Campanha desmistifica o câncer de próstata e faz alerta para atenção à saúde do homem
No mês em que se celebram o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata (17) e o Dia Internacional do Homem (19), o movimento Novembro Azul se expande a cada ano e sensibiliza a sociedade a acabar com preconceitos e tratar com seriedade um problema que é exclusivamente masculino. Criada em 2003 na Austrália, a iniciativa ganhou força no Brasil em 2014 e desde então envolve leigos e profissionais para falar sobre o câncer de maior incidência entre eles e que neste ano deve atingir pelo menos 65 mil brasileiros.
Mais comum entre homens com idade a partir de 65 anos, faixa que representa 80% dos casos, a prevenção ao câncer de próstata é feita normalmente a partir dos 50 anos. É com o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) que se realiza o rastreio em indivíduos sem sintomas e que se possibilita o diagnóstico precoce da doença. Mas pessoas com fator de risco devem fazer exames preventivos a partir dos 45 anos.
“O maior fator de risco conhecido é a idade. Quanto maior a idade, maior a chance de desenvolver o câncer. No entanto, pessoas de raça negra – devido a variações hormonais – ou com histórico familiar devem iniciar os seus exames um pouco antes”, explica o médico oncologista do Centro de Oncologia do Paraná, Bruno Batista.
De acordo com Antonio Brunetto, médico urologista do Centro de Oncologia do Paraná, o toque retal, juntamente com exame de PSA, faz parte do exame de rotina para prevenção e diagnóstico precoce de câncer de próstata. Além disso, o médico orienta fazer os exames periodicamente, pois, o câncer de próstata pode não apresentar sinais em seus estágios iniciais. “No estágio mais avançado pode causar sintomas como dificuldade para urinar, força diminuída no jato e sangue na urina, sangue no sêmen, disfunção erétil, entre outros sintomas”, declara o urologista.
Tratamento
Apesar de a idade ser um fator quase que decisivo para o desenvolvimento da doença, pessoas com idade avançada tendem a ter câncer indolente e com baixa taxa de replicação. Pode-se, então, seguir acompanhando o tumor sem eleger um tratamento. “Se é um câncer localizado e que não tem metástase, podemos optar fazer vigilância ativa, um acompanhamento com exames de imagem, toque retal e biópsia”, esclarece Bruno Batista.
Quando não é possível a prática somente da observação, a cirurgia é o tratamento mais realizado, que inclui a remoção da próstata e também dos linfonodos. Pacientes sem condição de serem submetidos a cirurgia podem ser tratados com radioterapia, um tratamento local que destrói as células cancerígenas, mas não implica na remoção da próstata. Já nos casos mais avançados, propõem-se ainda o tratamento sistêmico de radioterapia associada ao bloqueio da testosterona. “A testosterona é uma via que o câncer de próstata usa para crescer. É como se fosse o ‘alimento’ do câncer e por esse motivo a gente corta esse alimento”, orienta.
“O objetivo do tratamento do câncer de próstata é alcançar o resultado mais favorável, minimizando os efeitos colaterais, preservando a função e garantindo a melhor qualidade de vida possível”, reforça Antonio Brunetto.
Cura
Como os outros tipos de câncer, a cura do câncer de próstata depende do estágio da doença, mas de forma geral, quando é um câncer localizado, a cura acontece na maioria dos casos. Em casos precoces, que demandam cirurgia ou radioterapia, os índices de cura são de 80% a 90%. Nos mais avançados, que passam por radioterapia mais o bloqueio hormonal, a cura é de 50% a 60%.
“O câncer de próstata possui elevada taxa de cura, principalmente quando é identificado na sua fase mais inicial, quando o único local afetado é a próstata”, assegura Brunetto.
Embora a cura não venha quando o diagnóstico é tardio e apresenta metástase, é possível tratar a doença possibilitando ao paciente o convívio com o câncer sem declínio da qualidade de vida. “Muitos pacientes nossos não morrem de câncer de próstata, mas com câncer de próstata. Por serem idosos, acabam tendo outras doenças que levam a óbito. Mas o cenário que temos hoje é de alto controle da doença”, reitera.
Efeitos colaterais
A preocupação de muitos homens é quanto aos efeitos colaterais que o tratamento do câncer de próstata pode acarretar. A impotência sexual talvez seja a maior delas, mas é a incontinência urinária, segundo Bruno Batista, que pesa mais quando o assunto é qualidade de vida. Contudo, ele salienta que ambos os problemas atingem apenas 20% dos pacientes e que as chances de que aconteçam estas sequelas diminuem consideravelmente quando a cirurgia é feita em centros especializados.
Já a infertilidade é uma consequência temporária quando é feito o bloqueio da testosterona. Uma vez que o hormônio é liberado novamente, a tendência é que a fertilidade seja retomada, junto com a ereção e uma vida sexual normal.
Sobre o Centro de Oncologia do Paraná
Desde 1991, o Centro de Oncologia do Paraná se dedica ao tratamento do câncer, priorizando um atendimento exclusivo, sempre atualizado e com ênfase no relacionamento médico-paciente. Conta com um corpo clínico qualificado, com profissionais especializados na área de cancerologia, incluindo cirurgia oncológica, vídeo-cirurgia, oncologia clínica, mastologia, oncologia pediátrica, e oncologia ginecológica. Possui uma equipe multidisciplinar com especialistas em dermatologia, ginecologia, mastologia, urologia, hematologia, farmacêuticos, nutricionistas e psicóloga.