sexta-feira, 22 novembro 2024
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Pesquisas comprovam que crianças bilíngues têm mais facilidade para aprender

Neurociência aponta maior plasticidade do cérebro das pessoas bilíngues, que significa melhor adaptabilidade em diferentes circunstâncias, maior capacidade de concentração, autoconfiança, autocontrole e memória

divulgação / Colégio Positivo

Novos estudos na área da neurociência podem explicar o aumento impressionante da procura por escolas bilíngues – e a multiplicação dessas instituições na mesma velocidade. Isso porque os neurocientistas mostraram que a translinguagem proporcionada pelo bilinguismo é uma das melhores formas de desenvolver a plasticidade do cérebro, ou neuroplasticidade, que é a capacidade de mudança e reorganização dos neurônios de acordo com mudanças ambientais, experimentais, sociais e físicas. “Isso se deve, em grande parte, ao treinamento que nosso cérebro recebe ao alternar entre um idioma e outro ao decidir como se comunicar”, explica a coordenadora do Ensino Bilíngue do Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento do Colégio Positivo (CIPP), Ana Paula Teixeira.

Um estudo da Universidade de Stanford chamado Bilingual Brains revela que, por estimular a neuroplasticidade constantemente, crianças bilíngues têm maior habilidade de bloquear distrações, reter a atenção e priorizar, analisar, focar e organizar a informação. O neurocientista Andrea Mechelli, da University College London, mostra que falar duas línguas provoca mudanças anatômicas no cérebro, aumentando a densidade da massa cinzenta – e ainda: quanto mais cedo as crianças aprendem o segundo idioma e quando maior a proficiência, maior a massa cinzenta.

Em comparação com os monolíngues, as crianças bilíngues estudadas, que tiveram de cinco a dez anos de exposição bilíngue, alcançaram médias mais altas no desempenho cognitivo nos testes e maior foco de atenção, resistência à distração, tomada de decisão, julgamento e capacidade de resposta ao feedback. A neuroimagem correlacionada dessas crianças revelou maior atividade nas redes do córtex pré-frontal que direcionam essas e outras funções executivas que apoiam o comportamento orientado para metas, incluindo direcionamento do foco atento, priorização, planejamento, automonitoramento, controle inibitório, julgamento, memória de trabalho (manutenção e manipulação de informações) e análise.

Pesquisas na Universidade de Cambridge aumentam as evidências de que bilíngues têm vantagem em habilidade cognitiva, interação social e habilidades de comunicação. No Brasil, o Colégio Positivo conta com ensino bilíngue em 14 unidades no Paraná e em Santa Catarina. “Além de todos os benefícios cognitivos, o ensino bilíngue desperta nos alunos a sensibilidade intercultural, ampliando as perspectivas desses alunos, favorecendo que saibam se colocar no lugar do outro, entendendo melhor a sua própria realidade, seus valores, suas crenças e percebendo a realidade do outro como algo a ser visto com menos estranheza, e mais aceitação”, revela a coordenadora.

 

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