A 1ª Mostra de Teatro Negro de Curitiba entra na sua segunda e última semana de programação. Até o sábado (2/10), apresenta uma série de espetáculos, oficinas e debates. Toda a programação é online e gratuita, num evento que busca destacar o protagonismo negro nas artes.
O conteúdo pode ser acessado no canal do YouTube da Companhia Nossa Senhora do Teatro Contemporâneo: www.youtube.com/channel/UClN1D9pkiaSDxbzWoSrfl_A
Este projeto é realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.
Novidade: “Giras” discutem temas negros
Neste segunda semana, inicia a série de “Giras”, mesas de diálogo online que foram criadas para ser um espaço de encontros e reflexões sobre temas que dizem respeito à cultura negra. “São compostas por artistas e personalidades da academia, política, gestão cultural, professores, ativistas, babalorixás e quilombolas, entre outros segmentos”, conta o ator, diretor e produtor Isidoro Diniz, idealizador da Mostra. “Reunimos gente que faz cintilar os palcos, os terreiros sagrados, os territórios, plenárias, salas de aula e diversos outros espaços da cidade de Curitiba”.
As “Giras” vão compartilhar histórias, ideais e experiências que marcam a força da cultura negra na cultura curitibana e paranaense. A comunidade negra em Curitiba corresponde a 19,7% da população, conforme o último censo do IBGE. No Paraná, os negros representam 34% das pessoas. No Brasil, 54% da população se declarou negra ou parda. “Nossa história é coletiva e a construção desse sonho não poderia ser de outra maneira. Assim nos movemos”, sintetiza Isidoro Diniz.
Programação da última semana do evento:
Segunda-feira (27/9 ) – das 10h ao meio-dia – A semana começa com a realização da Oficina de Dramaturgia Negra, com o dramaturgo Jé Oliveira. São cindo dias de aula. A oficina será realizada de segunda a sexta-feira, das 10h ao meio dia, totalizando 10 horas de duração. Oliveira é dramaturgo, ator, produtor e diretor. Ele ganhou destaque nacional com musicais no Coletivo Negro. Em sua oficina, Oliveira faz um resgate histórico de espetáculos brasileiros com intensa relação com a música.
Segunda-feira (27/9) – 19h – A primeira Gira da mostra vai falar sobre o processo de criação da feminagem que o evento realizará para Odelair Rodrigues. O termo “feminagem” vem sendo difundido como uma adaptação feminina da palavra homenagem, adaptado para expressar respeito e admiração às mulheres. Participam os atores: Patrícia Saravy, Geyisa Costa, Simone Magalhães, Kelvim Milarch e Sol do Rosário, a diretora Katia Drumond e o irmão da atriz Odelair Rodrigues, César Rodrigues. A mediação desse bate-papo será realizada por João Luiz Fiani, ex-Secretário de Estado da Cultura do Paraná.
Segunda-feira (27/9) – 20h30 – Finalizando a programação do dia, haverá a apresentação de três performances que serão comentadas por um dos curadores da Mostra, Gil Rhodrigues. As performances apresentadas são “Corpo Ancestral – Aquela que É Consolada com Honra”, criada e interpretada por Laremi, “Corpos D´água”, concebida por Stephanie Fernandes, e “Entre Caboclos e Baianas”, de Leonardo Cruz.
Terça-feira (28/9) – 19h – A Gira desta terça-feira vai tratar das Políticas Afirmativas, tendo o professor doutor Paulo Vinícius como mediador. Contará com as presenças de: vereadora Carol Dartora, gestora Marly Teixeira, Dora Lúcia Bertúlio, Camila Cardoso (produtora e agenciadora publicitária), Mauro Rockenbach (Superintendente Geral de Diálogo e Interação Social), Saul Dorval (Presidente do Conselho de Promoção de Igualdade Racial do Estado do Paraná), do produtor e criador da Mostra, Isidoro Diniz, e do gestor cultural do SESC/PR, Cleber Borges.
Terça-feira (28/9) – 20h30 – A programação da terça-feira termina com a apresentação do espetáculo “A História de um Certo Zé”, do grupo Cena Hum. Por meio da magia das crenças populares, a peça conta a história de José, um pescador de Recife que ao chegar ao Rio de Janeiro, berço do samba, da boemia e da malandragem, se torna um dos ícones da cultura brasileiro. Nesta jornada, é mostrada sua conturbada vida.
Quarta-feira (29/9) – 15h – A Oficina de Confecção de Bonecas Abayomi é ministrada pela atriz e pesquisadora Geyisa Costa. A oficina mostra as etapas de construção desta tradicional boneca negra feita a partir de retalhos trançados, enrolados e amarrados. A origem do brinquedo remonta ao tempo da escravidão. Natural de Londrina, Geyisa está desde 1993 em Curitiba, local que desenvolveu uma longa carreira nos palcos como atriz, produtora e contadora de histórias.
