A economia circular já ganhou seu espaço nas empresas. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria – CNI, de 2021, mostrou que 76,5% das indústrias já realizam alguma iniciativa na economia circular, sendo que otimização de processos, representa 56%, uso de insumos circulares ou provenientes de reparos 37,1% e recuperação de recursos 24,1%. A notícia é excelente por qualquer ângulo que se analise, seja para resíduos orgânicos, entulhos de construção civil, vidro, papel, pneus e, claro, o óleo vegetal.
O tempo de decomposição de uma única lata de alumínio, por exemplo, pode demorar entre 200 e 500 anos quando descartada em um aterro, já uma embalagem plástica abandonada em um lixão pode ultrapassar a marca de 400 anos, uma simples garrafa de vidro tem chances de durar até 4.000 anos até se decompor por completo:
“Para efeitos de comparação, uma lata de alumínio pode ser testemunha de, pelo menos, duas passagens do Cometa Halley que visita nosso planeta a cada 76 anos” compara Vitor Dalcin, Diretor Executivo da Ambiental Santos.
Terra no extremo
O nosso planeta já ultrapassou todos os limites de capacidade para a produção de lixo e descarte de materiais que poderiam voltar em um ciclo de produção renovado. O óleo se soja faz parte desta equação:
“O óleo tem o agravante da sua condição líquida, que amplia o poder contaminante em rios e solos, com grande dificuldade de armazenamento e transporte. Muitos restaurantes, bares e até mesmo condomínios já entenderam a importância de acrescentar a coleta de óleo vegetal para a reciclagem”.
Ciclo do óleo na economia circular
Para recolher o óleo usado, o processo segue alguns passos que, de maneira ordenada, garantem uma coleta segura, ajudando a desafogar o meio ambiente da poluição. A começar pelos geradores, pessoas físicas e jurídicas que separam seus resíduos. É possível ter uma bombona especial para recolher este material, que deve estar embalado em uma garrafa plástica vedada – as mais comuns são as garrafas pets, que tem tampa que veda com segurança:
“Cooperativas, organizações sociais, condomínios, restaurantes e quem mais se cadastrar para destinar resíduos dos geradores. Basta agendar diretamente no site e aguardar a coleta”.
Do começo ao fim
O ciclo começa a se encerrar com a preparação deste material. O óleo é separado de outros resíduos sólidos e líquidos através de processos complexos, realizados com segurança e cuidados extremos para evitar uma possível contaminação nesta etapa:
“Somente após este caminho é que o óleo usado está pronto para voltar ao ciclo industrial, pronto para ser usado principalmente na indústria química e sem gerar impacto ambiental, garantindo uma vida melhor e mais saudável para futuras gerações” completa Vitor.