Nem vilão, nem mocinho. O plástico precisa ser encarado como parte de nossa vida

Não é de hoje que o plástico é visto por diferentes segmentos da sociedade como algo que agride e polui o meio ambiente. Porém essa forma de encarar produtos feitos a base do plástico precisa mudar e/ou se atualizar, encarando uma realidade contemporânea, de que ele está inserido em nossa rotina diária, quer queiramos quer não.

É inegável que o plástico faz parte de nossas vidas. Logo pela manhã está presente nos utensílios domésticos que usamos para tomar o café, na roupa que vestimos para ir à escola ou ao trabalho, em peças de carros ou outros dispositivos de mobilidade que usamos para nos deslocar, nos celulares, nos brinquedos das crianças, na construção civil, hospitais, na agricultura.

Quando se faz um discurso de que o ‘plástico é o grande vilão da história’, me parece algo vazio, espécie de ‘frase pronta’. Na verdade, o que o torna agressivo a natureza é o seu descarte inadequado e a falta de propostas e ideias inovadoras que possam reaproveitá-lo em diferentes outras cadeias de consumo sem que se precise jogá-lo fora a torto e a direito.

Esta é a leitura que se deve fazer. Enquanto se ataca o plástico, perde-se tempo em pensar em estratégias de como melhor utilizá-lo, de propor formas de conscientizar as pessoas a fazer um consumo e descarte mais consciente.

Aliás, nos dias de hoje, quando analisamos o processo produtivo dentro de diferentes segmentos, constata-se que o plástico utiliza menos recursos naturais do que outros materiais que utilizam papel e algodão, por exemplo. O plástico pesa menos e precisa de menos energia elétrica para ser produzido. Os sacos de papel produzem mais rejeitos sólidos, 142% mais poluição do ar e 15% mais desperdício de água. E as bolsas de algodão envolvem em seu ciclo de vida produtos que agridem a camada de ozônio.

Mas nem por isso vamos a partir de agora partir para: ou uso ou não uso produtos à base de algodão ou papel. Tudo está na forma como você encara e cria soluções para que os recursos disponíveis sejam usados de forma inteligente, que respeite a preservação do meio ambiente e que ajudem as pessoas a ter uma qualidade de vida melhor sem comprometer o futuro.

Há 30 anos trabalhamos com a transformação do plástico. Nessas três décadas muita coisa mudou. E posso afirmar que sim é possível pensar de forma diferente e fazer do plástico um aliado da sociedade. Mas isso requer tempo, estudos, e investimentos em projetos inovadores e na criação de ações de impacto positivo, sempre com o foco em soluções sustentáveis.

É com essa pegada que desenvolvemos concentrados de cores para resina reciclada de pós-consumo, biodegradável e bioplásticos e aditivos que tornam os produtos ou os processos produtivos mais sustentáveis.

Essas ideias, depois de exaustivamente discutidas e testadas trazem soluções como a oferta ao mercado de aditivos que agregam sustentabilidade ao processo e/ou produto de transformação de plástico que precisam utilizar resina virgem. Desenvolvido a partir de matérias-primas adquiridas de fornecedores, que atendem requisitos de sustentabilidade. É uma opção para empresas que não podem alterar sua linha convencional, mas buscam soluções sustentáveis para seu processo e/ou produto. Os aditivos diminuem o desperdício de matéria-prima, aumentam a produtividade das máquinas, economizam a energia elétrica, além de   aumentar a durabilidade dos produtos finais diminuindo a geração de resíduos.

Já quando se fala em masterbatches e aditivos 100% biodegradáveis, tem-se a possibilidade de produto plástico final 100% compostável. Uma opção para companhias que buscam soluções totalmente sustentáveis. Ou ainda masterbatches e aditivos que usam como veículo resinas de fonte renovável, como cana-de-açúcar. Diminuem a pegada de carbono e tornam possível produtos feitos 100% de bioplásticos. Uma opção para empresas que buscam uma solução com maior grau de sustentabilidade.

Soluções também são possíveis em concentrados de aditivos ou cor veiculados em resina pós-consumo. Resinas pós-consumo são fabricadas a partir de plásticos já utilizados, recolhidos, reciclados e retornam para a indústria para serem transformados novamente. Geralmente perdem propriedades mecânicas e possuem dificuldade de coloração, uma vez que são mais escuras que uma resina virgem. A linha RevoraPCR traz aditivos que aumentam as propriedades mecânicas de resinas pós-consumo e possui cores para que o produto final tenha resultados muito próximos àqueles feitos com resina virgem.

A Colorfix Masterbaches, da qual faço parte esmiuçou todo esse trabalho criando a linha Revora, voltada para a transformação do plástico, desenvolvendo todas essas soluções visando sua aplicação em uma economia circular, onde todos são responsáveis em suas atividades.

Não basta julgar algo como inimigo do meio ambiente. É preciso apontar saídas inteligentes e efetivamente amigas da Natureza.

Francielo Fardo, Superintendente da Colorfix Masterbatches