domingo, 23 fevereiro 2025
19.8 C
Curitiba

Janeiro Roxo: Instituto alerta sobre a importância do diagnóstico e tratamento da hanseníase no Brasil

Mais de 30 mil novos casos de hanseníase são diagnosticados todos os anos no Brasil, segundo dados da OMS

Janeiro Roxo: Instituto alerta sobre a importância do diagnóstico e tratamento da hanseníase no BrasilJaneiro é o mês em que a comunidade dedicada ao combate à hanseníase reúne esforços para conscientizar sobre a gravidade da doença e a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. E como forma de lembrar que a doença ainda existe e tem cura, a Aliança contra Hanseníase (AAL, na sigla em inglês – Alliance Against Leprosy) distribuiu, para diversas partes do Brasil, mais de 1 mil fitinhas do Bonfim, em diversas cores. Desde a sua fundação, o instituto já impactou centenas de pessoas com projetos de capacitação médica para a hanseníase.

A campanha faz parte do Janeiro Roxo, que é uma mobilização nacional na qual são realizadas ao longo do mês diversas ações médico-social em diversas partes do Brasil, como forma de chamar a atenção da população para os sinais e sintomas da hanseníase e alertar para a importância do diagnóstico precoce da doença, evitando sequelas graves. O Janeiro Roxo foi criado em 2016 e tem o último domingo do mês como data símbolo, que é o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase.

As ações realizadas na campanha Janeiro Roxo também têm o objetivo de reforçar o combate ao preconceito contra a enfermidade e o isolamento dos doentes. A hanseníase tem cura e o tratamento é 100% gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Live aborda o papel da educação no combate à hanseníase em Mato Grosso

No dia 25 de janeiro, a Aliança contra Hanseníase, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde e a Secretaria Estadual de Educação do Mato Grosso e representantes das escolas privadas do estado, vão realizar uma live sobre educação e saúde na prevenção e tratamento da hanseníase. “A informação é a nossa maior aliada para combater o preconceito e também favorecer o diagnóstico precoce. Atingir a população infanto-juvenil é a nossa estratégia em 2022”, comenta Dra. Laila de Laguiche, médica dermatologista e fundadora do Instituto Aliança contra Hanseníase.

Mato Grosso é considerado o estado mais hiperendêmico do Brasil e no qual o Instituto está desenvolvendo parcerias para facilitar o diagnóstico e o tratamento da doença junto à população. A live será transmitida pela plataforma Telessaúde, de Mato Grosso.

Mais de 30 mil novos casos todos os anos

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é o segundo país com maior número de casos de hanseníase no mundo, atrás apenas da Índia. Conforme o documento Estratégia Global para Hanseníase 2016 – 2020, da Organização Mundial de Saúde (OMS), os países Índia, Brasil e Indonésia notificaram, por ano, mais de 200 mil novos pacientes acometidos pela doença. No Paraná, por exemplo, em 2021 foram registrados 222 casos da doença, sendo que mais de 80% foram as formas mais graves, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA/PR).

A hanseníase é uma enfermidade que está na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) e existe um grande risco de endemia oculta da doença no país. Por isso, informar e conscientizar a população é de extrema importância no combate à doença. “Embora em 2020 tivemos uma queda de quase 40% dos diagnósticos de novos casos, esses dados na verdade refletem a pandemia de COVID-19, onde a acessibilidade e a adesão a tratamentos continuados ou prolongados foi duramente afetada em múltiplas doenças, como hipertensão arterial, diabetes, câncer de colo do útero e também a hanseníase”, completa Dra. Laila.

Tratamento tardio pode deixar sequelas graves

A hanseníase é uma doença crônica infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que se multiplica lentamente e pode levar de cinco a dez anos para dar os primeiros sinais. A patologia afeta principalmente os nervos periféricos e está associada a lesões na pele, como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, caroços ou placas pelo corpo, ressecamento e perda de sensibilidade e força para segurar objetos.

O diagnóstico de hanseníase pode ser facilmente confundido com outras doenças (artrite, artrose, trombose, fibromialgia, por exemplo) e quando tardio pode deixar graves sequelas, especialmente a incapacidade física com deformidades em mãos e pés, podendo levar também à cegueira. A transmissão é através de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas e em fases mais adiantadas da doença, porém logo no  início do tratamento, a transmissão é interrompida.

“O diagnóstico tardio aumenta consideravelmente as chances dos doentes virem a desenvolver sequelas físicas, na maioria das vezes irreversiveis.”, explica a fundadora do Instituto.

Instituto doou materiais e equipamentos de tecnologia assistiva para pacientes com hanseníase 

Em setembro de 2021, a Aliança contra Hanseníase lançou a ação TECHansen, um projeto com o objetivo de doar materiais e equipamentos de tecnologia assistiva para pacientes que apresentam deficiências físicas ocasionadas pela hanseníase nos olhos, nariz, mãos e pés. A ação iniciou de forma piloto nos estados de São Paulo e Paraná, e depois expandiu para 10 outros estados do país. O TECHansen já doou mais de 900 itens e impactou mais de 100 pacientes com hanseníase, promovendo qualidade de vida para estas pessoas.

A ação continua e para solicitar os materiais e dispositivos disponibilizados pela AAL, é necessário que o profissional de saúde (terapeuta ocupacional, enfermeiro, fisioterapeuta, e/ou médico) e que, preferencialmente, esteja alocado em algum serviço público de referência e/ou de reabilitação, com demanda de atendimentos aos pacientes de hanseníase, preencha o formulário com informações básicas sobre o diagnóstico e o acompanhamento e, no final, assinar um termo de consentimento, disponível no link https://www.allianceagainstleprosy.org/techansen/cadastro-de-pacientes/.

Após a análise pelo Instituto, o material é separado e enviado sem custos para o endereço indicado no cadastro e conforme a disponibilidade dos materiais. A lista de itens disponibilizados para doação pode ser conferida no site do Instituto. “Foi maravilhoso receber o ‘kit’. Eu estava precisando. O material vai ser muito útil, principalmente a luva. Como eu cozinho e qualquer coisa eu me queimo, acabo me machucando. Estou muito feliz com o kit”, comenta J.A.S, de Praia Grande (SP), paciente com sequelas da hanseníase, beneficiado com materiais doados pelo projeto TECHansen.

 

Instituto Aliança contra Hanseníase

Com sede em Curitiba (PR) e projeção internacional, o Instituto Aliança contra Hanseníase é uma associação sem fins lucrativos que une ciência, educação e filantropia no combate à hanseníase. O Instituto AAL foi fundado pela dermatologista e hansenologista Dra. Laila de Laguiche, profissional com 20 anos de experiência na área, pós-graduada em Saúde Internacional e Doenças Tropicais pelo Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia (Bélgica). Já atuou como representante da regional Sul e Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). A entidade ainda conta com uma equipe de conselheiros formada por grandes referências em hansenologia no Brasil e na América Latina. Mais informações, acesse www.allianceagainstleprosy.org.

Destaque da Semana

Problemas de visão atingem 19% dos brasileiros em idade escolar

Pesquisa nacional revela que, apesar de sofrerem com condições...

Aumentar em 30 minutos os treinos de cardio impacta a composição corporal

Estudo mostra como cada meia hora de atividade aeróbica...

“Histórias: Show do Século” anuncia data em Curitiba com grandes nomes do sertanejo

Festival acontece no dia 1º de novembro na Ligga...

Wesley Safadão volta ao Curitiba Country Festival para show inesquecível

Luan Santana,  Maiara & Maraisa, Simone Mendes, Pedro Sampaio,...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Popular Categories

Mais artigos do autor