Dados mostram a recuperação do setor, um dos que mais sofreu com a pandemia de Covid-19
Mais uma vez, o Ponta Grossa Campos Gerais Convention & Visitors Bureau (PGCG CVB), traz os dados da hotelaria do ano em Ponta Grossa, dando destaque a taxa de ocupação e diária média, índices sobre a saúde do setor.
Em 2021, a taxa de ocupação cresceu e fechou o ano em 52%, aumento de 16% em comparação ao ano anterior. Já a diária média ficou em R$194, R$1 a menos que 2020.
Marcelo Amaral, gerente executivo do Convention, comenta sobre o crescimento de hóspedes é ótimo, porém a diária preocupa.
“Tivemos mais pessoas em Ponta Grossa, porém, o valor pago na diária se manteve o mesmo de 2020, o que é bom para o visitante, mas ruim para o empresário que viu os custos para manter o hotel aumentarem”, enfatiza. A inflação oficial, medida pelo IBGE, fechou 2021 em 10,06%.
Daniel Wagner, presidente do Sindicato Empresarial de Hotelaria e Gastronomia dos Campos Gerais (SEHG Campos Gerais), comenta que a expectativa para 2022 é positiva para o setor. “É natural esse crescimento na taxa de ocupação, porque ela foi muito baixa em 2020 e, para este ano, acreditamos numa melhora se a pandemia não nos atrapalhar, porque no ano passado os 52% foram obtidos considerando aquele 1 mês no ano [março] com lockdown, o que atrapalhou bastante”, comenta.
Sobre a diária média, Daniel se mostra preocupado, principalmente pelos custos fixos da hotelaria. “A inflação de 10%, IGPM muito maior, impactou em muita coisa, pois muitos insumos são muitos pesados para nós, como energia elétrica, gás, que subiram muito mais que 10%”, comenta. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGPM) fechou 2021 em 17,78%.
O presidente do SEHG Campos Gerais ressalta ainda o trabalho feito pelos empresários para manter as operações.
“Estamos trabalhando para que consigamos melhorar esse cenário e esperamos que possamos aumentar isso [diária média] em 2022 e recuperar as perdas causas pela pandemia que foram enormes”, finaliza.
Turismo de lazer ajudou a manter a taxa de ocupação
A pandemia transformou o perfil do hóspede ponta-grossense, antes de negócios e eventos e agora de lazer. Agora, a maioria dos visitantes está em Ponta Grossa em buscar de natureza dos atrativos turísticos da cidade. O Parque Vila Velha e o Buraco do Padre são os destaques.
Essa mudança chamou a atenção do setor, principalmente em feriados, onde em algumas datas a taxa média de ocupação foi de 90%, algo visto pela primeira vez.
Alecsandra Hypólito, diretora do Convention e gerente de hotel, menciona que essa mudança acontece, principalmente, pelo desejo de sair de casa. “Um dos principais fatores dessa mudança de perfil dos nossos turistas, é a de estarem saindo de um estado de pandemia onde as famílias ficaram meses sem lazer, e agora estão buscando pontos turísticos próximos de suas casas e tenham segurança”.
Ela menciona ainda que em conversa com alguns hóspedes, é visível a percepção de que esses grupos preferem viajar de carro próprio, ao invés de avião ou ônibus, e ainda “preferem passear, em lugares abertos e que se sintam seguros, onde os protocolos de segurança sanitária sejam aplicados de forma correta, trazendo tranquilidade para a família”, enfatiza.
Porém, mesmo com o visitante de lazer ser maioria, neste momento, o hóspede de negócios também está voltando.
“Sabemos que o nosso polo industrial se destaca no Estado como um dos maiores e mais promissores, e as indústrias precisam de manutenção, de reuniões que, estão voltando a serem presenciais”, destaca.
Ela finaliza citando: “o aumento na taxa de ocupação, em 2021, veio dar alívio não só para a rede hoteleira, mas para todo o comércio, onde restaurantes, bares, postos de combustíveis, lojas, shoppings, artesanatos e até igrejas acabam recebendo esses turistas que viajam alegres, em família e consomem em nossa cidade e região”.