Tratamento atenua sintomas comuns nessa etapa, como ondas de calor e suores noturnos, e até mesmo prevenir perda óssea e regular funções urinárias
A chegada da menopausa, a última menstruação que finaliza o ciclo reprodutivo da mulher, pode vir acompanhada de alguns sintomas que trazem incômodo, em especial as ondas de calor e suores noturnos, que são frequentes em boa parte das mulheres nesta etapa. Uma forma popularmente conhecida de atenuar este e outros sintomas é a Terapia de Reposição Hormonal (ou TRH).
A prática ainda é fruto de dúvida e de resistência de muitas mulheres. No entanto, é um tratamento que pode trazer benefícios, conforme afirma Dra. Daniele Rosevicz Oliveira, ginecologista do Pilar Hospital. “Nem todas as mulheres precisam e têm indicação em fazer a reposição, mas aquelas que têm sintomas moderados a intensos podem se beneficiar da terapia hormonal”, comenta.
A Terapia de Reposição Hormonal é efetiva em reduzir a frequência e a intensidade do fogacho, que são as ondas de calor que surgem entre 60% a 80% das mulheres no período da menopausa. “O tratamento também melhora outros incômodos comuns dessa fase, incluindo suores noturnos e a insatisfação sexual com alívio no ressecamento vaginal e dor durante a relação”, completa a médica. Além disso, a TRH previne a perda óssea e reduz as chances de fraturas por osteoporose na pós-menopausa. Pode ser indicada para a prevenção deste problema para mulheres com menos de 60 anos. “Também pode ter efeito benéfico sobre os sintomas de urgência urinária, bexiga hiperativa e risco de infecção urinária recorrente em mulheres com atrofia urogenital”, afirma.
Como toda terapia, a TRH produz contraindicações, pois pode trazer efeitos colaterais e riscos para as pacientes, sendo necessário cuidado no seu uso. “O uso de terapia hormonal é uma decisão individualizada em que a qualidade de vida e os fatores de risco, como idade, tempo de pós-menopausa, e risco individual de tromboembolismo, de doença cardiovascular e de câncer de mama, devem ser avaliados”.
Quanto ao risco de câncer de mama, a médica informa que pode depender do tipo de terapia hormonal, da dose, duração do uso, regime, via de administração, exposição prévia e características individuais. Por isso, existe a necessidade de avaliação individual na indicação. “Na última década, apesar das inúmeras controvérsias, a Terapia hormonal é considerada como o tratamento mais eficaz para os sintomas vasomotores decorrentes da falência ovariana, e os benefícios superam os riscos para a maioria das mulheres sintomáticas com menos de 60 anos de idade ou dentro do período de 10 anos da pós-menopausa”, relata.
Um fato popularmente comentado entre as mulheres é sobre a possibilidade de menstruar durante a Terapia de Reposição Hormonal. A médica afirma que isso é possível, porém não é normal. O ideal é que não ocorra. “Todavia, sangramento durante a terapia hormonal não necessariamente significa algo grave, mas a causa deve ser investigada”.
No entanto, nem toda as mulheres podem fazer uso da reposição hormonal, mas há alternativas para tratar os sintomas da menopausa. Entre eles estão técnicas de resfriamento corporal (uso de roupas leves e de algodão e controle da temperatura ambiental para diminuir a transpiração) e evitar determinados estímulos (bebidas alcoólicas, cafeína, comidas picantes). “Exercícios físicos regulares a terapias não hormonais, inclusive a aplicação de laser na região íntima, podem conferir benefício”, recomenda a especialista.
A alimentação também contribui para redução dos sintomas da menopausa. Uma indicação da médica é o consumo de alimentos com fitoestrogênios, que são substâncias naturais semelhantes ao estrogênio, e que estão presentes na soja, na linhaça, no inhame ou na amora, por exemplo. “Estes alimentos não substituem a reposição hormonal, mas podem contribuir para aliviar os sintomas característicos da menopausa. O chá de amora é uma ótima opção caseira para reduzir os sintomas da menopausa, porque ajuda a regular os níveis hormonais de forma natural. Além disso, este chá também possui cálcio e, por isso, pode ajudar a evitar a osteoporose comum da menopausa”.
Para que uma mulher saiba se pode fazer uso da TRH, é necessária uma consulta médica para avaliação. O Pilar Hospital tem profissionais qualificados nos consultórios de ginecologia, para avaliar qual o melhor tratamento a ser adotado, para cada paciente.