Números da Indústria pornô superam sites como CNN, Netflix e Twitter

 

Streaming netflix, amazon e outros

Alguns segmentos de mercado são marcados por polêmicas e geram controvérsias das mais diversas, como o caso das indústrias do tabaco e de bebidas alcoólicas.  Com a indústria pornográfica não é diferente, apesar de todo o tabu envolvido, alguns dados sobre esse mercado gigante são impressionantes.

Para começar, a indústria pornográfica fatura mais que a Major League Baseball, a NFL e a NBA juntas, a cada 39 minutos um novo filme pornô é lançado; MindGeek, dona da Pornhub, Brazzers e YouPorn e RealityKings está no Top 3 das empresas com maior consumo de banda no mundo, sendo as outras duas Google e Netflix; Xvideos é maior que CNN, Dropbox e New York Times juntos; Pornhub tem mais acessos mensais do que Netflix, Amazon e Twitter juntos e a cada segundo são gastos 3 mil dólares em pornografia.

A cada dia, milhões de pessoas estão ficando online por mais tempo (e em maior número) a esse tipo de produção audiovisual do que em sites de ramos convencionais como notícias, esportes, entretenimento para família, entre outros.

Pesquisa analisou as demandas por pornografia

Uma pesquisa feita no Brasil, a pedido de um canal do segmento adulto, detalha o perfil desse público; o volume desse consumo; preferências do tipo de produção e muito mais. São dados que escancaram o que antes ficava às escondidas. Brasileiros gostam (e gostam muito) de pornografia.

Não é de hoje que o consumo de pornografia é um dos principais focos da interação indivíduo e internet. Na verdade, a pornografia anda lado a lado com a produção da indústria cultural de diversos países desde que algumas plataformas midiáticas começaram a ser produzidas. 

A gama de possibilidades que a internet traz em vídeo, áudio, interação, acesso a diversos conteúdos e, um certo anonimato que ela concede ao usuário, fez com que esses sites dominassem o mercado em comparação a outros bem distantes da linha erótico/pornográfico.

A pesquisa foi realizada a partir de 1130 entrevistas por telefone em cinco regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba. A partir desse contato com homens e mulheres, integrantes de classes sociais da A até C, com todos maiores de 18 anos. O que permitiu ao canal Sexy Hot planejar conteúdos e determinar estratégias futuras para seus produtos. 

Infográfico revela números da indústria pornográfica

Infográfico com dados de consumo da pornografia

Créditos infográfico: Porno Brasil

O infográfico acima detalha 11 aspectos do comportamento dos indivíduos em relação ao consumo de pornografia. Mais do que a lucratividade que essa indústria gera, também há a confirmação da mudança de hábitos, tais como o acesso à pornografia em pleno ambiente de trabalho.

Isso demonstra que mais do que ter uma forte preponderância em pesquisas em buscadores; domínios de sites e gastos financeiros com conteúdo pornô, este segmento já altera a própria relação na sociedade dos indivíduos para com o assunto. 

Império que enfrenta gigantes da internet

O domínio do segmento pornográfico na internet pode ser evidenciado em números. Sites como Reality Kings, Brazzers e Pornhub são alguns dos principais espaços para divulgação de pornografia no mundo, com   consumo de banda superior a impérios como a Netflix. 

Plataformas de produção e divulgação de conteúdo em vídeo on demand como o Xvideos, ultrapassa a passos largos o que é gasto em tempo e dinheiro com Netflix e Amazon, por exemplo. Da reprodução de conteúdos “clássicos”, como filmes de anos 70, 80 e 90, por exemplo, a canais pessoas de atores e atrizes dos mais diversos países, o Xvideos reestruturou a indústria, retirando muito da importância do processo tradicional de filmes feitos de forma convencional. 

Já outra plataforma que também aumentou sua importância neste mercado é a do site OnlyFans. O propósito desse serviço de conteúdo é possibilitar que o usuário pague para ter acesso a conteúdos exclusivos de atores, atrizes e modelos, demais personalidades. O conteúdo é diverso, mas o que predomina em termos de produção é a que está vinculada ao entretenimento adulto

Ou seja, a indústria pornográfica aproveitou inúmeras brechas e facilidades do uso pessoal da internet para remodelar suas produções audiovisuais. O que antes demandava determinada quantia de recursos para um filme; gastos com equipamentos e equipe, além de um período de tempo para ser produzido, hoje é praticamente feito de forma instantânea. Afinal, com um simples aparelho celular já se pode produzir material para um canal desse tipo.

Isso resulta numa fabricação sem precedentes em conteúdo e consumo de pornografia pela internet, afinal, esse tipo de conteúdo sempre esteve próximo, mas hoje praticamente faz parte do dia a dia de qualquer pessoa. 

