PIB deve crescer 0,5% em 2022 e ativos locais começarão o ano com preços descontados, diz Santander Asset

O ano de 2022 será de virtual estagnação da economia brasileira, na avaliação da Santander Asset Management (SAM), que prevê expansão de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no período. Em relatório com perspectivas da instituição para o próximo ano, a equipe da gestora de recursos do Santander afirma que as projeções sugerem um período “difícil, com crescimento baixo, inflação alta e taxa Selic elevada”. Em 2021, a expectativa é que o PIB cresça 4,6%.

Publicado nesta semana, o documento também contém a visão da SAM para o ano que vem sobre o cenário macro no exterior, com estimativas para EUA, Zona do Euro e China, assim como comentários sobre o que esperar para os mercados internacional e local. Enquanto a expectativa lá fora é de crescimento global sólido e juros ainda muito baixos nas principais economias, no Brasil, o ano deve se iniciar de forma mais cautelosa.

Para a SAM, após encerrar 2021 com aumento de 10,1%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve desacelerar para 5,4% em 2022. Apesar da descompressão, o indicador oficial de inflação do País ainda ficará em nível elevado, avalia a gestora, e superior ao centro da meta perseguida pelo Banco Central para o próximo ano (3,5%).

Ao Comitê de Política Monetária (Copom), restará prosseguir no processo de alta acentuada da taxa Selic, diz a SAM. Após uma alta total de 7,25 pontos percentuais em 2021, com a Selic passando de 2,0% para 9,25% ao ano, a asset do Santander espera que o BC leve a taxa para níveis acima de 11% nas primeiras reuniões de 2022.

No cenário da gestora de recursos, o Copom deve elevar a taxa básica de juros em 1,5 ponto percentual na reunião de fevereiro, que será seguida de um ajuste de um ponto percentual no encontro de março. Assim, a Selic chegará a 11,75% anuais ao final do primeiro trimestre, patamar em que deve permanecer até o fim de 2022.

Mercado doméstico

Segundo a SAM, o desempenho negativo do mercado local em 2021, com queda da Bolsa brasileira, ajuste de alta das taxas de juros na renda fixa em diferentes prazos e depreciação adicional do real, faz com que os ativos domésticos comecem 2022 com preços mais descontados. Por outro lado, diferentes riscos para monitorar reduzem a visibilidade.

“Assim, temos um ambiente com fator macro negativo e fator preço mais interessante, com baixa visibilidade em função dos riscos”, aponta a equipe da gestora do Santander. No caso da Bolsa, os analistas afirmam que é preciso acompanhar o potencial ajuste para baixo na projeção de lucro das empresas. Já na renda fixa, o crédito privado tem perspectivas favoráveis, devido à alta da taxa Selic. Também há oportunidades no mercado de capitais, com preços ainda interessantes.

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