Cresce o número de doenças respiratórias em crianças pequenas e adultos

Casos do Vírus Sincicial Respiratório já é maior que os de Covid-19 em crianças de 0 a 9 anos

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertou na edição do Boletim InfoGripe de outubro para o reaparecimento de outros vírus respiratórios que estão causando Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), em crianças de 0 a 9 anos. No estudo, além do Vírus Sincicial Respiratório (RVS), outros como o Rinovírus humano (HRV), Vírus parainfluenza (PIV) e o Beta coronavírus OC43, todos ligados a doenças respiratórias, são os que mais aparecem, principalmente em pacientes internados.

A pesquisa foi realizada com amostras de pacientes com sintomas respiratórios, com o exame de painel completo de viroses respiratórias em pacientes de diversas idades, entre crianças, adultos e idosos, e mostrou que o vírus da gripe é o menos circulante nesses casos.

O bioquímico, especialista em bacteriologia do LANAC –  Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, acredita que o isolamento social, fruto da pandemia da COVID-19, fez com que as pessoas não criassem anticorpos para alguns vírus e bactérias. “A constante higienização das mãos, casas e locais afastaram a população dos vírus, porém agora, com o afrouxamento dessas medidas, temos percebido o agravamento de algumas infecções por vírus que antes eram vistos, na maioria das vezes, de forma mais leve”, afirma. “O baixo contato com vírus e bactérias, especialmente nos primeiros anos de vida, pode levar a menos proteção contra doenças infecciosas e alérgicas, mesmo na fase adulta”, completa.

O estresse também é fator responsável pela baixa da imunidade. “O medo constante, perdas na família e a instabilidade fazem com que nosso sistema imunológico fique mais propenso a contrair vírus e bactérias”, finaliza.