Mulheres transformam suas vidas com a Assistência Virtual

Histórias vão desde mudança radical de área de trabalho, passam pela sonhada independência até um recomeço de vida após acontecimentos trágicos

A necessidade, seja por falta de empregos, mais independência ou flexibilidade de horários, é o que motiva grande parte das pessoas que se transformam em microempreendedores individuais (MEI), situação que foi ainda mais potencializada por causa da pandemia.

De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2020, realizada no Brasil pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ), a taxa de empreendedorismo por necessidade saltou de 37,5% para 50,4%, o mesmo nível de 18 anos atrás. Contudo, nem sempre as pessoas sabem qual caminho seguir. Pensando nisso, desde 2017, a empresária curitibana Camile Just ensina outras pessoas a empreender com o curso virtual “Como ser Assistente Virtual”, que já formou cerca de 12 mil alunas em todo o Brasil.

Com mais de 20 anos de atuação no setor de turismo, Fabiana Rodrigues, que mora na capital de São Paulo e foi uma das alunas do curso, perdeu o emprego durante a pandemia e ficou sem perspectivas em sua área, uma das mais afetadas pela crise sanitária. “Na época, pensei comigo: o que vou fazer agora? Precisava trabalhar e não podia depender de ninguém”, lembra.

Em pesquisas procurando por um trabalho ou recomeço, descobriu a profissão de Assistente Virtual, mas foi ainda além de somente atuar somente como autônoma. Chamou uma amiga para fundar uma empresa, que fez um ano em agosto de 2021, e já tem expectativas de expansão. “Não pretendo voltar para o turismo, agora só como turista. Descobri que a minha motivação é ajudar as pessoas a crescerem nos seus negócios, juntos crescemos juntos”, considera Fabiana.

Independência pessoal e financeira

Ficar sem emprego foi ainda mais impactante para mulheres que criam sozinhas seus filhos e durante a pandemia ficaram sem escolas ou alguém para ajudar. Mãe solo, Débora Caroline Rodrigues, de Florianópolis (SC), foi demitida devido a isso. “Isso era o que mais me incomodava antes, a dependência, seja da rede de apoio do governo ou de um chefe compreensivo que entendesse as demandas da vida de uma pessoa”, salienta.

Hoje, com uma empresa de assistência virtual, consegue encaixar as necessidades do trabalho dentro das suas necessidades diárias. “A assistência virtual mudou minha vida completamente, desde ganhos financeiros até qualidade de vida”, revela Debora, revelando ainda que hoje já tem recursos para comprar um apartamento e começou a cursar uma graduação.

De acordo com Camile Just, ser assistente virtual é criar uma nova perspectiva de vida. “É ter a oportunidade de criar seu próprio trabalho, tornando possível o sonho da autonomia profissional, independência financeira e a conciliação entre profissão e vida pessoal”, afirma a empreendedora.

Mas, nem sempre as pessoas decidem empreender somente após perder um emprego. Quando estava em licença-maternidade do seu segundo filho, Stéfany Paula Leopoldo, de Divinópolis (MG), percebeu que seria difícil gerenciar filhos e trabalho no formato CLT. Foi quando decidiu empreender, mesmo com o medo de “trocar o certo pelo duvidoso”.

Determinada a atuar como assistente virtual, resolveu oferecer seus serviços justamente para empresa em que era empregada. “Foram os meus primeiros clientes”, lembra ela, que hoje já atende diversas outras empresas. “Minha rotina continua pesada, mas facilitou muito minha flexibilidade de horários. O que posso dizer é quem tem garra e determinação, alcança”, avalia Stéfany.

Incentivo para viver

Muitas vezes, o empreendedorismo não era um objetivo, mas acaba se tornando uma forma de continuar a viver. Em dificuldades financeiras, precisando voltar a morar com a mãe e grávida, Natália Sousa, de Jaraguá do Sul (SC), começou ajudando amigos a administrar redes sociais para incrementar um pouco as contas de casa.

Alguns meses depois, sua filha faleceu e os únicos dias em que ela reunia forças para levantar era quando precisava atender seus poucos clientes. Assim, conseguiu aos poucos se reerguer e começou a atuar como assistente virtual. “Eu não tinha nem um real no bolso, só tinha o Ensino Médio, tinha voltado a morar com minha mãe. Hoje, sou graduada em Marketing, compramos nosso apartamento. Tudo isso eu posso dizer que foi a atuação como assistente virtual que me ajudou, em um momento de luto, me tirou do fundo do poço”, declara a empreendedora.

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