Prática polêmica, que ganha cada vez mais adesão, tem benefícios para a saúde quando realizado com acompanhamento médico
A prática do jejum intermitente ganhou força nos últimos anos, mas divide opiniões. A técnica intercala períodos de alimentação e períodos sem a ingestão calórica durante 16h, 20h ou até 24h. Segundo a médica da família, diretora técnica da Higia Clinic, Marcia Simões, (CRM 33207), o jejum é uma estratégia alimentar que pode se tornar um estilo de vida, mas não pode ser confundido com uma dieta. “Ficar sem comer por longos períodos só traz benefícios ao corpo se a alimentação for equilibrada no restante do dia. Ainda, quem faz jejum deve aumentar seu consumo de água, para manter a hidratação do organismo”, afirma a médica, lembrando que ter acompanhamento profissional é essencial para o sucesso de qualquer estratégia alimentar.
Entre os benefícios do jejum estão a redução da depressão, aumento da concentração, diminuição da ansiedade, acelera o metabolismo, ajuda a regular a pressão, melhora produção hormonal, aumenta os níveis de hormônios do crescimento, reduz a resistência à insulina e reduz inflamações. “O controle dos níveis de açúcar no sangue faz com que o organismo busque energia nas células estocadas de gordura. A sensação de fome diminui e a disposição aumenta, o que contribui para um maior controle da saúde em geral”, indica.
Porém, o sucesso do jejum intermitente está diretamente ligado com os alimentos consumidos ao longo do dia. “Quando ingerimos carboidratos, especialmente os refinados, o organismo aumenta a produção de insulina, o que reduz a glicose no sangue. E isso faz com que a fome apareça com mais frequência”, lembra. O ideal é consumir verduras, legumes, proteínas e gorduras, buscar alimentos naturais, não industrializados e evitar o consumo de açúcar.
Para iniciar a prática, é preciso procurar orientação profissional. Após uma análise do organismo, dos minerais, vitaminas e hormônios presentes ou deficientes no corpo, o médico irá indicar qual o período indicado para o jejum e quais alimentos devem ser consumidos ao longo do dia. “O jejum não é indicado de início para pessoas com doenças crônicas e desnutrição, por isso a necessidade de ter acompanhamento médico”, alerta.
A médica lembra que comer alimentos saudáveis, frescos, livres de conservantes e aditivos químicos, e se alimentar apenas quando sentir fome é o primeiro passo para manter a saúde em dia. “Quando o corpo está adaptado, o jejum se torna mais fácil e traz melhores resultados para o organismo”, finaliza.