Os dois últimos anos levaram o empresário a repensar e redefinir muitas ações. Metas traçadas a longo prazo precisaram ser revistas e adaptadas a curto prazo. Já ações a curto prazo foram proteladas. O planejamento estratégico, ferramenta crucial para toda e qualquer empresa, deixou de ser estático e longo e mostrou-se a necessidade de revisá-lo com uma maior frequência.
A crise sanitária vivenciada em 2020 e 2021 e que ainda perdura, de forma mais adaptada em 2022 causou mudanças significativas às empresas. É inegável que todas essas variáveis interferem na rota dos negócios, que deve ser traçada previamente e levar em consideração potenciais obstáculos.
Para Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério, empresa associada a Fundação Dom Cabral, o planejamento estratégico é uma ferramenta para a tomada de decisão e por esse motivo, precisa sempre ser acompanhado e revisado periodicamente. “Não se pode, em hipótese alguma, arquivar o planejamento estratégico ou simplesmente engavetar. Com a revisão constante garantimos não apenas a sobrevivência da empresa como também o seu crescimento, de forma otimizada”, reforça.
No entanto, segundo Oliveira, nem todos os obstáculos são possíveis de se antecipar – como por exemplo o vivenciado na pandemia, exigindo então, muita flexibilidade do planejamento estratégico. “Os dois últimos anos mostraram ao empresário não apenas a importância de implantar um planejamento estratégico, mas principalmente a flexibilização desse material, com adequações periódicas, visando não apenas os resultados almejados, mas principalmente condizentes com a realidade da empresa pontua.
Outro item que se mostrou essencial nesses dois últimos anos foi a capacidade das empresas em se adaptarem a uma nova realidade de mercado. “É fundamental que as organizações possuam mapeamento de riscos, para que numa situação adversa, consigam mudar situações, se adequar a necessidade do mercado”, salienta Oliveira. É importante analisar constantemente indicadores, não apenas financeiros, mas principalmente comportamentais que sejam relevantes ao negócio. “Com essas análises o empresário passa a ter insights interessantes, alinhando o planejamento estratégico com a realidade, aumentando os potenciais empresariais”, reforça.
Para o diretor executivo da JValério, as empresas como um todo, iniciam esse novo ano precisando adotar novas mentalidades de crescimento, com desafios ousados e em muitos casos, reformulando o rumo que estavam tomando nas decisões empresariais. “Em suma, na gestão de negócios, não basta desenhar um plano estratégico perfeito: é preciso tirá-lo do papel”, reforça Oliveira.
A velocidade das mudanças nas empresas se tornou um fator determinante com a pandemia e está obrigando os gestores, de tempos em tempos, a reverem seu planejamento estratégico. Segundo o professor Marcelo Melgaço, da Fundação Dom Cabral (FDC), não se vê um ambiente com transformações tão abruptas desde a 2ª Guerra Mundial.
E para lidar com esse novo contexto, de instabilidade permanente, a solução é recorrer às metodologias ágeis para a execução das estratégias. Lembrando que planejar é apenas o primeiro passo na jornada da transformação. “Não existe gestão estratégica sem execução. Os dois macroprocessos, de planejamento estratégico e de execução, são complementares”, ressalta Melgaço.
Medir é a chave do crescimento
A maioria das empresas, e não apenas familiares, não mede o seu desempenho como deveriam. A cultura de medir o desempenho por meio de indicadores está presente no dia a dia das organizações, mas em grande parte delas apenas parcialmente. O que direciona os resultados é algo que ainda precisa ser aprimorado na gestão. E essa falha pode prejudicar a performance do negócio.
“Se a empresa não mensura e avalia os direcionadores dos resultados, não poderá agir na causa de eventuais problemas de desempenho. Suponhamos que a empresa venha observando uma lenta, mas constante queda nas ‘Vendas’ (resultado). Caso não meça corretamente o ‘Cumprimento do prazo de entrega’ (direcionador do resultado) de seus produtos, pode não identificar que está aí a causa do problema: parte considerável das entregas sendo feitas além do prazo acordado com os clientes”, exemplifica Melgaço.
O professor analisa que a implementação da metodologia OKRs não é algo trivial, mas com a orientação correta pode-se começar a implementá-los e aprender rapidamente com a prática. E essa é uma das propostas do PAEX (Parceiros para a Excelência), uma das soluções da FDC e da JValério Gestão e Desenvolvimento para empresas de médio porte.
O PAEX é indicado para as organizações que desejam adotar um modelo robusto de gestão e formar gestores de alta performance. O objetivo é elevar os resultados a curto, médio e longos prazos e alavancar o crescimento sustentável das organizações.
Com mais de 500 empresas compondo o programa atualmente, a FDC desenvolveu novas ferramentas próprias para o PAEX. Entre elas: um canvas de modelagem de negócios que aborda o propósito e o impacto social da organização; um mapa estratégico que traz na perspectiva de resultados, não apenas objetivos financeiros, mas também econômicos, sociais e ambientais.