Embora bastante utilizada, a anestesia pediátrica ainda preocupa e até assusta alguns pais. As dúvidas mais comuns são se o procedimento é seguro para o filho, se ele terá alguma lembrança ou trauma dessa experiência, ou ainda, se sentirá dor. “A anestesia em crianças, além de segura, fornece uma experiência tranquila para a maioria das famílias. Geralmente se inicia com administração de um anestésico inalatório por máscara facial. A criança dorme, e puncionamos uma veia e só então damos seguimento à anestesia”, explica a médica anestesiologista do Hospital INC (Instituto de Neurologia de Curitiba), Dra Gabriela Nasser, coordenadora da residência de Anestesia da instituição.
“Não há dor e, além da amnésia fornecida pelo anestésico, contamos com um monitor de profundidade anestésica para garantir que a criança não apresente memória intraoperatória” esclarece a especialista. Além das cirurgias, a anestesia é realizada em crianças para a realização de exames de imagens, como ressonância magnética e tomografia. De uma forma geral, no centro cirúrgico, a anestesia pediátrica é iniciada na presença de um acompanhante (mãe ou pai), que permanece no local até que a criança durma. “O anestesista fica ao lado da criança durante todo o procedimento, garantindo a segurança da criança e tratando qualquer complicação que possa surgir durante o procedimento cirúrgico”.
Ao final do procedimento, após a criança despertar, ela é levada à UTI ou à sala de recuperação pós-anestésica, também na presença dos pais. Os pais ou outra pessoa próxima à criança participam de momentos importantes do processo: da indução anestésica e do despertar. “Dessa forma, a criança se sente mais segura e todo processo ocorre com mais tranquilidade. Esse é o procedimento adotado para anestesia pediátrica na maioria dos hospitais”, informa a anestesiologista.
A técnica e a ciência também vêm colaborando para os avanços na área. O videolaringoscópio, para auxílio de intubação difícil, e o ultrassom para punção venosa de casos difíceis, punção de acesso venoso central e punção arterial para monitorização invasiva da pressão arterial são alguns dos equipamentos que podem dar suporte aos procedimentos.
Neste domingo (03/10), o Hospital INC realiza o III Simpósio INC de Neuroanestesia, que terá como tema a Neuroanestesia Pediátrica – uma subespecialidade da Anestesia que surgiu na década de 1960 após aumento de pesquisas e publicações na área. O evento, on-line e gratuito, é voltado para residentes e médicos anestesistas com o objetivo de aprofundar a discussão sobre o tema. Hoje, a neuroanestesia pediátrica é aplicada, principalmente, para as cirurgias de tumor cerebral, epilepsia, correção de cranioestenose, correção de defeitos do tubo neural (como a mielomeningicele), realização de derivação ventrículo peritoneal (DVP) e para tratamento de lesões vasculares.
Confiança no procedimento
A curitibana Viviane dos Reis, 39, é uma mãe que fala com propriedade sobre a experiência com a neuroanestesia pediátrica. O seu filho mais novo, Bernardo, de 4 anos e cinco meses, nasceu com mielomeningocele e hidrocefalia. Apesar da pouca idade, a criança já passou por 28 cirurgias – a primeira delas, três horas após o nascimento, e a última ocorreu no dia 13 agosto deste ano. “Em função da própria saúde dele, no começo, a gente sempre ficava angustiado com a anestesia. Tenho certeza que o maior medo dos pais em relação à anestesia é da criança dormir e não acordar mais”.
Hoje, Viviane já tem bastante confiança no procedimento. “Todas as vezes, o Bernardo voltou muito bem da anestesia, nunca teve uma intercorrência. Das últimas vezes, ele próprio segurou a máscara para fazer a inalatória, que chamamos de ‘cheirinho’. Já é uma experiência tranquila para ele. Penso que uma equipe qualificada também faz toda a diferença, que acompanha todo o processo ao lado do seu filho, até devolver a criança para os pais”, explica Viviane.
SERVIÇO:
III Simpósio INC de Neuroanestesia
Data: domingo (03/10), das 8h30 às 11h45
Inscrições: https://www.eventosinc.com.br/evento-inscricao.php?evento=44
Gratuito
Sobre o Hospital INC
O Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) é uma instituição hospitalar referência no atendimento de pacientes neurocirúrgicos, neurológicos e cardiológicos de alta complexidade. Possui o centro neurocirúrgico mais tecnológico do Brasil, é pioneiro na América Latina em obter tecnologias como GammaKnife – cirurgia cerebral sem corte – e o primeiro a utilizar a ressonância magnética intraoperatória no país. Seu corpo clínico é composto por mais de 300 profissionais responsáveis pelo atendimento a pacientes de todo o Brasil e de diversos países da América Latina em neurologia, neurocirurgia, cardiologia e cirurgia cardíaca, além de oncologia, otorrinolaringologia, dermatologia, cirurgia digestiva, ortopedia, dentre outras.