Escrever rápido, de forma cada vez mais abreviada e sem o acompanhamento de sinais como o ponto de interrogação, exclamação ou a vírgula. Esse tem sido um comportamento comum nas redes sociais, que têm afetado a escrita de usuários da internet no mundo. Os tão utilizados emojis acabam por substituir expressões e sentimentos que, antes, eram demonstrados em uma ligação ou em uma conversa presencial. No WhatsApp cada vez mais os áudios são utilizados para “otimizar o tempo” e, agora, podem ser ouvidos em uma velocidade muito maior do que foi gravada para, em tese, facilitar nosso dia a dia.
Esses são novos comportamentos acelerados no último ano pela pandemia e acarretaram uma série de mudanças que afetam todas as mídias. E na programação da televisão não foi diferente.
Uma pesquisa do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), divulgada em junho deste ano, mostrou que a televisão ainda é o principal meio em que as pessoas buscam informações (73,41%). Já um estudo da Kantar Media mostra que mais de 204 milhões de brasileiros consumiram conteúdo em vídeo na televisão em 2020. E o tempo que cada pessoa passou em frente à grande tela foi 37 minutos maior do que em 2019, totalizando mais de sete horas diárias: um recorde nos últimos cinco anos, o que mostra que o gênero jornalismo tem dominado a TV aberta e ainda está longe de perder espaço.
Justamente acompanhando as necessidades do jornalismo se inovar diariamente e ser responsável por grande parte de audiência para quem busca informação de credibilidade é que três jornalistas publicam juntos suas experiências, estudos e recomendações para um telejornalismo cada vez mais apurado e comprometido. O livro “Produção de Texto em TV: Da pauta à transmissão” é escrito por Silvia Valim, em conjunto com Dirk Lopes e Aline Rios, e trata de algo muitas vezes preterido pela audiência de um telejornal: a escrita.
Ainda que a imagem seja fundamental nos telejornais, a produção do texto é a principal característica de qualquer meio de comunicação informativo e possui atributos específicos para o telejornalismo. A linguagem é mais objetiva e exige muito na interpretação, visto que na TV é preciso compreender a informação imediatamente, sem chance de quem assiste retornar ao que foi informado – diferente de como ocorre no jornal impresso e também nos portais de notícia. Porém, mesmo com uma linguagem mais acessível, é preciso a mesma apuração e o cuidado de outros meios.
“Aprimorar habilidades para atuar no espaço televisivo é algo que muitos estudantes e recém-formados buscam, mas nem sempre encontram amparo diante de tantas mudanças pelas quais a área passa. Como escrever, como ler esse texto e qual a melhor forma dessa informação chegar ao conhecimento dos telespectadores são perguntas que devemos nos fazer todos os dias e, para isso, existe técnica. E é essa a proposta do livro “Produção de Texto em TV: Da pauta à transmissão”, que vem como uma forma de compartilhar experiências nos processos de produção de conteúdo telejornalístico para ajudar a manter, em meio a tantas mudanças, o papel que o jornalista deve sempre desempenhar nessa área”, explica a jornalista Silvia Valim.
A produção televisiva ainda desempenha um papel fundamental no jornalismo. Durante a pandemia, por meio da TV, pudemos ver em imagens a crise sanitária mundial pela qual o mundo ainda passa e, especialmente, a importância do jornalista dada a proliferação quase incontrolável de fake News pela rede. “Diante desse quadro, o telejornalismo assumiu um papel primordial. Em 2015, Umberto Eco disse que a internet deu voz aos imbecis! As redes sociais aceleraram a propagação de fake news e travou-se uma guerra de informação x desinformação jamais vista no Brasil e no mundo. Mais do que nunca é papel do telejornalismo publicar apenas notícias apuradas, checadas e rechecadas, que valem mais que as divulgadas na pressa e no impulso”, explica o autor Dirk Lopes.
O livro
‘Produção de Texto em TV: Da pauta à transmissão’ é dividido em seis capítulos e trata de temas como as semelhanças da linguagem do rádio e da televisão, as características da notícias na TV, planejamento de imagens, pauta, produção e edição, gêneros e formatos no telejornalismo, características e cuidados do texto de TV, funções no telejornalismo, inovações na reportagem e até mesmo reflexões sobre o processo de mudança pela qual a tv passa e traz o telejornal para “fora” da TV como conhecemos. “No livro, passamos justamente a mensagem de que o telejornalismo não está ‘morrendo’, mas está se transformando. A produção de TV em tempos de pandemia é um bom exemplo disso, em que foi preciso adaptar as formas de captação de imagem e realização de entrevistas para se adaptar às necessidades de isolamento impostas pela COVID-19. Os profissionais inovaram muito para dar conta da produção tentando manter a saúde e a segurança, sem abrir mão da informação”, conta a jornalista Aline Rios.
A obra ainda traz referências do telejornalismo, além de seção de perguntas e respostas para reflexão dos assuntos abordados.
Sobre os autores
Silvia Valim é mestre em Comunicação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em Jornalismo Literário pela Academia Brasileira de Jornalismo Literário (ABJL) e se formou em jornalismo em Curitiba, na Universidade Positivo (UP). Atuou como repórter, editora de texto e apresentadora em diferentes emissoras de rádio e tv, tendo atuado mais recentemente como repórter da RICTV Record no Paraná. Possui experiência em coberturas internacionais como o Conclave que elegeu Papa Francisco. Foi editora e correspondente da TV Telesur em Caracas, na Venezuela. Atua como roteirista audiovisual, apresentadora e assessora de imprensa. É professora universitária e coordenadora de pós-graduação.
Aline de Oliveira Rios é mestranda em jornalismo pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), especialista em Mídia, política e atores sociais e graduada em Jornalismo pela mesma instituição. Por cerca de dez anos, atuou em jornais impressos diários e revistas de âmbito regional e, mais recentemente, atuou como produtora e editora-chefe de um programa telejornalístico da Rede Massa, afiliada do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), no Paraná.
Dirk Lopes acumula 28 anos de experiência em jornalismo, boa parte deles dedicados à Rede Paranaense de Comunicação, afiliada à Rede Globo de Televisão no Paraná. Entre as passagens que coleciona por vários veículos de comunicação, estão a participação na equipe responsável pela cobertura da Operação Lava Jato, o trabalho como produtor durante a Copa do Mundo em 2014 e a atuação como editor no Fantástico.
Serviço:
Produção De Texto Em Tv: Da Pauta À Transmissão / Editora Intersaberes / 271 pgs.
Autores: Silvia Valim (org.), Aline Rios e Dirk Lopes
Vendas pela internet com desconto: https://livrariaintersaberes.com.br/produtos/producao-de-texto-em-tv-da-pauta-a-transmissao/
Cupom de Desconto oferecido pelos autores até 30 de novembro/2021: #textoemtv20