconômicas cada vez mais favoráveis à aquisição de imóvel financiado, a realização do sonho da casa própria ou o investimento em imóvel novo se consolida como um excelente negócio. Diante disso, as expectativas de crescimento se tornam reais”, comenta.
Financiar um imóvel vai ficar mais barato
Um dos motivos que estão animando o setor é a nova linha de crédito habitacional lançada no último dia 16 de setembro pela Caixa Econômica Federal. A partir de 18 de outubro, será possível contratar financiamento pela nova modalidade com juros a partir de 2,95% ao ano, somadas à remuneração da caderneta de poupança. A redução na taxa foi de 0,4 ponto percentual.
De acordo com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a redução foi possível por que o banco registrou aumento de lucro, de R$ 300 bilhões contratados na atual gestão e segue como o maior financiador da casa própria no país, com 67,1% de participação do mercado. “Essa realmente foi uma ótima notícia, com juros menores, a tendência é termos mais contratações de financiamentos e, consequentemente, mais vendas de imóveis, o que deve impulsionar o crescimento do setor”, avalia Kalliany.