Aumento do consumo da pornografia na Pandemia

As restrições impostas pela pandemia do novo Coronavírus fizeram com que mais pessoas tivessem que ficar em casa. A prática do chamado home office alterou a rotina de muitas pessoas. E mais do que redimensionar o formato das relações de trabalho, também trouxe uma série de comportamentos, como o de aumentar o consumo de pornografia na internet.

Um relatório feito com dados anônimos indicou o crescimento do consumo de pornografia já no primeiro ano da pandemia. Quando as pessoas ficaram, de forma brusca em suas residências. 

Conforme a empresa norte-americana Netskope Security Cloud, apenas no primeiro semestre de 2020, houve um incremento de 600% no acesso à pornografia na rede mundial. Indo na mesma linha de aumento no consumo de pornografia, o Brasil conforme reportagem do G1, de 23 de março de 2020, ou seja, bem quando iniciaram as restrições de locomoção de pessoas nas cidades brasileiras, também apresentou esse aumento no consumo de materiais pornográficos.

Na reportagem, informações davam conta que o site do canal Sexy Hot havia aumentado em 31% entre os dias 14 e 19 de março daquele ano. Isso em comparação com os acessos de 7 a 12 daquele mesmo mês.

E esse aumento era justificado pelas empresas do ramo e serviços de análise de dados de que os indivíduos ao transporem o trabalho para dentro de suas casas, ou a permanência dos mesmos por mais tempo em seus lares, fez com que se buscasse a pornografia como elemento de entretenimento, por exemplo. 

Sites pornôs estão entre os 10 mais visitados no mundo

Esse poder de atrair acessos a conteúdo pornográfico faz com que gigantes do segmento estejam entre os 10 sites mais visitados no mundo.

Em uma lista com impérios da internet como Google, YouTube, Facebook, Wikipedia, o XVideos está em 8º com 3,7 bilhões de acessos no mês de julho de 2021. Já o seu concorrente, o PornHub está em 10º, com 3,6 bilhões de acessos no mesmo período, conforme dados divulgados pela Statista.

Como o brasileiro consome pornografia

A pesquisa feita pela Quantas Pesquisas publicada no G1 já apresentada acima, identificou perfis de consumidor de pornografia no Brasil. São eles: 

  • Status Porn – 25% do público consultado. Gosta de material bem produzido e atual; assiste na TV e no computador e gosta de ressaltar que entende de pornografia. Assiste, preferencialmente sozinho. Percentual é de 83% de homens e 17% de mulheres.
  • Narciso das Telas – 20% do público avaliado na pesquisa. Prefere pornografia com excelente qualidade e sabe o nome de atores, atrizes e diretores. Conforme a pesquisa observa a pornografia como algo natural. Assiste no computador ou celular e pode estar sozinho, com amigos ou acompanhado de outra pessoa. O percentual é de 76% homens e 24% mulheres.
  • Fast Porn – 22% do público consultado entra nesse grupo. Consome pornografia para  alterar a rotina, seja de forma solitária ou acompanhado. Mas a predominância é por quem está sozinho. O percentual total se divide em 68% do público masculino e 32% do feminino.
  • Pornograficamente correto – Esse percentual chega a 17% do público. Aprecia e consome pornografia com estilo, obtenção de forma segura e que seja voltada para ser um complemento inspirador para o sexo. Nesse grupo, a presença das mulheres é muito forte. Assiste na TV, principalmente. A divisão é de 57% para homens e 43% de mulheres.
  • Ocasional – Representa o menor grupo avaliado. Chega a 16%. Pornografia é algo ocasional, não tem conhecimento aprofundado sobre o segmento. Assiste na TV e na internet, sem informar se olha o conteúdo sozinho ou acompanhado. A divisão do grupo está em 78% de homens para 22% de mulheres. 

Outra pesquisa divulgada(em inglês) pelo Pornhub mostra como foi o comportamento dos brasileiros no site em 2021. É possível saber quais foram os termos mais buscados, categorias mais visitadas e pornstars mais procuradas pelo público do Brasil. Acompanhe abaixo:

Consumo de pornografia Pornhub Brasil

Créditos infográfico: Pornhub Insights

Os dados elencados pelas pesquisas recentes reiteram que o aumento no consumo de pornografia é cada vez maior. A pandemia trouxe essa condição para o mundo todo. No Brasil, há um grande consumo de pornografia que demonstra a força desse segmento que, cada vez mais, reina com força na internet. 

Pesquisas futuras, após a pandemia, poderão trazer novos olhares sobre esse tema. Indicando o que de fato mudou no cotidiano e na percepção do sexo perante a sociedade após esse crescimento da pornografia.