No ano passado, o Facebook anunciou a meta de se tornar uma “empresa de metaverso” em até cinco anos. O potencial que cerca essa ideia é tão grande que fez a empresa de Mark Zuckerberg trocar seu nome para “Meta”. O anúncio colocou o termo em alta, mas também gerou muitas dúvidas sobre um conceito ainda desconhecido pelo grande público.
A palavra “metaverso” é uma junção do prefixo “meta” (que significa além) e “verso” (universo). O termo normalmente é usado para descrever uma espécie de mundo alternativo digital. A ideia do metaverso, no entanto, não é algo novo. O termo surgiu na década de 1980, na literatura cyberpunk, com o livro ‘Snow Crash’, de Neal Stephenson.
“Em linhas gerais, estamos falando de um mundo (ou realidade) onde os usuários poderão criar seus próprios avatares, que serão suas representações nesse ambiente digital e, por meio deles, poderão aprender, comprar, trabalhar, socializar e se conectar com colegas de trabalho, amigos e familiares. Ou seja, essa tecnologia replica o que fazemos no mundo real, só que de forma 100% digital”, explica a professora Adriana Goulart, supervisora de Educação Continuada da pós-graduação no Centro Universitário UniOpet.
Ou seja, ao invés de apenas olhar para a tela dos dispositivos, nós estaremos nela. O que não significa que o metaverso esteja distante do dia a dia das pessoas. Pelo contrário, diversos projetos e produtos já empregam o conceito – e também já estão chegando nas salas de aula.
“As tecnologias estão embricadas em todas as esferas profissionais. A Educação, um dos alicerces da sociedade, que exige atualização constante, encontra no Programa de Pós Graduação e Novas Tecnologias ferramentas capazes de otimizar os processos da gestão e ressignificar as análises dos alunos, promovendo protagonismo e transformando informação em conhecimento efetivo. A velocidade e as novas formas de consumo do conhecimento geram oportunidades incríveis, mas para isso acontecer com qualidade é necessário imergir em programas de educação continuada”, diz Adriana.
Para 2022, antecipa, o UniOpet programa maneiras de imergir no mundo do metaverso, tanto em conteúdos práticos, quanto em projetos e cases para o mercado. “Quando analisamos um fragmento da evolução da sociedade, observamos que a forma de se comunicar mudou por completo. Os diversos cenários de redes sociais ultrapassaram suas próprias razões de existência, tornando-se grandes centros virtuais e ilimitados de conexões e ações corporativas. Tudo acontece ou passa pela rede, nada mais é isolado. Basta atentarmos para as estratégias das empresas e como elas têm construído relações de engajamento e sabem cada vez mais de cada indivíduo. Saber explorar de forma inteligente e qualificada este espaço é a questão.”
Empresas do setor de realidade virtual afirmam que, agora, a tendência aponta para uma expansão tecnológica que deverá tornar o metaverso mais realista, conquistar um público cada vez maior e, assim, abrir uma nova fronteira de mercado e de trabalho, abrindo portas para novas especialidades.
Conheça as principais delas:
Cientista de Pesquisa do Metaverso
O trabalho não envolverá simplesmente o desenvolvimento de alguns modelos digitais básicos do mundo real dentro dos quais as corporações serão capazes de trazer clientes e parceiros. Isso já existe. O que o futuro reserva é maior. Muito maior. Os cientistas precisarão construir algo semelhante à teoria de tudo, em que o mundo inteiro é visível e acionável digitalmente. Essa arquitetura será a base sobre a qual todos os outros casos de uso serão construídos; jogos, anúncios, controle de qualidade nas fábricas, saúde conectada, entre outros. Habilidades: ter um doutorado em visão computacional, computação gráfica ou imagem computacional. Também precisa conhecer C++.
Planejador do Metaverso
A capacidade de planejar e implementar todas as questões de funcionalidades em um mundo totalmente virtual será absolutamente fundamental para as empresas. Assim como selecionar as coisas certas para fazer neste mundo digital em expansão. É aí que entra o Metaverso Planner. À medida que os CEOs definem uma visão e uma estratégia para o crescimento das receitas do metaverse de seus negócios, o Planner precisará conduzir um portfólio estratégico de oportunidades, desde a prova de conceito até o piloto e a implantação. Isso significa identificar oportunidades de mercado, construir cases de negócios, influenciar roteiros de engenharia, desenvolver métricas-chave, entre outros. Habilidades: Ter anos de experiência em gerenciamento, conhecimento de marketing e modelos de negócios de HW/SW/SaaS/PaaS e uma ótima mentalidade empreendedora.
Desenvolvedor de Ecossistemas
O Metaverso não surgirá por conta própria. Todo um ecossistema precisará ser construído em torno dele. Sensores, CPUs, GPUs, processos KYC, lagos de dados, produção de eletricidade verde, computação de ponta, leis, regulamentos. O mundo é complexo e digitalizá-lo ainda mais do que já é não será tarefa fácil. O Desenvolvedor de Ecossistemas seria responsável por coordenar parceiros e governos para garantir que as várias funcionalidades criadas sejam possíveis em larga escala. Habilidades: Ter anos de experiência governamental/lobbying e profundo conhecimento do crescente setor de XR.
Gerente de Segurança Metaverso
O Gerente de Segurança do Metaverso não terá um trabalho fácil. Ele precisará prever com precisão como as funcionalidades do Metaverso serão usadas, assim como podem ser mal utilizadas e identificar componentes, sistemas e etapas de fabricação essenciais à segurança associados a essas previsões. Habilidades: Ter um diploma de Engenharia e experiência em eletrônica de consumo/fabricação.
Construtor de Hardware Metaverso – e Construtor de Mundos
O Metaverso também será construído em sensores, câmeras e fones de ouvido. Sensores que farão você se sentir tocado se alguém apertar seu braço online, por exemplo. Câmeras que veem se você está de mau humor para que a IA não o incomode muito. Todo esse hardware, necessário para criar um mundo totalmente digital que se entrelaça com o mundo físico, é caro. E complexo. E um Construtor de Hardware Metaverso precisará montá-lo e adaptá-lo à medida que o Metaverso se tornar mais complexo. Atualmente, os melhores sensores são criados para operações industriais e para a indústria automotiva. São indústrias com enormes quantidades de capital. Então, como um desafio adicional, quem quer que construa o hardware do Metaverso precisará garantir que ele possa ser construído de forma barata e segura. Habilidades: ter uma fábrica capaz de criar eletrônicos de consumo complexos.
Já o papel de Construtor de Mundos exigirá muitas das mesmas habilidades exigidas dos designers de videogames, embora com um conjunto de regras potencialmente diferentes. Os Construtores de Mundos precisarão ter visão e visão de futuro, pois muito do que eles sonharão ainda não existirá na forma de uma tecnologia ou solução de produto. Eles também precisarão considerar regras e ética. Habilidades: Conhecer designer gráfico e ser bom em Minecraft também não faria mal.