Quarta-feira (29/9) – 19h – A Gira desta quarta-feira tratará o tema Cultura de Quilombo, com mediação da professora Clemilda Santiago Neto, representando a Secretaria Estadual da Educação do Paraná. Terá participação de: Silmara Xavier (representante da Comunidade Quilombola Família Xavier, de Arapoti), Rita de Cassia de Lins e Silva (Frente Movimento), Leonardo Cruz (Comunidade Quilombola Invernada Paiol de Telha, em Reserva do Iguaçu), professor Paulo Bracarense (Universidade Federal do Paraná), do curador e criador da MTNC, Isidoro Diniz, professor Gedielson Santos (Quilombo Córrego das Moças, de Adrianópolis) e professor Denilton Laurindo (presidente do Grupo de Trabalho Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná).
Quarta-feira (29/9) – 20h30 – A programação do dia é encerrada com a apresentação do monólogo “Que Absurdo!”, escrita e dirigida pelo jornalista Cicero Lira, com atuação de Thadeu Peronne. O espetáculo conta a história de um artista que está isolado e recebe uma visita inesperada. Durante este encontro, ele faz revelações sobre seu passado e reavalia a carreira que está em crise.
Quinta-feira (30/9) – 19h – A Gira Celebrações e Divindades aborda a rica tradição religiosa africana. Terá mediação de Yagunã Dalzira e a participação de: Mãe Ikandaiyô, de Londrina, Candieiro, representante do Centro Cultural Humaitá e membro do Conselho Municipal de Política Étnico-Racial, Eddie Massan e do Babalorixá Alexandre de Oxaguiã.
Quinta-feira (30/9) – 20h30 – Apresentação do espetáculo “Ópera Pop Negra”. Com temática e protagonismo negros, o espetáculo é o reflexo do momento em que a cena artística brasileira se vê mergulhada na influência da cultura afro-brasileira. A obra conta com o Coral Vozes de Angola, com o baixo Juarez de Mira e com a soprano Fátima Castilho. O libreto e o roteiro são de Ivo Lessa. A montagem conta com um instrumento de percussão africano, dois atores e um dançarino.
Sexta-feira (1/10) – 19h – A última Gira da Mostra de Teatro Negro de Curitiba terá como tema a “Representatividade Negra no Teatro”. Mediação do curador da Mostra e produtor cultural Gil Rhodrigues. Participação: Patrícia Saravy, Taciane Vieira, Cassia Damaceno, Thadeu Peronne, Glayson Cintra, Carlos Canarin e Ronald Pinheiro. Os artistas vão compartilhar suas experiências profissionais e a inserção do negro nas atividades artísticas.
Sexta-feira (1/10) – 20h30 – Apresentação do espetáculo “Preto”, da companhia brasileira de teatro. A peça se articula a partir da fala pública de uma mulher negra, numa espécie de conferência que se desdobra em imagens, mediações da palavra, ressignificações dos corpos, ativação da escuta e reverberação de sentidos numa sequência de tentativas de diálogo. Um trabalho que promove uma investigação sobre racismo e negação das diferenças a partir da vivência brasileira e em perspectiva com o mundo.
Sábado (2/10) – 10h – Espetáculo infantil “Contando África em Contos”. A encenação traz um conjunto de narrativas carinhosamente escolhidas e colhidas em três países africanos Etiópia (“Os Reis de Gondar”), Gana (“Os Sete Novelos”) e Angola (“Os Comedores de Palavras”). Traz contos que abordam relações cotidianas como amizade, família, dor, morte, amor, respeito e cooperação. De forma lúdica, apresenta cantos nativos em dialetos e idiomas, que respeitosamente homenageiam os “griôs”, contadores de histórias africanos tradicionais.
Sábado (2/10) – 15h – Oficina de dança africana: “Enraíze: Corpo e Memória entre An´Danças”. Com o coreógrafo Leonardo Cruz, será exibida diretamente da Comunidade Quilombola Invernada Paiol de Telha, em Reserva do Iguaçu.
Sábado (3/10) – 19h – Finalizando o Ciclo de Palestras da Mostra, a diretora teatral Onisajé se reúne com o gestor cultural Cleber Borges para discutir o tema “Mulheres Pretas na Direção”.
Sábado (3/10) – 20h30 – A “feminagem” que celebra Odelair Rodrigues encerra a 1ª Mostra de Teatro Negro de Curitiba, com apresentação única e inédita. Com texto e encenação criados pelo Coletivo Negro, traz as atrizes Katia Drumond, Geyisa Costa, Simone Magalhães e Patrícia Saravy, que se reúnem para realizar essa celebração a Odelair, talento pioneiro do teatro, televisão e rádio do Paraná.
Serviço: 1ª Mostra de Teatro Negro de Curitiba.
Evento: online gratuito
Transmissão: www.youtube.com/channel/UClN1D9pkiaSDxbzWoSrfl_A
Data: até 2 de outubro de 2021