Samba do recôncavo baiano, jazz tropical e chorinho carioca – tudo “made in New York”. A cantora e clarinetista Kristen Mather de Andrade faz não só uma carta de amor à cultura brasileira, mas um mergulho profundo na música popular em seu novo álbum, “Clarão”. O disco traz um repertório que não seria óbvio nem para artistas brasileiros, indo de Hermeto Pascoal a Severino Araújo passando por Roque Ferreira, cuja “Guelê Guelê” ganha um clipe.
Ouça “Clarão”: https://smarturl.it/ClaraoAlbum
Assista ao clipe “Guelê Guelê”: https://youtu.be/KN-JYAExbDI
Musicista virtuosa, professora de música e cantora com passagem por alguns dos principais palcos e escolas dos Estados Unidos, Kristen teve sua carreira definida por uma habilidade de dar vida a linhagens musicais com naturalidade e flexibilidade. Desde 2011 casada com um brasileiro, ela trouxe ao seu álbum “Clarão” o ar cosmopolita de sua cidade.
“A música tem o poder de inspirar e criar pontes entre pessoas e culturas. O que eu gosto neste álbum é a experiência única do que é Nova Iorque: os sopros são americanos, a seção rítmica é toda brasileira e os arranjadores são americanos e brasileiros também. Tínhamos um guitarrista francês – o dono do estúdio era italiano – havia muitas pessoas que amam música e compartilham o processo de criação. Isso é algo que eu amo em Nova Iorque!”, conta ela.
Desde 2007, Kristen faz parte da West Point Band, orquestra mais antiga e tradicional do exército americano, e tem sido a clarinetista e solista principal desde 2012. Em 2016, ela viralizou com uma performance com o grupo trazendo canções clássicas da MPB em homenagem aos jogos olímpicos do Rio. A repercussão foi a chama que acendeu o “Clarão”.
Após uma busca de repertório em um processo de aprendizado com o produtor musical Sergio Krakowski, a artista quer mostrar um Brasil além dos estereótipos.
“Fiquei fascinada pela música brasileira quando era muito jovem, mas quando conheci meu marido, realmente comecei a me aprofundar na cultura do Brasil. Eu queria mostrar a música além do que os americanos conhecem, como Bossa Nova, e chamar a atenção para alguns estilos e compositores incríveis que achei tão inspiradores”, conclui ela.