(por Ricardo Rocha, presidente do Crea-PR)
Neste dia 11 de dezembro, comemoramos o dia do engenheiro.
Mas foram tantos momentos difíceis, tantos desafios, tanta superação neste último ano que me propus a ter um olhar diferente, para além do que vimos e ouvimos com maior frequência nesses meses, para compartilhar com você, leitor, uma visão sobre o que aprendemos e podemos entender como positivo.
Acredito que, cada pessoa, no seu espaço de influência, pode atuar e fazer a diferença, pode construir uma nova realidade e beneficiar toda a humanidade. Gosto de olhar para este horizonte.
No começo da pandemia, quando vimos o mundo que conhecíamos ser desconfigurado, o estudante de engenharia civil do Paraná, Robson Muniz, foi notícia nacional ao criar um respirador emergencial de baixo custo, construído exclusivamente com componentes nacionais. Enquanto os equipamentos comprados chegavam ao Brasil a um custo de US$ 13 mil, um estudante de engenharia criou meios para entregar um aparelho similar por R$ 2,5 mil.
Se pensarmos em emprego e trabalho neste período, nos lembraremos que não foi raro encontrarmos nas manchetes dos principais jornais o desempenho do setor da construção civil, sob a regência de engenheiros, durante toda a pandemia – gerando renda para tantas famílias brasileiras.
Essas observações me levam direto para minha infância, quando ficava pensando como as coisas funcionariam no futuro e quais seriam os profissionais responsáveis por apresentar o novo na vida das pessoas. Com a missão de promover melhorias para nossa sociedade, a partir de conhecimento e técnicas aplicadas, as Engenharias me pareceram, desde muito cedo, o caminho certo que me levaria a essas respostas. Se há uma crise, há de haver um engenheiro para encontrar uma solução.
Por isso, não me surpreendo, a cada ano, ao saber que a Engenharia é apontada por recrutadores como uma das áreas mais promissoras no mercado de trabalho. As áreas e especialidades da Engenharia podem mudar, mas sua essência está sempre ali, nos perfis mais desejados pelos empregadores.
Se a quarta revolução industrial, ou indústria 4.0, já sinalizava o protagonismo das Engenharias nas grandes mudanças estratégicas e operacionais, a pandemia confirmou esse compromisso. Reinventar a forma como nos relacionamos, com esse admirável novo mundo que vem se apresentando é, sem dúvida, nosso norte nesse momento de transformações profundas.
Tenho certeza que há muito a ser explorado, descoberto e criado por engenheiros nos próximos anos. No nosso estado, temos importantes projetos discutidos nesse ano, com a decisiva e fundamental participação de nossos profissionais, que irão nos impactar em muitas áreas no futuro. Discutimos como serão nossas rodovias, nossas ferrovias, nossa produção de energia, nosso litoral, nossas fontes de abastecimento, entre tantos outros assuntos. Discutimos e propusemos soluções sustentáveis para melhorar o futuro de nossas vidas.
Acredito na força dos engenheiros do Paraná para mover essa roda do progresso do que está por vir. Somos um exemplo e há muito para crescer e muito para apresentarmos ao país.
Sejamos a voz do despertar desse novo mundo.