Curitibano ganha prêmio internacional com app para deficientes visuais

João Pedro Novochadlo levou para casa o Young Innovator Prize, do 6º Fórum de Jovens Cientistas do BRICS

Foi com a criação do Veever – aplicativo de acessibilidade para pessoas com deficiência visual, que o curitibano João Pedro Novochadlo, 29 anos, foi o vencedor do Young Innovator Prize (Prêmio Jovem Inovador), no 6º Fórum de Jovens Cientistas como parte do Encontro de Cúpula do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O brasileiro concorreu com cerca de outras 1100 aplicações ao redor do mundo.

Novochadlo é empreendedor social e criativo tecnologista. Atualmente, mora em Los Angeles, Califórnia (EUA), onde faz mestrado em Empreendedorismo Social pela Universidade do Sul da Califórnia, com bolsa da Fundação Lemann. Conciliando com seus estudos presenciais, também está cursando uma pós-graduação a distância em Gestão em Tecnologia Social, pelo Centro Universitário Internacional Uninter, com o objetivo de complementar seus conhecimentos.

O empreendedor, juntamente com mais dois sócios, Lohann Ferreira e Leonardo Custodio, desenvolveu um aplicativo que utiliza inteligência artificial e microlocalização para facilitar a interação e a locomoção de pessoas com deficiência visual em ambientes públicos e privados.

O Veever foi criado em 2015 durante um hackathon promovido pela Prefeitura Municipal de Curitiba. Novochadlo conta que a ideia de trabalhar com pessoas com deficiência visual surgiu de sua experiência como voluntário em uma instituição social. Convivendo com essas pessoas e as ajudando em diversas atividades, identificou alguns desafios que elas lidavam diariamente, o que o fez querem encontrar uma solução para o problema.

“Na época, enfrentamos algumas dificuldades técnicas, pois havíamos desenvolvido algo que não era tecnicamente viável e muito avançado para o momento. Poucos celulares poderiam interagir com a tecnologia. Tivemos um tempo de quase três anos para a tecnologia se tornar mais popular e, então, retomamos a ideia em uma competição nos Estados Unidos, o Hack Brasil. Desde então, estamos trabalhando firmes com o objetivo de promover o impacto e a inclusão social”, explica Novochadlo.

Como o app funciona

Espaços públicos e privados, como shoppings, museus, prefeituras, universidades, parques e eventos, entre outros, contratam a infraestrutura de acessibilidade, que consiste na instalação de dispositivos bluetooth nesses locais. Esses dispositivos emitem um sinal para o smarthphone do usuário, que passa a receber orientações por áudio de tudo que há ao seu entorno, servindo como guia e orientador.

O mapeamento dos ambientes é realizado por Inteligência Artificial e a gestão da informação é feita por computação em nuvem. Por meio de uma plataforma, o gestor da infraestrutura pode atualizar e cadastrar novas informações a serem transmitidas.

Um dos principais projetos já realizados pela equipe, foi o Rock In Rio 2019, onde realizaram o mapeamento de toda a Cidade do Rock, criando uma experiência inédita aos usuários.

“Muito mais do que tecnologia, esse é um projeto de inclusão social que visa dar visibilidade e promover a acessibilidade de forma natural e sem tabus. Os próximos passos é aprimorar nossa inteligência artificial, diminuindo eventuais erros e inconsistências, e expandir a tecnologia para alcançar pessoas com deficiência auditiva”, relata.

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