Luiz Ruffato lança novo livro de crônicas

Escritor traz em Ninguém em Casa observações poéticas e contemplativas para a vida comum
Escritor traz em Ninguém em Casa observações poéticas e contemplativas para a vida comum
O consagrado escritor Luiz Ruffato acaba de publicar sua nova obra. Intitulada “Ninguém em Casa”, o livro é o primeiro título que chega ao mercado pela Editora Maralto, que faz parte do grupo Arco Educação, também estreante no cenário literário brasileiro, mas que já possui 150 títulos em seu catálogo que priorizam o diálogo entre literatura e artes visuais – além de temáticas voltadas para infância, juventude e público adulto.

Ruffato fará seu primeiro evento literário presencial desde o início da pandemia. A sessão de autógrafos e conversa com o público está confirmada para 02 de dezembro (quinta), das 17h às 20h, na Livraria Mandarina da capital paulista, com os devidos cuidados de prevenção à Covid-19.

“Ninguém em Casa” passeia pelos momentos da infância e juventude de Ruffato, presta um tributo à Brasília – numa tentativa de apreensão da capital nacional em seus variados aspectos – e também à sua cidade natal, Cataguases, que fica na Zona da Mata de Minas Gerais.

A obra traz no enredo um conjunto de 30 crônicas que foram publicadas nos jornais El País, Rascunho, Folha de S.Paulo – entre outros meios de comunicação. Todos os textos sofreram modificações para esta edição; uns mais, outros menos, e foram agrupados em ordem alfabética a partir do título.

A beleza da vida invisível

Há tempos, as crônicas perderam seu caráter de efemeridade, trazendo para si outros aspectos da vida comum e extrapolando os comentários sobre fatos e acontecimentos. Episódios comezinhos ganharam mais atenção, poesia e humor, fazendo com que tal escrita reivindicasse perenidade nas páginas dos livros.

Isso fez com que grandes cronistas alcançassem esse lugar maior – de mais prestígio – distinto das páginas dos periódicos. E, principalmente, ofereceu aos leitores possibilidades mais amplas para ler o que no jornal se perdia de um dia para o outro.

Foi graças à publicação de coletâneas de crônicas em livros que hoje podemos experimentar, sem qualquer anacronismo, o lirismo de autores como Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, dois de nossos maiores.

Os textos de “Ninguém em Casa”, de Luiz Ruffato, revelam uma visada poética e contemplativa para a vida comum, convidando os leitores à intimidade do menino pobre e de sua família na pequena Cataguases, no interior de Minas Gerais, e à improvável trajetória como escritor.

Jardins, quintais, temporadas na roça, futebol, sanatório, pobreza, a biblioteca da escola, os livros, a universidade, Brasília com suas insuperáveis distâncias e a solidão das cidades se fazem nossos, tamanha é a proximidade que sentimos ao ler o livro de Ruffato.

Os textos – com tons declaradamente memorialísticos – marcam a escrita literária que desloca o cotidiano de seu tempo e espaço, faz deles seus acontecimentos, personagens e lugares; numa experiência mediata de saudades, lembranças e um suspiro de melancolia.

O conjunto pode ser lido como narrativa única, com fragmentos e repetições que juntos compõem um mosaico, incluindo o vazio de pequenas lacunas, como na própria vida.

As histórias contadas em “Ninguém em Casa” poderiam ser as de muitos brasileiros, pois são feitas de elementos de vidas comuns, mas na criação do autor se tornam um livro; não apenas um objeto, mas uma experiência cultural que nos ajuda a entender quem somos e como vivemos.

Operário das letras

Filho de um pipoqueiro e de uma lavadeira de roupas, Luiz Ruffato se formou em tornearia-mecânica pelo Senai e trabalhou como operário da indústria têxtil, pipoqueiro e atendente de armarinho durante a juventude. Graduou-se em Comunicação pela Universidade Federal de Juiz de Fora e trabalhou em diversos jornais até se mudar para São Paulo em 1990. Em 2003, abandonou a carreira de jornalista para se tornar escritor.

Seus livros ganharam os prêmios Machado de Assis, APCA (duas vezes), Jabuti (duas vezes) e Casa de las Americas e estão publicados na Argentina, Colômbia, Cuba, México, Estados Unidos, Portugal, França, Itália, Alemanha, Finlândia, Macedônia e Moçambique.

Em 2012 foi escritor residente na universidade de Berkeley (EUA) e em 2016 recebeu o Prêmio Internacional Hermann Hesse, na Alemanha.


Serviço

O que: Lançamento do livro “Ninguém em Casa” (Editora Maralto, 136 págs., R$ 39,90) com a presença do escritor Luiz Ruffato
Quando: 02 de dezembro (quinta-feira, das 17h às 20h)
Onde: Livraria Mandarina [rua Ferreira de Araújo, 373, Pinheiros, São Paulo capital, tel. 11-3819-5953]
Quanto: Entrada franca e com os devidos cuidados de prevenção à Covid-19
Catálogo: O catálogo da Editora Maralto poderá ser conferido no Instagram e Facebook @maraltoedicoes.

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